Metade dos consumidores pagariam mais por produtos de empresas socialmente responsáveis
O consumidor atual caracteriza-se, entre outras coisas, pelo seu pensamento dual, de tal forma que manifesta hipersensibilidade ao preço mas, ao mesmo tempo, está disposto a pagar mais por determinados artigos
Rita Gonçalves
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O consumidor atual caracteriza-se, entre outras coisas, pelo seu pensamento dual, de tal forma que manifesta hipersensibilidade ao preço mas, ao mesmo tempo, está disposto a pagar mais por determinados artigos.
Esta é uma das principais conclusões do relatório internacional “O consumidor perante a responsabilidade social corporativa das marcas”, levado a cabo pela consultora Nielsen entre 23 de fevereiro e 13 de março de 2015 com a participação de mais de 30.000 consumidores, em 60 países.
O consumidor está, então, disposto a pagar mais por que tipo de artigos? “É o caso dos produtos de marcas socialmente responsáveis, aspeto valorizado por 58% dos consumidores que os incluem no seu cabaz de compras mesmo que isso lhes custe mais dinheiro”, revela o estudo.
Relação qualidade-preço
No entanto, é a melhor relação qualidade-preço o principal critério quando faz uma compra, fator decisivo para três em cada quatro portugueses.
As promoções (65%), a qualidade (62%) e os benefícios saudáveis e nutricionais (54%), são aspetos determinantes no momento de decisão por um ou outro artigo.
Assim, segundo o relatório da Nielsen, o fator ambiental assume-se determinante para quase 30% dos consumidores, seja pela marca que é reconhecida pelo seu compromisso com o meio ambiente ou pelas suas embalagens serem ecológicas.
Num mercado emergente como é o das marcas com forte compromisso social e ambiental, a Nielsen sugere os requisitos que devem possuir as empresas para impulsionar esta atividade. “O primeiro é direcionar o foco para os jovens, sobretudo para a geração ‘millenials’ e geração Z, que formam um grupo de consumidores muito envolvidos. Um segundo requisito é a relevância que os valores sociais imputam às marcas quando se trata de conquistar a confiança dos consumidores. Na verdade, essa confiança é fundamental no linear, aquando da decisão de compra, para 54% dos portugueses”.
Selos de certificação
Outros aspetos a ter em conta são “a definição do propósito social da empresa de uma forma credível e com um retorno de alto valor para a sociedade. É também importante a sustentação deste esforço através do planeamento de marketing, segmentando a estratégia de acordo com critérios geográficos, populacionais e de produto”.
“O consumidor valoriza muito as marcas que incorporam atributos social e ambientalmente mensuráveis e, tal como vimos, cerca de seis em cada dez estão dispostos a pagar mais para incluir estes produtos nas suas compras. Contudo, ainda existe margem para melhorar a disponibilidade no mercado de produtos com selos de certificação social e ambiental e, também, o próprio conhecimento sobre esses mesmos certificados”.