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PARCA reconhece dificuldade dos agricultores em aumentarem preços. APED contesta 1º relatório

Por a 31 de Maio de 2012 as 15:44

Os produtores agrícolas não conseguem repercutir nos preços de venda o “grande aumento” dos custos de produção que teve um impacto “fortemente negativo” sobre as margens dos agricultores.

 

Esta é uma das principais conclusões do primeiro relatório “Índice de Preços na Cadeia de Abastecimento Alimentar”. “O preço implícito no produto agrícola teve uma diminuição real de 26% entre 2005 e 2011”.

A primeira edição do relatório trimestral da plataforma criada para acompanhar as relações na cadeia agro-alimentar (PARCA) vale-se de uma análise de 2010 da Autoridade da Concorrência para corroborar a dificuldade dos agricultores em repercutir no preço de venda o aumento do custo de produção. Relatório esse que havia constatado “um desequilibro negocial” entre distribuidores e fornecedores que revelou um “desequilibro negocial entre as duas partes, com preponderância para os primeiros”.

A APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) já veio a terreiro contestar a metodologia do estudo, que não serve os “propósitos” para os quais foi criado e “não consegue ilustrar com transparência a criação de valor ao longo da cadeia, uma vez que só analisa os custos de produção na agricultura e ignora os custos da indústria e distribuição”.

 

Evolução de preços simétrica na cadeia

O relatório “Índice de Preços na Cadeia de Abastecimento Alimentar” constata ainda que a evolução dos preços agrícolas é acompanhada por uma evolução aproximada nos preços dos bens alimentares na indústria e no consumidor. “os preços na produção e no retalho têm evoluído de forma simétrica a nível genérico”, ou seja, “quando crescem no supermercado, crescem no produtor e quando descem no supermercado descem no produtor”, explicou à Lusa o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.

Os preços dos bens alimentares na produção , indústria e consumidor registaram a partir de 2009 um crescimento inferior ao da inflação, conclui o relatório feito com base em dados do Instituto Nacional de Estatística. Na UE 27, ao contrário, o ritmo de crescimento dos preços nacionais dos bens alimentares foi superior ao da UE 27 em toda a cadeia de abastecimento alimentar.

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