Entrevista FMCG Homepage Marcas Newsletter

Peixe representa 40% das vendas de congelados

Por a 16 de Julho de 2014 as 14:13

Os consumidores de congelados são na sua maioria “urbanos e valorizam a ausência de sazonalidade dos produtos em linear“, revela Gonçalo Martinho, responsável de Comunicação e Marketing na Gelpeixe

Como evoluiu o sector dos congelados em Portugal no último ano?

Está estabilizado. O mercado continua a ter grande peso económico em Portugal e, apesar da recessão dos últimos anos, tem estado pela sua boa relação preço/qualidade/diversifidade como um dos preferidos no consumo dos portugueses.

Quais as principais tendências de consumo?

O consumo de peixe representa cerca de 40% das vendas, o que significa por um lado que a tradição tem um grande peso, fazendo de Portugal o terceiro maior consumidor per capita do mundo, e por outro, que temos uma gastronomia rica que vem do mar, a que o consumidor não é indiferente; a par de todas as vantagens para a saúde que o peixe aporta. As tendências têm sido orientadas para produtos mais transformados, como filetes, lombos e medalhões, de preferência sem espinha.

Quais as perspectivas para 2014?

Pretendemos manter a quota de mercado, crescendo se possível pelo impacto que novos produtos podem vir a representar na facturação, sem nunca perder de vista o mercado da exportação, que tem sido uma forte aposta.

Quais os produtos número um em vendas?

A pescada, nas suas diversas variantes, é o produto que mais vende. Acreditamos que as vendas estão ligadas aos fortes hábitos alimentares, transmitidos entre gerações, e que levam Portugal a ser o País de maior consumo da UE.

E as categorias mais dinâmicas?

O pescado é o core business da Gelpeixe e como tal a que maior dinamismo se impõe atender, mas carne e sobremesas têm assumido crescimentos notáveis nos últimos anos, merecendo semelhante atenção até porque, na exportação, são bem solicitadas pela inovação de produto e apelativas embalagens.

Como se definem os consumidores de congelados?

Os consumidores de congelados reconhecem qualidade aos produtos por serem congelados em alto mar não perdendo assim as suas propriedades originais. São consumidores maioritariamente urbanos e que valorizam a ausência de sazonalidade dos produtos em linear, que apenas os congelados podem oferecer.

O preço é o principal driver de consumo neste mercado?

O preço é sempre um elemento importante no momento da compra, principalmente no momento em que vivemos, mas acreditamos que as marcas e o serviço junto do cliente têm vindo a criar dinâmicas para que o preço deixe de ser só por si o factor primordial da escolha.

Falando do nosso core, o peixe, impôe-se pela qualidade, combate à sazonalidade e por ter um preço muito atractivo, comparativamente com o fresco, sendo estas mais valias de peso que trazem a este mercado a importância que tem na economia alimentar nacional.

O elevado ritmo promocional no mercado nacional estende-se a este sector em particular?

As promoções são uma realidade massificada e que se encontra presente nos mais diversos sectores a nível nacional. Cada vez mais as marcas apostam em acções promocionais para rentabilizar vendas, escoar stock e ganhar quota de mercado.

Qual o peso das marcas da distribuição neste sector?

Actualmente, as Marcas da Distribuição (MDD) representam cerca de metade do mercado, quer em valor, quer em volume, o que ilustra bem o seu peso e a consequente dificuldade das marcas próprias em imporem-se. Situação que acontece também pela valorização e reconhecimento de qualidade já atribuida às MDD.

A forma de valorizar a nossa marca e fidelizar novos consumidores passa muito pela inovação, bom nível de qualidade, embalagem e comunicação, de forma a poder ser reconhecida por si mesma e ser assim uma mais-valia em qualquer mercado de oferta junto do consumidor.

Quais os principais desafios deste mercado a prazo?

Os principais desafios actuais são garantir as matérias-primas cada vez mais escassas pelo aumento de consumo de pescado a nível mundial (mais 70% per capita do que há 40 anos) e apreço e diferenciação pelo peixe selvagem que tem vindo a ter uma política de pesca cuidadosa a nível global – pesca sustentável – visando não afetar a capacidade dos recursos naturais ao longo dos anos. Situação que tem implicado, em muitos casos, a redução das quotas.

Hoje, mais do que nunca, há que dar especial atenção ao acesso aos recursos havendo a garantia de que podemos dispor de quantidades suficientes para o abastecimento da nossa fábrica (cerca de 60.000 embalagens por dia) e da satisfação das encomendas dos nossos parceiros de negócios, que em nós têm confiado ao longo destes 37 anos.

 

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *