Requeijão e unidose dominam tendências nos lácteos
A Tété investiu mais de 100 mil euros para desenvolver uma nova gama – manteigas tradicionais. Em discurso directo, João Amaro, director-geral da empresa, revela a estratégia delineada para os novos produtos e as grandes tendências de consumo da categoria de lactícinios
Rita Gonçalves
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Entrevista a João Amaro, director-geral da Tété
A Tété investiu mais de 100 mil euros para desenvolver uma nova gama – manteigas tradicionais. Em discurso directo, João Amaro, director-geral da empresa explica a estratégia delineada para os novos produtos
Investiram mais de 100 mil euros para lançar a primeira gama de manteigas. Como nasceu este projecto?
Verificámos que as natas que extraímos do leite tinham imensa qualidade e que, se obedecessem a critérios rigorosos, poderiam criar um factor de diferenciação importante num produto onde o mercado se encontra estagnado.
O que traz o produto de novo ao mercado nacional?
Tratam-se de manteigas tradicionais, elaboradas a partir de uma receita antiga e processadas exactamente dessa forma, tradicional.
Trazem de novo a possibilidade de, àqueles a que as vivências a isso permita, recordarem os sabores das manteigas de outrora. Das manteigas produzidas localmente, mas com uma garantia de qualidade e salubridade.
As nossas têm também uma baixa adição de sal, com notas de flor de sal, o que permite percepcionar os diferentes e agradáveis aromas de cada uma delas.
Por fim, em conjunto com a nossa equipa de designers, criámos um packaging elegante e sofisticado que fará com que o consumo da Manteiga Tradicional TÉTÉ seja um momento de puro prazer e requinte.
Quais os objectivos de vendas dos novos produtos?
Os objectivos de venda estão definidos a médio prazo. Preferimos agora concentrar-nos em atingir determinados nichos de mercado. O trabalho de marketing que temos efectuado tem dado indicações bastante positivas.
Quais os países com maior potencial para receberem as novas manteigas?
Alguns países europeus, o mercado asiático, alguns nichos de mercado no continente africano e os países de língua oficial portuguesa.
De certeza que os nossos produtos têm imenso potencial nos mercados onde a qualidade é o factor de diferenciação.
Como correu o primeiro semestre? Como estima que evolua o vosso negócio até ao final do ano?
Ainda não fechámos as contas do primeiro semestre. O volume de negócios tem crescido cerca de 10% face ao período homólogo. Ficaremos satisfeitos se atingirmos esta taxa de crescimento no final do ano.
Quanto representa a exportação no volume de negócios?
Actualmente, a exportação tem uma representatividade baixa, não chega aos 5% do volume de negócios. É natural que esta representatividade aumente já no curto prazo.
Quais os países para onde exportam e o quê?
Exportamos queijos para Espanha, Polónia, Guiné e Luxemburgo. Recentemente, iniciámos também o processo de exportação das manteigas para Espanha.
Que balanço faz do mercado interno de lacticínios no primeiro semestre?
Não obstante o aumento do preço das matérias-primas, para nós o balanço é positivo.
Temos verificado que os clientes têm feito algumas alterações nos seus padrões de consumo. Por exemplo, verificámos um aumento significativo na procura de requeijão que é um produto com um preço mais acessível.
Também nos queijos frescos notámos um aumento de consumo das “unidoses” de menor tamanho, 80 gramas, em detrimento dos produtos de maior gramagem.
Os consumidores estão cada vez mais atentos aos gastos e tentam criar os cabazes de consumo doméstico com o menor custo possível.
Como têm dinamizado o consumo dos vossos produtos, nesta altura de crise e recessão?
Temos desenvolvido acções de promoção e degustação dos nossos produtos em vários pontos de venda e, essencialmente, continuamos a dar primazia às relações de proximidade com os clientes. A nossa carteira de clientes tem uma média de 10 anos de relacionamento.
Paralelamente, sabemos que nunca poderemos descurar a qualidade em detrimento de preço.