Praça da Figueira. O talho que quis ser um mercado
A ideia era comercializar carne alentejana na Praça da Figueira mas, como o espaço era demasiado grande, alargaram o conceito a outros produtos alimentares, apostando na conveniência. Hoje, recebem dois mil clientes diários
Ana Catarina Monteiro
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A ideia era comercializar carne alentejana na Praça da Figueira mas, como o espaço era demasiado grande, alargaram o conceito a outros produtos alimentares, apostando na conveniência. Hoje, recebem dois mil clientes diários
O grupo Vitor&Vitor, ligado ao comércio de carne alentejana, demonstra uma aptidão especial para transformar talhos em lojas de conveniência. O negócio nasceu em 1978 e os cinco sócios gerentes não se ficam pelo produto estrela da casa.
O Talho das Escadinhas, em Loures, fundou o grupo que conta já com oito espaços espalhados pela região de Lisboa. A carne é o produto comum às lojas que variam na restante oferta. O Talho Gourmet da Flamenga, por exemplo, é constituído por uma área de garrafeira, disponibiliza frutas e legumes, congelados, produtos regionais e caseiros, entre outros.
A mais recente transformação levada a cabo pelos empresários foi na Praça de Figueira, em plena baixa lisboeta. No espaço existia um supermercado, antes de passar para as mãos do grupo. “Vendia todos os tipos de produtos, desde artigos de a higiene até aos frescos”. Agora vende apenas produtos alimentares mas com outro nível de especialização no atendimento.
“A nossa especialidade é o talho mas o espaço é muito grande e alargámos o conceito à venda de produtos alimentares em geral”, conta Rui Joaquim, um dos gerentes do grupo, durante a visita do HIPERSUPER ao Mercado da Praça da Figueira.
O talho revestido de mercado abriu em 2013. “Remodelamos tudo e colocamos este conceito. Temos talho, charcutaria, frutaria, peixe fresco e colocamos nas prateleiras sumos, bolachas e por aí fora”. Uma outra aposta foi a cafetaria. A casa anterior, “vendia pão mas não tinha a parte de pastelaria”.
Colocaram nas prateleiras as marcas que tradicionalmente estão à venda nos estabelecimentos comerciais mas como não conseguem fazer concorrência às grandes superfícies, a grande mais-valia do novo mercado está na experiência proporcionada ao cliente.
“Tentamos sobretudo transformar o conceito de loja para dar uma melhor experiência de compra aos clientes, dar aquela atenção especial quando está a escolher carne ou quer comprar peixe. Com o produto de prateleira, temos mais dificuldade em fazer concorrência às grandes superfícies”. Porem, “no talho, por exemplo, temos um atendimento muito mais especializado”.
Média de dois mil clientes diários
A falta de estacionamento ou o horário mais limitado são os contratempos apontados pelo responsável na dinamização do espaço.
No entanto, apesar das desvantagens, o Mercado da Praça da Figueira está localizado numa zona privilegiada, por onde passam dezenas de turistas todos os dias, além de ser o espaço de eleição para muitos dos que vivem na zona.
“Mais de dois mil clientes por dia passam por aqui”. Um dos aspetos que mais atrai os consumidores é a arquitetura do espaço, que o responsável vê como um dos “produtos-estrela” do negócio.
Assim como o público, os fornecedores são portugueses e estrangeiros. “Alguma fruta vem do estrangeiro, o resto é fornecido por produtores portugueses, e temos a nossa própria produção de carne”.
Quanto às vendas “superaram as nossas expectativas e têm vindo a subir”.
Investimento em unidade industrial
Dedicando-se já há mais de 35 anos à comercialização da carne, o grupo decidiu estender os seus domínios à produção. Para isso, criaram a “empresa mãe” do grupo Vitor e Vitor – a VARN. “O nosso objetivo é que a esta seja a empresa abastecedora de todas as nossas lojas”.
Não têm marca registada mas têm “produção própria, desde a criação de animais até à transformação. Neste momento, estão a investir na capacidade produtiva. “Está a ser construída uma área industrial”, que vai produzir carnes transformadas para serem vendidas nas lojas.