Retalho de luxo prospera na Europa
Paris é o epicentro do investimento em retalho de luxo na Europa, revela o último relatório da Jones Lang LaSalle

Rita Gonçalves
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Em contra-ciclo à turbulenta economia global, os sectores de turismo global e de produtos de luxo estão a prosperar num cenário de crise económica.
No seu último relatório Pulse, a Jones Lang LaSalle destaca Paris como o epicentro do investimento em retalho de luxo na Europa.
No relatório “Destination Europe 2013”, Paris apresenta as rendas mais elevadas para retalhistas internacionais, seguida de Zurique e Londres. A capital francesa continua a atrair as maiores marcas nacionais e internacionais que inevitavelmente escolhem esta cidade para abrir ‘flagship stores’, em particular para as insígnias premium e de luxo”, disse James Dolphin, Head de Retalho na região EMEA.
Neste estudo, Lisboa surge posicionada como o 19º destino europeu preferido pelos retalhistas internacionais para a abertura de lojas, a menos de meio de uma lista que contabiliza 56 cidades. No que concerne especificamente as escolhas dos retalhistas de luxo, a capital portuguesa assume a 22ª posição entre 57 cidades na Europa.
“Lisboa está a assistir a um interesse crescente por parte das marcas de luxo para abertura das suas lojas, que vêem na Avenida da Liberdade a sua localização de eleição, explica Patrícia Araújo, Head of Retail da Jones Lang LaSalle. “O número de turistas provenientes de países emergentes como a China, Angola, Brasil ou Rússia, e que circulam nesta artéria, veio despertar este interesse, uma vez que são potenciais clientes e que procuram este tipo de marcas. As recentes aberturas da Cartier, Max Mara, Michael Kors e Torres Joalheiros vêm comprovar este interesse”.
Luxo gera procura dinâmica
A procura de espaços no triângulo dourado Parisiense (que integra as avenidas dos Campos Elísios, George V e Montaigne) mantém-se elevada, enfrentando, contudo, uma oferta quase inexistente. Em 18 meses, as rendas tradicionalmente pagas pelo sector de luxo quase duplicaram na famosa avenida dos Campos Elísios, alcançando os €18.000/m²/ano (zona A), revela a Jones Lang LaSalle.
Os valores ‘prime’ estão também num percurso crescente para cerca de €9.000/m²/ano na Avenida Montaigne e para €7.500/m²/ano na Rua Saint-Honoré, com a Armani, a Fendi e a Qela a juntar-se a marcas como a Dior ou a Chanel, que inauguraram já este ano.
O sector de luxo está a desenvolver-se a bom ritmo, sustentado em particular pela emergência dos países BRIC – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, contribuindo para o crescimento desta indústria.
O interesse nos bairros mais exclusivos continua inalterado, especialmente por parte de investidores estrangeiros.
“Nunca se registaram tantas aquisições nos Campos Elísios como nos dois últimos anos. Os números 52 (Virgin) e 116 bis (Lido) foram comprados em 2012 pelo Qatar Investment Authority (QIA). Em 2013, o número 118 (Mercedes-Benz) foi comprado pela Pramerica e o número 76-78 (Levi´s) pela AG Real Estate. Estes investimentos totalizaram mais de um bilião de euros entre 2012 e meados de 2013”, explica Sophie Benaïnous, Research Manager na Jones Lang LaSalle.
Novas áreas de luxo
Com o Triângulo Dourado na sua plena capacidade, as oportunidades para capitalizar a procura de luxo começam a emergir em novos bairros e em áreas que estão a expandir-se ou a reforçar o seu posicionamento no segmento alto.
Na margem direita do Sena, o bairro de Haussmann/Opéra está a ser alvo de importantes alterações no sentido de elevar a sua oferta de retalho, estando prevista a abertura de lojas da Cartier, Tag Heuer e Omega em 2013/14. A Printemps está a reposicionar-se de forma decidida no sector de luxo e o anúncio da sua aquisição pela Qataris irá certamente contribuir para fortalecer esta sua posição. As rendas tradicionalmente praticadas nesta área alcançam €7.500/m²/ano.
Na margem esquerda, o bairro de Saint-Germain-des-Prés está igualmente a reforçar a sua oferta de comércio de luxo nos últimos dois a três anos, com a vinda da ‘flagship store’ da Ralph Lauren e da Hermès. Ao contrário do bairro da Haussmann/Opéra, este é um destino mais impulsionado por consumidores locais com poder de compra e por turistas que conhecem a zona. Ainda assim, as rendas cresceram e os melhores espaços estão agora a ser transaccionados em torno dos €5.500/m²/ano.
O sector de luxo “adapta-se bem e irá gerar negócio onde quer que esteja. As marcas de luxo estão agora a ir mais longe, procurando ‘deixar’ as ruas de Paris para investir também em centros comerciais nos próximos anos. Esta diversificação é directamente inspirada pelos centros comerciais dos países emergentes, cujo ‘feedback’ de sucesso tem encorajado as marcas de luxo a investir neste novo ambiente de centro comercial”.