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Manual prático para um local de trabalho mais eficiente, por Rita Sampaio (Maquijig)

Por a 4 de Fevereiro de 2014 as 10:24

Por Rita Sampaio, CEO do Centro de Empresas Maquijig*

Locais de trabalho eficientes dão origem a equipas mais eficazes. Este conceito ganha uma maior importância à medida que a situação económica mundial afecta negativamente as empresas e consecutivamente os seus colaboradores. Estes têm de fazer mais com menos recursos e devido à falta de liquidez das empresas, a empresa acaba por optar pelo ‘downsizing’, reduzindo também recursos humanos.

Criar um ambiente de trabalho seguro, saudável e produtivo para os colaboradores não deve ser apenas encarado como uma obrigação legal, mas também como um factor-chave para uma maior produtividade e eficiência.

Apontamos neste manual quatro erros críticos que podem seriamente comprometer a eficácia de qualquer empresa e respectivas equipas e para cada erro uma correção. O resultado serão quatro advertências versus quatro boas práticas. Errar é humano, mas corrigir os erros revela muita força, determinação e um ‘mindset’ muito bem definido, qualidades estas que qualquer empresa que valorize o sucesso do seu negócio deve ter em conta. E como empresas, falamos tanto do sector privado como do público, inclusive de organizações sem fins lucrativos.

Erro 1: Tentar implementar um programa organizacional só por ser moda

Esta é uma mensagem que não será bem recebida no seio da equipa porque um local de trabalho eficiente é algo ao qual um bom colaborador dá valor e caso não tenha a última coisa que deseja é que a empresa não leve a sério um conceito tão importante como este, ridicularizando-o, e desejando implementá-lo só por ser moda ou para ficar bem vista no mercado onde opera.

Boa prática 1: Construa e apresente aos seus colaboradores um programa efectivo para um ambiente de trabalho mais eficiente que seja um caso de sucesso. Seja coerente e lute realmente pela implementação desse programa, mantendo a mensagem viva e a equipa alerta com uma boa estratégia de comunicação.

Erro 2: Não analisar as necessidades de forma adequada

Muitas organizações caem no erro de medir o sucesso dos seus programas implementados através de uma única vertente, a da formação. Isto é, se a formação correr bem, então foi um sucesso. Quando o que realmente importa é medir os resultados reais que essa acção de formação gerou. Não se trata apenas de formar a equipa mas também, e principalmente, analisar os efeitos que essa formação está a ter em todos os colaboradores. Os programas de formação e treino devem ser vistos como parte integrante do programa estratégico para um local de trabalho mais eficiente e não como um fim em si mesmos.

Boa prática 2: Conduzir uma adequada avaliação das necessidades antes de desenhar e implementar um programa para um local de trabalho mais eficiente. O foco deve estar em conseguir uma mudança comportamental de valor sempre que necessário e possível.

Erro 3: Ter uma estreita visão do problema

Um programa para um local de trabalho mais eficiente que se foque exclusivamente em políticas de anti-assédio sexual, anti-discriminação e/ou respeito pelos direitos humanos, comunica uma mensagem pobre, incompleta e até errónea de que, por exemplo, comportamentos de indelicadeza e falta de civismo não são tão mal vistos perante a sociedade como os de discriminação ou assédio, quando na verdade também eles levam a más condutas no local de trabalho.

Boa prática 3: Congregue todas as más condutas e comportamentos impróprios no seu programa para um local de trabalho mais eficiente, nomeadamente problemas de violência física, ameaças, ‘bullying’, assédio, discriminação, insolência e desrespeito.

Erro 4: Diferenciar “Comportamentos de risco” de “Danos reais causados por esses comportamentos”

Se, por um lado, existem razões bastante válidas para distinguir que alguns comportamentos são facilmente corrigidos e outros já envolvem violações de leis penais, por outro lado poderão surgir problemas quando as empresas – através dos seus actos ou mesmo de comunicações – enviam mensagens à equipa de que comportamentos de risco não devem ser tão penalizados como os que já levaram a danos reais. Erro crasso. A tolerância para comportamentos de risco, como faltas de respeito e de civismo e indelicadeza, aumentam as hipóteses dos danos realmente acontecerem. Isto é, há que combater um comportamento lascivo, quer este tenha consequências negativas em outrem ou não, pois existem grandes possibilidades deste, por si próprio, potenciar esse dano mais cedo ou mais tarde. Não deve haver espaço para que no seio da empresa tal infortúnio aconteça.

Boa prática 4: Coloque todo o seu foco na identificação de comportamentos de indelicadeza e aplique regras rígidas sobre esse tema no seu programa estratégico para um local de trabalho mais eficiente, assim como as aplica para temas considerados mais “pesados” como assédio, discriminação e actos de violência física e psicológica.

*A Maquijig é um centro de empresas que oferece um leque alargado de serviços aos clientes e membros de networking, entre estes Escritórios Virtuais, Coworking, Hot Desking e serviços de aluguer de espaços para formações e eventos

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