Employer Branding Videos: o casamento perfeito entre marketing e recursos humanos
Employer Branding Videos são vídeos de marketing feitos pelos próprios colaboradores da empresa
Rita Gonçalves
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Por Ana Franco, gestora de comunicação e content marketing
Employer Branding Videos são vídeos de marketing feitos pelos próprios colaboradores da empresa.
Inovador? Sem dúvida! Este é um conceito emergente que une o poder do Marketing ao dos Recursos Humanos (RH). Trocado por miúdos, trata-se de fazer publicidade à empresa, usando o seu bem mais precioso: os seus recursos humanos, os colaboradores.
Se a melhor publicidade é aquela que se passa de boca em boca e se há palavras que parecem beijar…parece-me que é de longe uma das formas mais sensuais – quando bem feito, claro – de apresentar uma empresa. Ainda para mais, quando a tendência emergente no seio da comunicação e do marketing é a aposta na transformação de apresentações escritas e textos em conteúdos digitais, o vulgo pod cast.
Se desde a aldeia global uma imagem vale mais do que mil palavras…neste sítio digital imagine o que valerá um employer branding vídeo para os seus clientes, prospects e para os seus RH.
Os Employer Branding Videos são essenciais para a estratégia empresarial, tanto para apresentar a empresa a atuais e potenciais clientes, como para reter e “pescar” os melhores talentos do mercado, reunindo uma equipa de craques. E a boa notícia é que não precisa de gastar muito dinheiro nem convocar o Cristiano Ronaldo para fazer estes vídeos promocionais. Aqui, mais do que nunca emprega-se a expressão “usemos a prata da casa”.
No Employer Branding Videos não há fórmulas secretas, está tudo à vista e deve ser feito com descontração e humor, depois é adaptar a cada conceito empresarial. No entanto, ficam algumas dicas para garantir o sucesso dos seus vídeos:
Tenha o seu objetivo sempre muito bem definido
Antes de criar o seu vídeo deverá ter bem definido o seu objectivo e ser o mais direxto possível. Está à procura de atrair talentos profissionais para uma determinada área ou pretende que determinado grupo Target fique a par das condições que a sua empresa oferece? Se, por um lado, estes vídeos podem ser usados como parte da estratégia de marketing da empresa, também o são enquanto estratégia do departamento de recursos humanos. Trazendo para a linha da frente, para a ribalta, os colaboradores, estará a conceder-lhes o maior privilégio: Serem os actores principais, uma vez que ao darem a cara pela empresa, mostram-se ao mercado, fazendo publicidade a eles mesmos. E não tenha medo que esta publicidade se vire contra si, porque dar voz aos seus colaboradores é parte de uma gestão líder. Questione-se: “O que pretendo que as pessoas saibam/acreditem/experienciem/façam depois de visualizarem este vídeo?”
Defina a sua audiência e canais de passagem da mensagem
A sua audiência é interna, externa, ou ambas? Pertencem a um grupo demográfico específico? Consegue identificar quais os pontos de interesse deste grupo? Definir o público alvo é importante não apenas para saber que mensagem enviar, mas também como a transmitir. Decida também que canais vai utilizar para difundir a sua mensagem: redes sociais, website da empresa, micro sites de procura de emprego, feiras de emprego, ou todas estas possibilidades juntas.
Segmente a sua mensagem
Não pense que todos os que visualizam o vídeo vão experienciar a sua mensagem da mesma maneira. Vai haver quem a ache interessante e outros nem por isso, quem a ignore e outros que o contactarão com candidaturas espontâneas. Vai haver de tudo um pouco. Por exemplo, se pretender recrutar profissionais com mais de três anos de experiência na área, com pensamento criativo que tenham uma boa gestão de prioridades e privilegiem o trabalho em equipa, faça-o e estará a segmentar a sua mensagem para este grupo específico.
Lembre-se, se pretende aumentar a sua percentagem de pessoas que recordem o seu vídeo e a mensagem nele contida, aposte num ou dois temas por vídeo. Mais vale realizar cinco curtas metragens – mas incisivas e com alta taxa de recordação – do que criar um vídeo longo e maçudo em que fala sobre tudo. A palavra de ordem? Segmentar!
Vídeos curtos e objectivos têm melhores resultados
Quanto tempo deve ter um Employer Branding Video? Não existe uma duração perfeita que se adapte a todos os vídeos. Não havendo porções mágicas, o vídeo deverá ser longo o suficiente para que o público alvo se identifique e queira continuar a absorver a sua mensagem, e curto o suficiente para se manterem atentos até terminar. Idealmente devem ter dois minutos, a não ser que consiga criar uma história tão atraente que capte a atenção e a mantenha acesa por muitos mais minutos, sem bocejos nem forwards.
Privilegie a autenticidade…pois os actores do seu vídeo são reais
“What you see is what you get” é como deve ser a sua mensagem: Directa. Senão é percepcionada como engodo e funcionará claramente da forma oposta ao desejado. Portanto afirmar que a sua empresa é o melhor sítio para trabalhar ou que a formação é um marco sempre presente, são ambas comunicações positivas, mas apenas se for verdade. Mais vale apelar aos esforços diários da empresa em proporcionar aos seus colaboradores melhores condições, do que afirmar que não há nenhuma no mercado que se lhe iguale. A mentira tem perna curta e as redes sociais podem cortar as pernas a muitas empresas.
Faça o vídeo com os seus próprios colaboradores
Não há ninguém melhor para falar sobre a sua empresa do que os seus colaboradores. Mesmo que existam exemplos interessantes de vídeos com desenhos animados, os Employer Branding Videos com pessoas reais tornam-se mais atraentes. As pessoas recordam-se mais facilmente de vídeos com outras pessoas do que com recursos a objetos animados, produtos ou mensagens escritas apenas. O exemplo da Henkel – https://www.youtube.com/watch?v=MJ0Rk2pR9to – é muito interessante. Está simples, divertido e principalmente demonstra o conforto dos seus colaboradores. E quanto mais reais os vídeos parecerem mais quem visualiza gosta, porque as pessoas não gostam de ouvir gravações automáticas, nem de ver “robots”, preferem antes histórias contadas na primeira pessoa com expressões autênticas e naturais, mesmo que algumas pareçam autênticos director cuts, e se tiverem partes divertidas então é a cereja no topo do bolo.
Tal e qual um bom Storytelling. Poderá fazer um Employer Branding Video com recurso ao Storytelling para apresentar a experiência de um recursos humano na área do marketing ou do departamento criativo por exemplo. Aposto que muitas empresas teriam boas histórias para contar. Assim, para encontrar os melhores “actores” para o seu vídeo, procure os entusiastas que adoram o que fazem e com quem fazem, ou seja, a equipa. Mas não se esqueça também de convidar os mais tímidos, ou sossegados, para darem umas palavrinhas. Porque uma equipa para ser autêntica tem de agir de forma homogénea, mas as partes que a compõem têm de ser heterogéneas. Imagine o contrário…soaria a falsidade, não?
Comunique a sua mensagem, usando pequenas histórias
Use as histórias dos seus colaboradores para comunicar uma mensagem específica para caçar um talento, se for este o seu objectivo. Mediante o perfil que procura, pode muito bem conseguir reter a sua atenção. Todos gostamos de ouvir histórias, porque elas entretêm. As histórias ajudam a tornar única a sua mensagem, ao mesmo tempo que exploram a imagem da sua equipa. Uma ideia para tornar o seu vídeo mais divertido pode passar por juntar imagens da sua equipa em vários ambientes diferentes, mediante as suas personalidades e gostos: no trabalho, em casa, no ginásio, a brincar com os filhos (sobrinhos ou netos) ou a ouvir música…Se estes contarem as suas histórias e como a empresa onde trabalham lhes possibilita uma vida preenchida e realizada profissional e socialmente, ou como os ajudou a ultrapassarem uma crise pessoal ou familiar, muito dificilmente estes momentos serão esquecidos por quem vê o filme. No sentido oposto, se comunicar estatísticas e números, tornará o vídeo enfadonho e ninguém recordará a sua mensagem. Uma boa história estimula a curiosidade e ajuda a criar laços mais fortes com o seu conceito, a sua mensagem, a sua empresa. Lembre-se do poder do Storytelling.
Use técnicas visuais como sequências de imagens
Os realizadores usam uma famosa técnica de inserir várias imagens à medida que o actor está a narrar, chamada muitas vezes de B roll. É uma técnica visualmente muito apelativa, pois permite juntar a palavra à visualização dos vários momentos da história. Tal como se diz no mundo jornalístico: “uma imagem vale mais do que mil palavras”, pois o cérebro humano recorda mais facilmente imagens do que sons e há imagens indescritíveis. Mas, se unirmos ambas (imagem e som) temos um produto final perfeito.
Conclusão:
Para rematar o seu vídeo, pode incluir uma cena de acção específica, mas mais uma vez tudo tem de jogar com o seu objectivo e o mais importante de tudo é a autenticidade que é espelhada. Divirta-se!