Salários médios nas empresas exportadoras são mais elevados
As empresas exportadoras de Portugal praticam salários médios mais elevados, segundo um estudo do Banco de Portugal
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Rita Gonçalves
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As empresas exportadoras de Portugal praticam salários médios mais elevados e têm um rácio de capital por trabalhador superior às que operam apenas no mercado interno, segundo um estudo do Banco de Portugal.
No Boletim Económico de Inverno, o banco central apresenta uma caracterização da actividade exportadora das empresas portuguesas, num estudo que incide sobre o período de 2006 a 2012 e cuja amostra é a base de dados da Informação Empresarial Simplificada.
Os autores do relatório concluíram que as empresas que exportam (novas e que permanecem) têm uma dimensão maior do que as que operam apenas no mercado interno e que as empresas que permanecem são tipicamente mais produtivas do que as novas exportadoras.
Isto explica que o nível de capital por trabalhador e que o nível salarial dos trabalhadores seja, em média, mais elevado nas empresas exportadoras do que nas restantes.
“A distribuição do rácio ‘capital por trabalhador’ revela que este é normalmente superior nas empresas exportadoras que permanecem do que nas novas exportadoras e este é maior do que nas não exportadoras. O mesmo perfil é visível na variável ‘salário por trabalhador'”, lê-se no documento.
O Banco de Portugal concluiu, no entanto, que as exportações portuguesas estão “muito concentradas num número muito reduzido de empresas” e que a evolução das exportações é dominada sobretudo pelas empresas que permanecem na actividade exportadora, um comportamento semelhante ao verificado noutros países.
Ainda assim, o banco central destacou o contributo dos exportadores mais recentes, apontando que, entre 2010 e 2012, as empresas que tinham iniciado actividade há menos de 10 anos foram responsáveis por cerca de um terço do crescimento médio nominal das exportações.
O estudo refere ainda que, em 2012, cerca de um quarto das exportações resultou de empresas que iniciaram a actividade após o ano 2000, o que, de acordo com a instituição liderada por Carlos Costa, traduz a “dinâmica exportadora nas empresas mais jovens”.
As exportações deverão continuar a aumentar até 2015, mantendo-se o “crescimento forte, suportado pela recuperação da procura externa”, ainda que a um ritmo abaixo do registado antes da crise financeira, segundo o Banco de Portugal.
Nas suas previsões, o Banco de Portugal espera que as exportações aumentem 5,9% este ano, 5,5% no ano seguinte e 5,4% em 2015, estimando que, no último ano do período, as exportações representem 44% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O contributo das exportações para o comportamento do PIB deverá manter-se relativamente estável em 2,2 pontos percentuais, reflectindo a manutenção do dinamismo desta componente, que deverá registar um crescimento anual próximo de 5,5% em 2014-2015”, lê-se no documento.
Com Lusa