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A genial história do sabonete líquido, por Pedro Fernandes (Edigma)

Por a 13 de Novembro de 2014 as 12:27

Por Pedro Fernandes, director de marketing da Edigma

Robert Taylor foi um empreendedor com inúmeros sucessos empresariais ao longo de toda a sua vida. Criou pastas dos dentes, champôs e perfumes, com os quais se destacou. Mas foi com o sabonete líquido que foi considerado um génio.

Robert achou que havia uma oportunidade de mercado para vender sabonete líquido ao consumidor final, para lavar as mãos. Em 1965, William Sheppard patenteou uma fórmula para criar sabonete líquido, que foi aplicada a diferentes produtos de limpeza, como detergente da loiça, detergente para a máquina de lavar e produtos para lavar automóveis. Mas, até então, era com sabonetes sólidos que as pessoas lavavam as mãos.

No início da década de 80 Robert Taylor identificou essa oportunidade de mercado mas, simultaneamente, sabia que a partir do momento em que começasse a comercializar esse produto, poderia ser copiado. Os gigantes do sector, com as suas numerosas equipas de I&D, com o seu tremendo poder de distribuição e com a notoriedade das suas marcas facilmente o ultrapassariam, caso o produto começasse a ter sucesso.

Não havia forma de proteger a sua inovação através de patentes uma vez que o conceito de sabonete líquido não era novo. Na sua visão, o produto seria distribuido em frascos com o dispensador que estamos habituados a utilizar. Mas, mesmo esse mecanismo, não era passível de ser patenteado, pelo que não havia forma evidente de proteger a sua ideia.

Robert começa a investigar e descobre que existem apenas duas empresas nos Estados Unidos a produzir a bomba-dispensador utilizada nesse tipo de frascos. É então que toma uma decisão que tem tanto de génio como de louco. Robert Taylor decide comprar toda a produção dessas duas fábricas. Encomendou 100 milhões de unidades, esgotando a capacidade dessas fábricas para os próximos anos. Para o efeito, teve que dar como garantia a sua própria empresa, arriscando tudo para concretizar a sua visão.

Sem esta peça indispensável, não era possível lançar nenhum produto concorrente durante um período de tempo considerável, dando margem de manobra para que a sua empresa se conseguisse estabelecer no mercado e ganhar quota de mercado sem ter que se preocupar com concorrentes. Em seis meses vendeu $25 milhões de Softsoap e, apenas dois anos depois, a Colgate-Palmolive comprou-lhe a empresa por $61 milhões.

Com a decisão de comprar todos os dispensadores existentes no mercado Robert mostrou uma imensa argúcia e ousadia para o negócio. Mas este não foi o seu único legado. Robert revolucionou também os nossos hábitos, modificando a forma como lavamos as mãos todos os dias. A próxima vez que estiver a lavar as mãos, lembre-se de Robert Taylor e da sua ousadia.

Twitter: @buildinglfstyls

 

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