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Manitou traça destino com nova liderança

Por a 10 de Outubro de 2012 as 15:33

Na sua primeira entrevista após assumir a liderança ibérica da Manitou, João Hébil esboça o presente o futuro da empresa de empilhadores

 

Desde 2008 à frente dos destinos da Manitou Espanha, João Hébil assume agora a direcção-geral ibérica da empresa de empilhadores. Qual a estratégia da nova liderança para o negócio em Portugal?

Não há que haver forçosamente uma nova estratégia com a mudança na liderança, uma vez que esta mudança não aconteceu por falhas na estratégia. É claro que não há duas pessoas iguais, ou com o mesmo pensamento, mas começaremos, desde já, com uma ideia de continuidade do trabalho que vinha sendo feito, com um ou outro detalhe que tentaremos afinar ao longo do tempo. No fundo, a estratégia do grupo é comum a todos os países e passa pela aplicação dos seus cinco valores: Liderança, Antecipação, Responsabilidade, Diferença e Enfoque no cliente.

Quais as vantagens de ter uma liderança ibérica?

As vantagens são várias e posso começar por referir que é uma situação que já conheço bem, pois já passei pelo mesmo antes de entrar na Manitou. Ao ser português e viver há mais de 12 anos em Espanha creio compreender um pouco a mentalidade de cada país. Depois há o tema económico, já que nos permite partilhar recursos que de outra forma estavam sobre-dimensionados à realidade de cada país. Numa altura em que a competitividade é cada vez maior, passe o lugar comum, a empresa deve arranjar formas de se manter competitiva nos mercados onde actua. Da mesma forma, numa Europa cada vez mais global, permite-nos repartir de uma forma mais eficaz a cobertura das zonas geográficas e isto apesar da barreira do idioma que continua a existir. Uma liderança conjunta permite também uma partilha de stock que de outra forma se revela mais complicado de gerir, acabando por beneficiar os dois países.

Que tipo de ensinamentos pode trazer da sua experiência em Espanha para implementar em Portugal?

Por cada sítio por onde passei fui ganhando experiência e nos dias de hoje não deixo de o fazer. Outro lugar comum mas que reflecte a pura realidade. De Espanha posso trazer isso mesmo, uma experiência adquirida num mercado não tão diferente do nosso, e que pode dar frutos em Portugal. Mas, esta experiência não tem um sentido único, também de Portugal posso levar para Espanha processos diferentes que poderão ter sucesso lá. Nós em Portugal também sabemos fazer as coisas, às vezes não temos é consciência disso.

Que objectivos traçou a nova liderança para Portugal?

Estabilizar a equipa de acordo com duas vertentes, uma interna com a minha incorporação na mesma e outra externa face ao mercado, com as contrariedades que este nos apresenta hoje. Paralelamente, queremos manter a quota de mercado e respeitar os nossos valores, sempre com a visão de sermos os líderes na movimentação de cargas.

Como correu o primeiro semestre do ano à Manitou?

Correu bastante bem no primeiro semestre, ao nível geral do grupo, como se pode verificar pelos resultados obtidos, onde especialmente o primeiro trimestre se poderia classificar de excelente. No caso concreto de Portugal, assistimos a uma quebra da procura a nível nacional, compensada de alguma forma pelas encomendas obtidas pelo mercado angolano que controlamos a partir daqui.

De que forma a crise afecta o negócio em Portugal?

Com a crise, os investimentos decaem, especialmente no sector da construção e logicamente o seu impacto faz-se sentir na venda de equipamentos. Toda esta situação acaba por atingir também o sector da indústria, se bem que não da mesma forma, e o sector agrícola é ainda muito pequeno para poder ter uma incidência significativa no nosso negócio.

Quais as principais tendências no mercado nacional de empilhadores?

Em termos da gama de empilhadores industriais, a maior tendência de mercado incide na gama eléctrica entre as 1,5 e 2,5T. Dentro do segmento diesel, os empilhadores entre as 2,5 e as 3T são os mais procurados. Em termos de serviços, temos registado igualmente uma grande procura do renting full service, que temos acompanhado com as soluções Manitou Finance.

Quais as perspectivas da empresa para o mercado nacional até ao final do ano?

A nossa previsão é duplicar quase ao detalhe os valores do primeiro semestre, apesar das férias de Verão e do Natal, resultado de alguns negócios importantes que fechámos ou estamos a ponto de o fazer.

Qual a facturação da empresa no ano passado?

Em 2011, obtivemos um volume de negócios de 10.141.994,00€, para este ano estimamos um acréscimo de 2,5%.

Que acções têm levado a cabo para dinamizar o negócio em Portugal?

No que concerne ao mercado dos empilhadores industriais, lançámos recentemente uma nova gama de empilhadores térmicos – a gama MI. Ao todo 12 modelos, entre 1,5T e 3,5T que vieram completar uma oferta única. Igualmente procedemos a diversos updates na gama de equipamentos de armazenagem e de plataformas elevatórias. Ainda do lado do produto, temos apostado em demonstrações e road-shows.

Já do lado dos serviços, temos vindo a apostar fortemente num conjunto de soluções, como contratos de manutenção, financiamento e aluguer através da Manitou Finance ou a gestão de frotas, que são decisivos neste mercado concorrencial.

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