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Como correu o Natal no retalho, por Sérgio Leote (Michael Page)

Por a 4 de Janeiro de 2013 as 19:14

Por Sérgio de Sena Leote, Senior Consultant Michael Page Retail

 

2012 terá sido sem sombra de dúvidas um ano desafiante para a maioria das insígnias da distribuição, bem como para a generalidade dos que fazem parte do espectro das empresas de Bens de Grande Consumo.

Numa altura em que a maioria ainda estará a fazer a análise de impacto do que foi a época natalícia, outros já estarão a apontar baterias para o que será 2013. A época natalícia sempre se caracterizou por ser uma época de consumo por excelência, ainda que este efeito seja sentido de formas diferentes de sector para sector, para muitas empresas do sector de retail ou FMCG é analisado com bastante cuidado e preocupação.

Como já se referiu, o efeito natal não é sentido da mesma forma por todas as empresas de FMCG ou Retail e se para algumas se trata apenas de mais um momento de consumo, para outras trata-se do momento. Também esta altura, mesmo para aqueles em que se perspectiva como sendo crucial, lembro-me por exemplo do sector dos brinquedos ou das bebidas espirituosas, tem vindo a conhecer metamorfoses muito significativas, podendo-se destacar essencialmente as reduções no período de compra bem como no cabaz médio.

No que diz respeito ao aumento do consumo, e se houve tempos em que este começava a surtir efeitos logo nos meses de Setembro ou Outubro, hoje é cada vez mais aceite que este período se circunscreve a alguns dias de Dezembro. Esta concentração do momento de compra, revela-se como sendo uma prova árdua às várias cadeias de supply chain e uma justificação para as várias rupturas de stock a que vamos assistindo nos vários lineares. É igualmente o que explica que algumas marcas apareçam em alguns estudos de mercado sem que nada o faça prever. Perante isto, tentam-se delinear múltiplas estratégias para fazer face a esta realidade, ainda que por vezes inglórias.

O sector de grande consumo em geral tem-se caracterizado por mudanças sucessivas: Por ter uma dinâmica bastante elevada e por, consecutivamente, procurar estratégias mais assertivas. Porém, estas alterações têm vindo a acontecer de forma progressiva, como que no seguimento de um processo. Os desafios que o mercado coloca hoje ao sector, fazem com que estas alterações ou mudanças tenham que ser ainda mais profundas. Profundas ao ponto de se poder falar numa mudança de paradigma. O mercado mudou e quando se fala de 2013, ainda que em perspectiva, o denominador comum de todas as conversas será a crise. Todos aceitarão esta premissa como verdadeira, mas só conseguirão ser verdadeiramente sucedidos num mercado tão desafiante como o que vamos encontrar em 2013, aqueles que conseguirem ler a palavra crise como um ponto de partida e não um ponto de chegada.

 

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