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Tempos de Mudança, por Sérgio Leote ( Michael Page)

Por a 6 de Novembro de 2012 as 21:42

Por Sérgio de Sena Leote, Senior Consultant Michael Page Retail

É um facto aceite de uma forma mais ou menos generalizada que o retalho tem vindo a passar, nos últimos anos, por vários processos de mudança. Creio mesmo que o termo correcto a utilizar será o de metamorfose. Será relativamente fácil de aceitar também que os desafios que se têm vindo a colocar ao sector são enormes, dado que os objectivos se fixam cada vez mais altos, onde palavras como flexibilidade, qualidade, nível de serviço e diferenciação ganham especial destaque.

Somos hoje confrontados com números que nos fazem traçar um quadro verdadeiramente desafiante para o sector do retalho. As comparações com períodos homólogos farão aumentar ainda mais as preocupações de quem analisa e se preocupa com estes números. Os dados publicados pela APED para o período compreendido entre Janeiro de 2011 e Março de 2012, indicam que terão fechado 37 lojas de distribuição moderna. Consequentemente, teremos que avaliar a contribuição significativa que estes encerramentos tiveram na redução de postos de trabalho que se fez sentir no sector, que se cifrou em mais de 6.500 postos de trabalho. É efectivamente um cenário pouco animador e quando ilustrado por números concretos, torna-se ainda mais sombrio.

Perante estes números e depois de ponderadas e avaliadas que estão todas as forças que fazem reduzir o consumo, creio que a estratégia deverá ser de tentar avaliar esta realidade como uma oportunidade e não apenas como um retrocesso ou obstáculo. A análise que se tem que fazer, será a do chamado copo meio cheio e não do copo meio vazio. Da inércia e dos estádios de apatia nunca resultaram crescimentos ou saídas viáveis de situações de crise. Se muito se tem pensado e discutido sobre as adaptações à realidade local, hoje mais do que nunca se exige que se percepcionem estas mudanças de paradigma e se apliquem medidas concretas. A pressão dos números faz com que estas decisões sejam tomadas rapidamente. Mais do que nunca o sector terá que se reinventar. Vamos assistindo aqui e ali ao aparecimento de novos conceitos, mais flexíveis, dos quais se poderão destacar novos conceitos como as Pop Up Stores ou o aluguer mais flexíveis de espaços em centro comerciais. Podem e devem destacar-se também outros conceitos inovadores que têm surgido e que são já casos de sucesso, no qual o Príncipe Real, p.ex., aparece quase como uma incubadora por excelência. Porém, se é certo que para fazer face aos novos desafios a diversificação de conceitos é primordial, hoje mais do que nunca a imersão destes conceitos deverá ser devidamente escorada pelas traves mestras do método e da disciplina.

Se estas premissas devem ser levadas a sério no seio do sector de retalho, devem igualmente ser consideradas para os seus fornecedores, dos quais destaco a área do Recrutamento & Selecção.

Aludindo às teorias darwinistas, será esta capacidade de adaptação ao meio que vai determinar a selecção natural do sector.

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