Deflação em França resulta em produtos de menor qualidade no linear
A consultora IRI analisou a deflação no mercado de grande consumo em França e concluiu que a redução do preço dos produtos nem sempre aumenta o volume de vendas nem o rendimento de fabricantes e distribuidores
Ana Catarina Monteiro
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A consultora IRI analisou a deflação no mercado de grande consumo em França e concluiu que a redução do preço dos produtos nem sempre aumenta o volume de vendas nem o rendimento de fabricantes e distribuidores.
O estudo ‘FMCG Price War in France – An Overview and Lessons for other European Countries’ revela que desde o início da guerra de preços entre operadores houve uma deflação de 2,6% nos hiper e supermercados franceses, que não levou ao incremento do consumo nem dos resultados da distribuição.
Segundo a consultora, citada pela Inforetail, “o preço não é a principal alavanca de vendas. O que tem mais impacto no aumento das vendas é uma amplo sortido, seguido das promoções e, finalemnete, o preço”.
Por outro lado, em alguns setores ou marcas este foi um factor favorável ao aumento de vendas. No que diz respeito a produtos de limpeza, higiene e beleza, “que estavam a perder vendas”, a deflação combinada de atividades promocionais fez crescer as vendas.
Os baixos preços também levaram os consumidores a preferirem comprar marcas de fabricante e, desta forma, enquanto os preços caíram 1,3% em 2014 face ao ano transato, o “preço por carrinho de compras” aumentou 0,3 %.
A investigação remete também para o fato de o consumidor ficar a ganhar a curto prazo, mas a longo prazo não. No ano passado, os consumidores franceses pouparam cerca de um bilião de euros, o que representa cerca de três euros por mês mas, no entanto, a deflação está a afetar o sortido dos lineares, reduzindo as opções e a inovação dos produtos. O que está a dar origem a produtos de menor qualidade por parte dos fabricantes, que tentam manter as suas margens.
Uma mudança significativa que advém da queda de preços foi a aliança entre centrais de compra. De sete passaram a quatro alianças, que dominam as negociações com os fornecedores de 90% da distribuição francesa.