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Entrevista: “Antecipar o mercado e investir nas marcas, são os segredos do Grupo Manuel Serra”

Por a 12 de Julho de 2012 as 19:34

Entrevista Fernando Dias Ferreira, presidente do conselho de administração do Grupo Manuel Serra

 

O Grupo Manuel Serra, proprietário do azeite Serrata, factura cerca de 42 milhões de euros. Este ano estima crescer 20% à boleia da exportação.

 

Como está o correr o desempenho do Azeite Serrata no mercado interno?

O nosso País está a viver um período difícil. Mas cedo fomos antecipando este cenário e tudo fazemos para que os nossos parceiros da grande distribuição, operadores grossistas e retalhistas, possam continuar a ver nos nossos produtos, sobretudo os da marca Serrata, um item de referência no mercado. A marca desenvolveu uma gama que responde, de forma competitiva, ao mercado. Tem elevada qualidade a um preço competitivo e justo. Estamos confiantes que vamos aumentar a nossa pró-actividade, a Serrata vai aumentar a sua dinâmica de marca.

A Serrata inaugurou em 2010 uma nova fábrica com capacidade para embalar 20 milhões de litros/ano, um investimento de mais de 3 milhões de euros. A unidade está a laborar em pleno a sua capacidade?

A nossa fábrica aumentou muito a sua capacidade de produção. Mas não estamos ainda numa utilização plena. Hoje a nossa capacidade laboratorial, industrial e logística está ao nível das unidades mais modernas. Temos ferramentas de gestão que nos permitem controlar e intervir sobre qualquer ponto da cadeia do negócio e um corpo de colaboradores identificado e empenhado com os objetivos da Serrata e do Grupo Manuel Serra. Temos ainda uma margem de crescimento e segurança para o fazermos.

A empresa já recuperou o investimento feito na fábrica?

O planeamento que fizemos da nossa expansão industrial previa que este investimento fosse recuperado num prazo relativamente curto. Mas ainda não atingimos esse momento.

Além de azeite, que outros produtos alimentares embalam?

Além do azeite, operamos também nas categorias de óleos alimentares, vinagres e sabão. São o complemento natural daoferta seja no mercado nacional seja nos internacionais.

Qual o volume de negócios do Grupo Manuel Serra?

O nosso grupo agrega várias empresas e factura cerca de 42 milhões de euros. Duas empresas são do sector agro-alimentar – a Manuel Serra SA e a Cidacel SA – e a Saboaria do Bolhão opera na produção de sabão tradicional “Offenbach”.

Quanto representa o sector do azeite na facturação?

O azeite é o nosso core business. Representa 85% da nossa facturação. Os restantes 15% resultam das outras áreas em que estamos também envolvidos.

Estimam fechar o ano com que evolução no volume de negócios?

Este é um ano muito interessante para nós, sobretudo no plano internacional. Estamos a concretizar, no ano corrente, muito do esforço comercial que preparamos em ciclos anteriores. As parcerias que estabelecemos com importantes cadeias de distribuição permitiram-nos ultrapassar os objectivos inicialmente assumidos e, nesta altura, estimamos um crescimento em 2012 na ordem dos 20%.

Qual a estratégia do azeite nos mercados externos?

Não faz parte do nosso ADN lamentarmo-nos e vemos até com agrado o interesse que os nossos governantes têm vindo a demonstrar por este sector. Está em curso a implementação de algumas novas práticas, de empenho politico, que poderão, de forma mais efectiva, apoiar este sector na internacionalização. Mas a nossa internacionalização foi muitas vezes uma caminhada solitária: tivemos de “criar” quase de raiz alguns mercados; combater players alavancados por diplomacias económicas muito agressivas, como a italiana ou espanhola; combater barreiras de “contexto”; demonstrar que o azeite português é um dos melhores do mundo. Os mercados de nicho ou viver só do (importante e por nós muito acarinhado) “mercado da saudade” não é suficiente. Temos até produtos como o Serrata Sublime e marcas como a Vila Flor, que até se encaixam nessa matriz.

O padrão de sucesso, não podemos ignorar, é correr o mundo e ver azeite com a nossa marca em lineares da Makro , do Wall Mart, do Grupo Pão de Açúcar, do Carrefour ou da Bloc.

Como se chega lá? Tendo e demonstrando que temos um produto de qualidade e sabor irrepreensíveis – possuímos hoje as certificações de qualidade mais exigentes, como a IFS Food -, tendo uma capacidade industrial e logística eficaz e sendo capazes de, em colaboração com os parceiros locais, ler e antecipar o mercado e não deixar de investir nas marcas.

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