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Beacons revolucionam retalho, por Pedro Fernandes (Edigma)

Por a 7 de Abril de 2014 as 9:03

Por Pedro Fernandes, marketing manager da Edigma

Pré-GPS, a missão de nos deslocarmos a um destino desconhecido era sempre recebida com um misto de excitação, incerteza e risco.

Se, por vezes, a tarefa era cumprida imaculadamente, noutras alturas o resultado era um valente atraso e uma história rocambolesca para mais tarde recordar. A massificação dos aparelhos GPS não só acabou com estes episódios pitorescos, como também veio permitir que chegássemos ao nosso destino sãos e salvos.

Mas… e se tivesse à sua disposição um GPS indoor? Imagine o seguinte: está num centro comercial e quer comprar uma camisola, ou está à procura de uma loja específica e pretende saber como lá chegar. Um GPS indoor que disponibilize estas informações seria uma arma secreta para o retalho físico! Melhor mesmo só se o GPS funcionasse no interior da loja e disponibilizasse informação sobre cada produto com uma precisão de centímetros!

Se existisse nestes moldes, este GPS proporcionaria um infindável número de vantagens aos retalhistas. Seria possível, em lojas, centros comerciais e outros espaços públicos, acompanhar o percurso do cliente dentro da loja, disponibilizando-lhe informação em tempo real (como por exemplo, notificar todas as pessoas na zona de restauração que filmes iriam iniciar na meia hora seguinte). Seria ainda possível que disponibilizasse informação detalhada sobre aquele novo modelo de LCD de grandes dimensões, ou sobre aquelas colunas de última geração.

Deixaria de ser necessário aguardar pela disponibilidade do colaborador da loja ou de recorrer à Internet para saber informação pormenorizada (uma das desvantagens do retalho físico). Idealmente, seria até possível efectuar o pagamento de um artigo sem ter que ir para a fila.

Toda esta descrição parece pura ficção inspirada em filmes de Hollywood. Felizmente para nós, vivemos numa era em que a realidade acompanha, de perto, a ficção. O que ontem é imaginado hoje é possível, e algo deste género já é uma realidade.

Os beacons são pequenos dispositivos físicos transmissores de informação que podem ser colocados em praticamente qualquer sítio e que nos permitem aceder a essa informação a partir de um telemóvel ou tablet. Funcionam com tecnologia Bluetooth de baixo consumo energético para transmitir a informação e, quando aplicados em lojas, os beacons permitem aceder a uma ampla variedade de informação sobre produtos específicos.

A liderar esta revolução tecnológica no retalho está a Apple, com a sua versão destes pequenos dispositivos de seu nome iBeacon. Desde o lançamento do iPhone 4S, a Apple tem discretamente equipado os dispositivos subsequentes, tanto smartphones como tablets, com esta tecnologia, estimando-se que existam neste momento mais de 250 milhões de dispositivos que podem ser utilizados como receptores ou emissores.

No final de 2013, mais de duas centenas de lojas Apple nos EUA passaram a utilizar iBeacons para registar o movimento dos clientes dentro das lojas, disponibilizar informação sobre os produtos e até para efectuar pagamentos. Além de lojas como a Macy’s, outros espaços públicos estão a embarcar nesta aventura. A MLB (Major League Baseball) já está a usar esta tecnologia para proporcionar uma melhor experiência aos adeptos. Museus, aeroportos ou hospitais são também espaços públicos que podem beneficiar com esta tecnologia.

Esta revolução digital dos beacons traz ao retalho físico um infindável número de oportunidades de melhorar a experiência de compra proporcionada. E estamos apenas no início! Novas funcionalidades irão surgir, à medida que a tecnologia evolui. A criatividade irá desempenhar um papel importante, assim como o respeito pela privacidade do cliente. A bola está do lado do retalho físico…

Twitter: @buildinglfstyls

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