Os desafios do retalho

A criação de novas categorias de produtos, integrando a “funcionalidade do produto” e a “consciência das missões sociais” que envolvem a comunidade de onde esses mesmos produtos são originários, é um dos desafios do sector da distribuição.

“Perante as mudanças de hábitos, que se repercutem no próprio consumo, os retalhistas terão de se assumir como os “curadores da vida dos clientes”, disse David Lopes, da Daymon Worlwide, por ocasião do V Congresso da APED.

Para o futurista e estratega em inovação, Anders Sorman-Nilsson, perante os inúmeros estímulos informativos que tendem a transformar a mente dos consumidores em algo digital, há espaço para as emoções nesta relação.

Apesar do impacto crescente do digital nos hábitos de consumo e nos próprios pontos de venda, “há coisas que nunca poderão ser tornadas digitais”, defende Sorman-Nilsson. Para o especialista sueco, as “organizações adaptáveis” serão aquelas que conseguirem encontrar este meio-termo entre mentes digitais e corações analógicos.

Keith Mercier, líder da área global de Retail Transformation da IBM, defendeu, por outro lado, que o retalho tem de se adaptar às necessidades e exigências do consumidor, cada vez mais integrado em redes de influência. “É preciso ouvir, aprender, comunicar com o consumidor de uma forma mais relevante”.

O perito em sustentabilidade e green business, Andrew Winston, por sua vez, apelou à diminuição da pegada ecológica das empresas. Para este especialista, a lente da inovação permitirá às organizações diminuir custos a longo e médio prazo, daí que muitas empresas comecem agora a integrar a “missão verde” na sua própria identidade. “A sustentabilidade não deve ser filantropia, mas parte integrante do modelo de funcionamento do negócio”, defendeu. O perito em sustentabilidade acredita ainda que o mercado de energia limpa representará 2,2 biliões de dólares em 2020.