Assunção Cristas, Ministra da Agricultura
FMCG

Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: “A indústria é essencial para a agricultura”

Em entrevista ao Jornal Hipersuper, a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, admite que, “quando o Estado, através do Governo, pretende substituir-se aos empresários na sua função básica de escolher o que produzir, como o fazer e em que quantidades, é normalmente um estorvo”. Por isso, “a resposta apenas poderá ser dada pelos empresários do sector agro-alimentar”.

Victor Jorge
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Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: “A indústria é essencial para a agricultura”

Em entrevista ao Jornal Hipersuper, a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, admite que, “quando o Estado, através do Governo, pretende substituir-se aos empresários na sua função básica de escolher o que produzir, como o fazer e em que quantidades, é normalmente um estorvo”. Por isso, “a resposta apenas poderá ser dada pelos empresários do sector agro-alimentar”.

Victor Jorge
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Considerando a indústria transformadora “essencial” para a agricultura nacional, a Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, incita as empresas portuguesas a investir lá fora, considerando que esse investimento “poderá traduzir-se na conquista desses mercados, funcionando como uma autêntica ponta de lança para futuras exportações”.

Hipersuper(H): Portugal negociou com a União Europeia a antecipação das ajudas aos agricultores, para os auxiliar a enfrentar a perda de rendimento provocada pela seca prolongada no valor de 300 milhões de euros (num total e 600 milhões). O que é que esta antecipação poderá significar para a agricultura e agro-indústria nacional?

Assunção Cristas (A.C.): O principal objectivo do pedido em causa é o de antecipar a criação de alguma liquidez para um momento tão breve quanto possível. Tratando-se de apoios comunitários, essa antecipação tem que obedecer a regras impostas pela própria comissão, pelo que não é possível concretizá-la, como seria meu desejo, imediatamente.

H: Que repercussões tem esta seca, aliada ao aumento dos combustíveis, no sector agrícola nacional, bem como na agro-indústria? É possível contabilizar os prejuízos resultantes desta seca?
A.C.: As repercussões são, infelizmente, muito grandes e todas elas negativas, embora variando de sector para sector. Aliás, e se me permite, um dos problemas que a nossa sociedade tem, por ser tão urbana, é o de não ter a noção da importância real da chuva para a agricultura. No entanto, é fácil de perceber, se pensarmos no que aconteceria se, numa indústria alimentar, fosse cortado o fornecimento de energia eléctrica, por um período longo de tempo. A fábrica parava, não haveria produção, e adulterar-se-ia aquela que estivesse em armazém. É esta, na agricultura, a importância da água. Sem água não há produção.

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Nas actuais circunstâncias de seca, para as indústrias transformadoras, nomeadamente as alimentares, a questão coloca-se mais em termos de eventual dificuldade no acesso a matérias-primas produzidas em Portugal.

Quanto à quantificação dos prejuízos, infelizmente eles só podem ser contabilizados à medida que vão ocorrendo, até ao final do ano agrícola. De todo o modo, existe um Grupo de Trabalho e uma Comissão Interministerial que estão a acompanhar em permanência a evolução da situação, e a proceder à contabilização dos respectivos efeitos.

H: Acredita que, devido a esta realidade, os preços dos produtos agrícolas possam vir a conhecer um aumento significativo e que será o consumidor final a pagar, mais uma vez, a factura?
A.C.: Isso só poderá acontecer de forma pontual. Repare que Portugal é um País importador (no sentido em que a produção não é suficiente para fazer face ao consumo interno ou, dito de outra forma, dado que importamos mais do que aquilo que exportamos) de muitas das matérias-primas que se destinam à indústria.

Nestas circunstâncias, aquilo que se passa em Portugal não afecta minimamente o que se passa no mercado mundial. Tome por exemplo o milho ou outros cereais: produza Portugal aquilo que produzir, o preço a que as indústrias em Portugal se podem abastecer, não oscilará um cêntimo que seja. Apenas nas situações muito específicas de fornecimento de frescos (hortícolas, frutas) se poderá notar algum aumento de preço. É o que poderia acontecer, por exemplo, na indústria do concentrado de tomate, em que a matéria-prima não pode ser transportada a grandes distâncias: se houvesse expectativa de uma quebra grande de produção, poderia haver alguma subida de preço como forma de forçar mais terra a produzir. Mas chamo a atenção para o facto de, nas culturas de regadio, desde que exista água para rega, não existem razões para temer quebras de produção.

H: Durante muitos anos o Ministério da Agricultura esteve muito virado para a produção primária. Hoje é cada vez mais consensual que tem de haver uma visão de fileira e que a indústria transformadora pode ter uma papel decisivo na sua dinamização e na recuperação da economia nacional. Com vê este elo de fileira?
A.C.: A indústria é essencial para a agricultura. Ou dizendo de outra forma: o elo imediatamente a seguir à agricultura é essencial para o seu bom desempenho. Em muitos casos, esse elo é a indústria, noutros casos, como o dos produtos para consumo em fresco, é a distribuição. Aliás, os grandes sucessos da agricultura portuguesa, aqueles que ficam para a história, são uma evidência disso mesmo: o tomate para concentrado, a beterraba para açúcar, a azeitona para azeite, a uva para vinho. Talvez me esteja a esquecer de algum, mas estes são exemplos cabais da importância de termos fileiras a operar em sintonia entre os diversos elos.

E isto nada tem de desprimor para a agricultura. Como em qualquer actividade, quem “manda” é o consumidor final, com quem o produtor agrícola raramente está em relação directa. Assim sendo, a indústria transformadora ou, por vezes, a distribuição, são os motores da produção de matérias-primas agrícolas, passando para estes os sinais do mercado, e desenvolvendo parcerias que podem ter diversas expressões, como por exemplo o apoio tecnológico.

Mais uma vez o refiro: exemplos como o da indústria do tomate (este mais antigo, mas ainda vivo) ou da indústria açucareira a partir de beterraba (este mais recente, mas precocemente interrompido) são exemplos de colaboração exemplares, e que garantiram a Portugal lugares de topo a nível mundial na produção das respectivas matérias-primas agrícolas.

H: Que iniciativas está o Ministério da Agricultura a desenvolver para potenciar ainda mais esta visão integrada de fileira e que medidas/parcerias pensa dirigir para a indústria transformadora?
A.C.: A iniciativa com mais visibilidade foi a criação da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-alimentar – na qual têm assento entidades representantes dos diversos elos da cadeia alimentar. Esta plataforma, na qual a FIPA participa desde a primeira hora, tem um programa de trabalho bem definido, tendo já concluído o tratamento do tópico “transparência de mercados” com importantes decisões. Segue-se o tema da equidade ao longo da cadeia (que inclui as questões da auto-regulação, da legislação e da interprofissão) e, para concluir este primeiro ano, a valorização da produção nacional.

Em paralelo com esta iniciativa, outras coisas vão acontecendo de muito positivo, de que gostaria de salientar a importância de os sectores avançarem de forma decidida para as interprofissionais. Temos excelente legislação nesta matéria, e é um domínio que nos permite ir resolvendo, caso a caso, os problemas de sectores muito específicos. Mas atenção: o seu sucesso depende da vontade dos diferentes actores, desde a produção até à distribuição e ao consumo, passando pela indústria transformadora.

H: Quais são, de facto, as culturas/produtos em que Portugal deverá apostar, de forma a, efectivamente, conseguir dinamizar o sector agro-industrial e a economia de Portugal?
A.C.: Essa é uma pergunta, permita-me a expressão, de polichinelo. E a resposta apenas poderá ser dada pelos empresários do sector agro-alimentar. É uma visão que tem que ser abandonada, essa de ser o Governo a definir o que é que deve ser produzido ou não. Nem na agricultura, nem em qualquer outro sector isso deverá acontecer. Quando o Estado, através do Governo, pretende substituir-se aos empresários na sua função básica de escolher o que produzir, como o fazer e em que quantidades, é normalmente um estorvo. Aquilo que nos compete, isso sim, é conseguirmos interpretar correctamente as estratégias das empresas, e articularmos os meios que estão à nossa disposição por forma a apoiarmos o desenvolvimento dessas estratégias.

Em matéria agrícola, mais do que apoiar directamente a produção de um ou outro produto, compete-nos contribuir para a criação das condições estruturais que permitam êxito aos produtores, quaisquer que sejam as suas opções. E aqui há dois ou três factores transversais que considero absolutamente estruturantes para a agricultura portuguesa (e, portanto, também para a indústria que precisa de uma agricultura competitiva): apostar fortemente nas infra-estruturas de rega que permitam um uso mais generalizado e mais eficiente da água, incentivar de forma decidida a organização da produção em todos os sectores e estimular um melhor funcionamento e uma maior equidade na cadeia agro-alimentar.

H: Tema recorrente e de difícil resolução são os prazos de pagamento e preços estabelecidos por quem compra os produtos aos agricultores, nomeadamente, a distribuição moderna. No início do ano ouvimos a Ministra da Agricultura admitir, no decorrer do Congresso da APED que “a relação de poder entre distribuidores e produtores não é equilibrada”, destacando mesmo que “quem está na posição mais fraca, sente-se esmagado”. Esse sentimento de esmagamento continua?
A.C.: Que o poder negocial não é homogéneo ao longo das cadeias alimentares, é um facto indesmentível: nos patamares onde a concentração é maior, o poder negocial aumenta e, com ele, a tentação para as práticas abusivas aumenta também. Aquilo que referi no congresso da APED, refiro-o também aqui (ou no congresso da FIPA) em relação a algumas práticas da indústria para com os agricultores. Repare que o problema não é da distribuição em si mesma, nem tão pouco da indústria. O problema, repito-o, é das tentações em que as partes podem cair quando concentram muito poder.

Respondendo directamente à sua questão: sim, o sentimento de existência de práticas abusivas continua a existir. Mas também existem passos importantes de aproximação que foram dados, e que a meu ver permitirão ultrapassar de forma construtiva muitos dos obstáculos. Nestas e noutras matérias, gosto de ser muito frontal. E por isso, não quero deixar de chamar a atenção para o facto de a maior parte da produção agrícola ser escoada para a indústria e não para a distribuição. Também aqui existem problemas, em muitos sectores, que temos de nos esforçar para resolver.

H: O que é que o Ministério da Agricultura está a fazer para equilibrar a relação de poder entre distribuição e produção?
A.C.: Como há pouco lhe referi, trabalhamos com os representantes da distribuição como trabalhamos com os representantes da indústria, com o objectivo de equilibrar as relações entre todos, mas estamos particularmente preocupados, no Ministério da agricultura, com a posição frágil dos agricultores relativamente a ambos. Todo o trabalho está centralizado na PARCA, mantendo o Ministério, para além disso, as relações bilaterais que vai entendendo úteis e profícuas com as entidades representantes da indústria e da distribuição. Acreditamos que estamos a dar os passos certos, sem exacerbar as posições.

E, digo-lhe, temos encontrado vontade e motivação, tanto da indústria como da distribuição, para resolver os problemas que existem com a agricultura, o que me apraz registar.

H: Será, portanto, no âmbito da Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Alimentar (PARCA) que serão encontradas as soluções para todas estas questões?
A.C.: Diferentes tipos de questões terão que ser resolvidas de formas diferentes. É evidente que a PARCA não é um remédio para todos os males que assolam as relações entre os agricultores e a indústria e distribuição. Mas é um fórum de onde outras vias podem emergir. Já lhe referi a importância que dou à criação de interprofissionais dinâmicas, e alguns actores deram já os primeiros passos nesse sentido, por exemplo no sector das hortofrutícolas frescas.

Como é evidente discutiremos igualmente outras vias, de que já tenho falado, como por exemplo a questão dos contratos obrigatórios e do conteúdo mínimo desses contratos. Seguindo aliás as recomendações do Grupo de Alto Nível do Leite, este é um sector onde iremos certamente avançar nesta base. No limite, e isto nem é necessário dizer, revisitaremos a legislação existente, robustecendo-a se for caso disso.

Mas não nego que será para mim uma desilusão se, neste momento particular da vida do nosso País, não for possível encontrar plataformas de acordo abrangentes para resolver parte dos problemas que existem nesta matéria. A via legislativa, sendo possível, nem sempre é a mais eficaz.

H: No âmbito da PARCA foi, também, anunciado que, a partir de Maio de 2012, os preços praticados entre a produção e a distribuição passam a ser públicos, cumprindo, assim, o seu grande objectivo para o primeiro trimestre de 2012. É esta a forma encontrada para a tal “transparência nos preços”, reforçando a ideia que a Sra. Ministra deixou durante o congresso da APED de que “precisamos de ter uma cadeia alimentar em que todos ganhem na medida do seu trabalho, dos custos que têm e do seu empenho”? Será suficiente?
A.C.: Que é uma forma, não tenho quaisquer dúvidas, pois só com esta transparência é possível ver objectivamente onde é que existem os problemas de desequilíbrio. Se as partes o quiserem, pois há informação que depende delas, as decisões tomadas pela PARCA neste domínio serão um contributo inestimável. Se será suficiente para resolver problemas, é evidente que não. A transparência é um meio de diagnóstico e não um meio de cura. Mas se tivermos a possibilidade de olhar a formação dos preços ao longo da cadeia de forma transparente, será evidente onde é que a falta de equidade está presente.

H: Tema frequentemente debatido é, também, o Código de Boas Práticas, não tendo sido possível chegar a um acordo entre as três entidades (CAP, CIP e APED). Em que pé estamos neste ponto?
A.C.: O Governo é, nessa matéria, um mero espectador. Obviamente interessado, na medida em que acredita que um Código de Boas Práticas pode ser um instrumento de enorme valia. Mas, como instrumento de auto-regulação, é um assunto da inteira responsabilidade das entidades que referiu, ou de outras que estiverem ou venham a estar envolvidas.

Tanto quanto sabemos, neste momento as partes em questão não conseguiram ainda chegar a um acordo, pelo que da parte do Governo mais não podemos fazer nessa matéria do que desejar que tal acordo venha a ser possível com a maior celeridade, pois faz muita falta ao funcionamento da cadeia agro-alimentar.

H: O secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, admitiu, no início do ano que o Governo está “empenhado em incentivar” a assinatura de um Código de Boas Práticas, de forma a que possa existir “maior equidade” e “maior transparência”. Contudo, deixou o aviso que se não se passar do campo das intenções à prática, o Governo terá de “ponderar mecanismos de regulação que permitam obviar as dificuldades conhecidas neste sector”? De que mecanismo de regulação estamos a falar?
A.C.: Sem querer interpretar as palavras do Senhor Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, parece-me claro que, se não existirem acordos de auto-regulação globais levados à prática, restam duas vias possíveis. A via legislativa pura, a que atrás me referi, e a via dos acordos de auto-regulação pontuais ou sectoriais, que poderão resolver uma parte significativa dos problemas que existem com a agricultura. As interprofissionais são disso um exemplo, como também já lhe referi. De resto, e naquilo que compete ao Estado, asseguraremos sempre uma fiscalização eficaz, por forma a garantir que a legislação é cumprida.

H: O que poderá a agricultura e agro-indústria nacional esperar do processo de revisão da PAC (Política Agrícola Comum) para o período pós-2013? O que alteraria ou que propostas poderão ser apresentadas para benefício da tal fileira da agricultura/agro-indústria nacional?
A.C.: O que neste momento existe são as propostas da Comissão, que estão a ser alvo de processo negocial entre os diversos Estados-membros. As propostas são, de uma forma geral, e no seu espírito, positivas para Portugal. No entanto, apresentam um conjunto de questões com as quais estamos em desacordo e que podem traduzir-se em claro prejuízo para o País. Mas, resumindo a questão, diria o seguinte: para nós é importante que os dois pilares da PAC (ajudas directas ao rendimento e ajudas ao desenvolvimento rural) sejam olhadas de acordo com as suas lógicas específicas.

No caso das ajudas directas ao rendimento (o chamado 1.º pilar), onde Portugal recebe valores claramente inferiores à média comunitária, é importantíssimo que exista uma maior equidade, e que o apoio que os agricultores portugueses venham a receber seja mais próximo da média europeia. É isso que está proposto, embora de forma envergonhada e com um prazo de concretização excessivamente longo.

No caso dos apoios para o desenvolvimento rural (o chamado 2.º pilar), é essencial que Portugal, com atrasos ainda significativos no desenvolvimento e organização do espaço rural, mantenha apoios que lhe permitam, com a maior brevidade possível, alcançar níveis de desenvolvimento mais próximos daqueles que se verificam nos seus parceiros europeus.

Sem entrar em pormenores sobre o greening e a definição de agricultor activo, gostaria de chamar a atenção para três aspectos que me parecem muito importantes para nós, e que não estão vertidos de forma conveniente na proposta da Comissão: a importância que queremos dar ao regadio no 2.º pilar, a importância de fortalecimento das OPs (mais do que a criação de novas, é preciso fortalecer as que existem) e o estímulo à produção.

H: Governo e empresários, em uníssono, apresentam a exportação e internacionalização como a porta de saída para a recessão da economia nacional. O que é que o Governo e, em particular o Ministério da Agricultura, estão a fazer para potenciar o desempenho da fileira agro-industrial nos mercados externos?
A.C.: Pouco tempo após ter chegado ao Governo fui confrontada com diversos comentários sobre a ausência, para Portugal, de uma estratégia para a internacionalização do agro-alimentar. À medida que fui contactando com as diversas associações e grupos empresariais que operam neste sector, apercebi-me que, de facto, a política do Estado português, apesar de bem-intencionada, era bastante errática.

Deixe-me, no entanto, fazer uma observação importante: neste domínio, tal como no domínio da escolha daquilo que se deve ou não produzir que há pouco referi, quem tem estratégias são as empresas. Ao Estado compete interpretar essas estratégias, dar-lhes uma coerência, e colocar-se ao serviço delas. E é exactamente isso que estamos a fazer. Solicitei ao sector agrícola e alimentar, através da Associações Empresariais representativas que, até ao final do 1.º trimestre de 2012, elaborasse um documento que traduzisse os objectivos de internacionalização, as acções a empreender e os meios necessários para tal, para cada um dos sectores e mercados. Sabemos que os trabalhos estão a avançar a bom ritmo, embora com um ligeiro atraso. Espero que, no final de Abril, tal documento esteja pronto. A partir dele, poderemos articular de forma construtiva toda a nossa acção de facilitadores de implementação dessa estratégia.

Para além disso, e como é do conhecimento público, entendeu o Governo que eu, enquanto Ministra da Agricultura, passasse a integrar o Concelho Estratégico para a Internacionalização da Economia, reconhecendo a importância vital que o agro-alimentar tem para o País.

Temos, para além disso, desenvolvido actividade diversa, em perfeita articulação com a AICEP, visando a concretização de iniciativas empresariais, algumas das quais deram já origem a novos contratos de exportação. Foi o caso de uma visita à Suécia, que permitiu a celebração de um contrato de exportação de azeite e que despoletou a organização da vinda a Portugal de um conjunto de distribuidores suecos interessados nos produtos horto-frutícolas nacionais (que deverá decorrer no mês de Abril).

Foi também, e mais recentemente, a ida a Angola de uma missão empresarial (organizada pela AIP e pela AICEP), que terá certamente os seus frutos a esse nível.

Finalmente, gostaria de acentuar que a internacionalização, passando obviamente pelas exportações, deverá ir mais além. É importante que exista investimento português no estrangeiro, pois esse investimento virá sempre a traduzir-se na conquista desses mercados, funcionando como autêntico ponta de lança para futuras exportações.

 

 

 

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Os resultados positivos do segundo maior retalhista mundial e líder europeu tiveram nos mercados emergentes onde actua a principal fonte para o crescimento. As contas do Carrefour indicam um crescimento no primeiro trimestre de 2012 de 0,9% (1,5% incluindo combustíveis) face a igual período em 2011, totalizando as receitas 22,490 mil milhões de euros.

 

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

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José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”

A Lotus Bakeries, empresa belga reconhecida pelas icónicas bolachas Biscoff, está a reforçar a sua presença em Portugal. Para compreender melhor o que implica esta mudança de estratégia da marca no nosso país, falámos com José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries.

Como é que surgiu este desafio de trabalhar a presença da Lotus Bakeries em Portugal?
Sempre trabalhei no setor dos bens de consumo e passei por diversas multinacionais, como a Central de Cervejas, Prime Drinks e Philips. Fui contactado através de um processo de recrutamento para gerir a Lotus Bakeries diretamente em Portugal.
A marca já estava presente no país há alguns anos, através de um distribuidor. No entanto, a nossa estratégia global passa por assumir a gestão direta do negócio quando a marca atinge um certo nível de desenvolvimento. Foi nesse contexto que entrei para liderar este processo, após um exigente processo de entrevistas, e aceitei o desafio de consolidar a presença da Lotus Bakeries no mercado português.

osé Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

O que mudou com a transição da distribuição para uma gestão direta da marca?
Quando uma marca é gerida diretamente, conseguimos um foco maior e uma estratégia mais alinhada com os nossos objetivos. O distribuidor fez um excelente trabalho, mas, quando é a própria marca a gerir o conhecimento, os recuros e o foco naturalmente são superiores, com impacto directo nos resultados.
Antes de assumirmos a operação, realizámos uma análise ao mercado, avaliando fatores como o consumo per capita e o potencial de crescimento da categoria. Identificámos um forte potencial de expansão, o que nos levou a tomar a decisão de gerir diretamente a operação. Essa mudança já deu frutos: nos primeiros 8 a 9 meses, realizámos uma transição estruturada e, agora, estamos efetivamente a acelerar o crescimento do negócio.

Que impacto teve esta mudança nos resultados da empresa em Portugal?
Os primeiros números são bastante positivos. Nos primeiros dois meses de 2025, já crescemos mais de 200% face ao mesmo período do ano anterior.
Em 2024, temos seis meses com o distribuidor e seis meses independente. Portanto, temos um ano atípico. Mas se olharmos para 2023, o último ano completo com o distribuidor, e compararmos com 2025, vamos quadruplicar o nosso negócio.

Em que retalhistas podemos encontrar as bolachas Biscoff?
Neste momento, estamos em todos os principais retalhistas, exceto Lidl e Mercadona, onde, estrategicamente, não planeamos entrar no curto prazo. E estamos na Aldi a fazer alguns in and outs.
Estamos também a expandir a nossa presença através de inovação e a garantir que os consumidores têm mais oportunidades de experimentar os nossos produtos em diferentes momentos de consumo.

E as parcerias que têm com McDonald’s e Delta, por exemplo, são importantes?
É importantíssimo. Mantemos parcerias estratégicas com marcas como McDonald’s, KFC, Delta e Wheel Frozen Yogurt, entre outros, que são fundamentais para aumentar a notoriedade da marca e permitir que mais consumidores experimentem o sabor Biscoff.

Quais são os principais fatores para o sucesso da Lotus Bakeries a nível global?
A marca apresentou no mês passado os resultados globais na Bélgica. E voltámos a crescer a cerca de 16%. Vamos com uma média de crescimento dos últimos 10 anos muito perto dos 20%. Ou seja, a marca globalmente está de facto num momento muito saudável. E isso ajuda-nos a todos, pois cada vez mais vivemos num mundo global.
A Lotus Bakeries, nomeadamente com Biscoff tem três pilares fundamentais para o seu crescimento global. O primeiro é o produto. O nosso sabor, a nossa textura é muito forte. E, dentro do produto, destaco a versatilidade. Nascemos como uma marca cujo grande momento de consumo era o café. Se formos a países como a Bélgica e Holanda, o consumo do café é um momento fortíssimo.
Depois a marca evoluiu, e esse é um foco a curto prazo em Portugal, para um snack de consumo doméstico, onde somos cada vez mais fortes.
O segundo está relacionado com parcerias globais. Acreditamos que trabalhar com marcas como McDonald’s, KFC, Haagen dazs entre outras, tem sido um motor de crescimento, permitindo que os consumidores experimentem o nosso produto de forma natural e integrada no dia a dia.
Por último, a acessibilidade: a nossa estratégia passa por estar presente em vários momentos de consumo, tanto no retalho como em cafés e pastelarias, e oferecer um preço competitivo que facilite a experimentação.

A Lotus Biscoff posiciona-se como uma marca premium?
Não. Queremos afastar-nos dessa perceção. Não somos premium, somos mass market. É aí que nós queremos competir. Como sabe, nesta categoria, assistimos a uma série de subidas de preços e todos têm subido, de forma bastante relevante, os preços. Nós temos aguentado exatamente para nos posicionarmos com um preço médio mais competitivo.

Como têm acompanhado esta subida de preços das matérias-primas?
Optámos por manter um preço competitivo. Utilizamos promoções estratégicas para garantir que mais consumidores experimentam o nosso produto, uma tática essencial num mercado tão competitivo como o português. No curto prazo, o principal o principal KPI do nosso negócio, mais do que a quota de mercado, é a penetração. Ou seja, para nós é fundamental chegar à casa dos consumidores.
As promoções desempenham um papel fundamental no mercado português. Funciona muito bem e, portanto, temos tentado estar mais vezes em promoção, garantindo que o nosso posicionamento promocional é suficientemente atrativo para as pessoas experimentarem.

Como estão a trabalhar o crescimento e a inovação da marca?
A inovação é um fator-chave. O Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor, e o nosso objetivo é expandir esse sabor para novas categorias, como gelados, chocolates e cremes de barrar.
Biscoff não é só bolachas, Biscoff é um sabor. A inovação passa muito mais por dentro de outras categorias tendo o sabor Biscoff presente junto dos nossos consumidores e dos nossos shoppers. O grande foco da empresa é o desenvolvimento do sabor Biscoff, que é ligeiramente diferente do tradicional da FMCG das grandes empresas.

O mercado português tem alguma particularidade em relação a outros países que exija um trabalho específico da marca?
Sim, cada mercado tem as suas especificidades, e Portugal não é exceção. Em comparação com Espanha, por exemplo, onde a regionalização tem um peso significativo. Nós é quase tudo nacional.
Uma das principais particularidades do mercado nacional é o peso das promoções e a elevada concentração do retalho. Dois dos principais players representam quase 50% do mercado, o que é uma realidade pouco comum noutros países. Além disso, no mercado português as promoções têm um grande peso.
Outra especificidade relevante é a estrutura de distribuição para o canal Horeca. Em Portugal, os cash & carries são tipicamente route to market para o canal tradicional. Esta dinâmica obriga-nos a ter uma estratégia de pricing bem definida para os três canais principais: retalho, cash & carry e distribuidores.

A marca tem uma estratégia específica para diferentes faixas etárias?
Essa segmentação é essencial. Fizemos alguns estudos de consumidor e um dos insights mais interessantes foi perceber que o maior momento de consumo de bolachas em Portugal é ao pequeno-almoço, e que o maior grupo de consumidores tem menos de 35 anos.
Atualmente, o nosso produto é mais consumido por um público acima dos 35 anos, associado a momentos como o café, um snack indulgente à tarde ou um guilty pleasure ocasional depois do jantar. No entanto, para expandirmos o consumo a faixas etárias mais jovens, apostámos na inovação, lançando bolachas recheadas com chocolate, baunilha e creme Biscoff.
Nos mercados onde já introduzimos esta inovação, verificámos um aumento da penetração em consumidores mais jovens e um maior consumo ao pequeno-almoço. Acreditamos que essa tendência se repetirá em Portugal, o que nos permitirá aumentar a nossa base de consumidores e impulsionar o crescimento da marca.

Como está a evoluir a operação ibérica da Lotus Bakeries?
A nossa expansão em Espanha nos últimos anos foi impressionante: em 2017, faturávamos 3 milhões de euros e, em 2025, vamos fechar com cerca de 50 milhões de euros.
O nosso objetivo para Portugal é replicar esse sucesso, ajustando a estratégia às especificidades do mercado nacional, como a concentração do retalho e a forte dependência das promoções.

Quais são os planos futuros para a marca em Portugal?
A curto prazo, o foco está no crescimento das vendas e ponto de venda. Queremos garantir que os consumidores encontram os nossos produtos nos principais retalhistas e canais de consumo.
A médio prazo, vamos expandir a equipa e estruturar melhor as nossas operações, contratando Key Account Managers, especialistas em Category Management e equipas de vendas para fortalecer a nossa presença no mercado.

Sustentabilidade é uma prioridade para a Lotus Bakeries?
Sim, totalmente. A sustentabilidade é um pilar estratégico para o grupo e não abdicamos dele para crescer mais rapidamente.
Temos metas ambientais definidas, como a redução da pegada de carbono, e todas as nossas novas fábricas seguem critérios de sustentabilidade rigorosos. Este compromisso reflete-se também na forma como desenvolvemos os nossos produtos e embalagens.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow

A Planta acaba de anunciar uma nova parceria com o chef Gordon Ramsay, no âmbito da campanha internacional Skip the Cow, que convida os consumidores a experimentarem uma alternativa vegetal à manteiga tradicional.

Nesta nova colaboração, Ramsay testa e aprova a Planta Planteiga, um produto 100% vegetal, feito com apenas sete ingredientes naturais e que promete o mesmo desempenho e sabor rico da manteiga de origem animal, mas com menos 75% de impacto climático. O objetivo da campanha é claro: ajudar os consumidores a elevarem os seus hábitos culinários de forma mais sustentável, sem comprometer o sabor.

“Acredito numa alimentação natural, com ingredientes de qualidade, e posso dizer com toda a sinceridade que a Planta Planteiga me surpreendeu. Desde ovos mexidos a bolos de chocolate, pus o produto à prova. Dá-me a cremosidade e o sabor rico que obtenho da manteiga, com a vantagem de ser mais sustentável. Convido as pessoas testarem este produto e verem o que conseguem criar nas suas casas!”, afirma Gordon Ramsay.

“Não podia estar mais orgulhosa de anunciar a nossa nova campanha Skip the Cow, que conta com a participação do icónico Gordon Ramsay. Esta campanha representa um ousado passo em frente na apresentação da versatilidade e sabor da Planta Planteiga para cozinhar. A paixão de Gordon por comida excecional alinha-se perfeitamente com o nosso compromisso com a inovação e a oferta de alternativas sustentáveis, sem lacticínios, que não comprometem o sabor ou o desempenho. E se Gordon Ramsay acha que é bom, quem somos nós para discordar?”, comenta Jessica Pita, Iberia Marketing Lead da Flora Food Group.

A parceria surge num momento em que, segundo um estudo da OnePoll, 57% dos portugueses que cozinham confiam nas mesmas cinco receitas, e 20% só experimentam uma nova receita de poucos em poucos meses. No entanto, 86% dizem querer melhorar as suas competências na cozinha.

A campanha Skip the Cow já está a ser lançada a nível mundial, com presença em televisão, canais digitais e outdoor, e chega agora também a Portugal.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras

A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.

A Nacional acaba de lançar uma nova embalagem para a sua gama de bolachas Marinheiras, numa iniciativa que se insere no processo de rebranding da marca. Esta novidade chega ao mercado com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos consumidores.
Atualmente posicionada como uma das marcas de referência no segmento das Marinheiras, a Nacional continua a investir em inovação para consolidar a sua presença nos lares portugueses. A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.
“Este lançamento representa um marco importante na evolução da nossa marca. Queremos oferecer aos consumidores produtos que aliam tradição, qualidade e praticidade. A nova embalagem das Marinheiras reflete o nosso compromisso com a inovação, sem nunca perder a essência que nos define há mais de 170 anos”, afirma Filipa Rosa, Biscuit Category Manager da Nacional.
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Retalho

Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus

A iniciativa decorre até 27 de abril e vai atribuir 3.000 euros a uma corporação por distrito, totalizando 54.000 euros em donativos.

O Lidl Portugal acaba de lançar uma nova campanha solidária que reforça o apoio às Corporações de Bombeiros Portugueses, desafiando os seus clientes a contribuírem de forma simples, através da utilização da app Lidl Plus.

A campanha insere-se na estratégia de sustentabilidade da insígnia, ‘Mais Lidl’, que se estrutura em três eixos: Mais para o Planeta, Mais para a Comunidade e Mais para Si. Neste caso, a ação visa simultaneamente incentivar a digitalização de faturas, promovendo a redução do consumo de papel, e apoiar os bombeiros portugueses num momento em que se aproximam os meses críticos do verão.

A dinâmica é apresentada como simples: a loja Lidl de cada distrito que registar o maior número de faturas eletrónicas entre 14 e 27 de abril vai escolher a Corporação de Bombeiros local a quem será entregue o donativo. A campanha volta assim a mobilizar clientes para causas sociais, reforçando a parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, numa colaboração que já soma três campanhas consecutivas.

Desde 2016, o Lidl já doou mais de 200.000 bens alimentares, equivalentes a 154.000 euros, às corporações de bombeiros em Portugal. Estes apoios têm sido distribuídos através das lojas e entrepostos da insígnia, de Norte a Sul do país, especialmente durante os períodos mais críticos de combate a incêndios.

Apoio do Lidl aos Bombeiros


  • 200.000 bens alimentares doados desde 2016

  • +154.000 euros em valor total de apoio

  • 54.000 euros em donativos previstos na campanha de abril de 2024

  • 3.000 euros por corporação distrital

  • 18 corporações apoiadas diretamente nesta nova iniciativa

  • 3 campanhas já realizadas através da app Lidl Plus

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ESG

Recolha de embalagens aumentou mas Portugal mantém risco de incumprimento

O país precisa de acelerar para aumentar a recolha em todos os materiais de embalagem, nomeadamente no vidro e ECAL, conseguir cumprir as metas de 2025, alerta a Sociedade Ponto Verde.

Nos primeiros três meses de 2025, Portugal registou um aumento de 4% na recolha seletiva de embalagens, com mais 4.377 toneladas a serem enviadas para reciclagem, em comparação com o período homólogo do ano anterior.

O volume total recolhido supera as 116 mil toneladas, mas este ritmo de crescimento é insuficiente para Portugal conseguir cumprir as metas para este ano.

Em 2024, para o mesmo período, os serviços de recolha seletiva de resíduos de embalagens financiados ao SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens), pela Sociedade Ponto Verde (SPV) e outras entidades gestoras, atingiram o montante de 26,4M€. Já em 2025 os custos destes mesmos serviços atingiram 47,7M€, após a decisão de novos valores de contrapartida pelo Ministério do Ambiente e Ministério da Economia, igualmente para o 1º trimestre.

“O país tem de garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado durante este ano. Nesta medida, a prioridade tem de passar por melhorar significativamente o nível de serviço que é prestado aos cidadãos por parte dos sistemas municipais e multimunicipais, dispondo o SIGRE  de mais recursos financeiros para realizar investimentos em gerem resultados e ajudem a alcançar esse objetivo”, defende a Sociedade Ponto Verde.

Turismo é um desafio

Os dados dos três primeiros meses deste ano mostram que o vidro continua a ficar aquém da performance das outras embalagens, já que foram recolhidas 48.568 toneladas dos vidrões, “o que significa uma estagnação em comparação com igual período de 2024 (0%)”, informa a SPV.  Em relação às embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), foram recolhidas 2.247 toneladas (-5%), enquanto nos restantes materiais os dados do SIGRE, no mesmo período em análise, revelam que foram encaminhadas para reciclagem 38.157 toneladas de papel/cartão (+5%), 20.425 toneladas de plástico (+7%) e 467 toneladas de alumínio (+5%).

Nos três primeiros meses de 2025 a quantidade de vidro recolhido nos vidrões, estagnou em relação ao mesmo período de 2024

A SPV refere ainda o crescimento do turismo, impulsionado pelo aproximar do verão, como um desafio acrescido para a meta de recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado este ano. “Reduzir o impacto dos visitantes nos resíduos produzidos e na reciclagem de embalagens, torna ainda mais crucial acelerar a implementação de soluções tecnológicas inovadoras, em determinadas zonas do país, que permitam melhorar as redes de recolha junto do consumidor residencial e/ou do canal Horeca, onde existe uma maior pressão no consumo fora de casa”, alerta.

Para a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, “estes dados mostram que continua a existir a necessidade de uma maior articulação e colaboração entre todos os agentes da cadeia de valor para tornar o sistema cada vez mais eficiente e o país conseguir cumprir a meta que está definida para a reciclagem de embalagens em 2025”. A SPV mantém não só a sua disponibilidade, mas também um investimento muito significativo ultrapassar os desafios. Em particular, no tema do vidro e com foco no Horeca, alocámos 600 mil euros para financiar projetos de comunicação integrados no nosso programa ‘Juntos a Reciclar ++’, um claro esforço para continuarmos a trazer inovação ao país, sempre em cooperação com os parceiros que estão no terreno, e de forma a gerar mais e melhor reciclagem de embalagens deste material”, exemplifica.

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Exportação

CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA

“É tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais”, defende Idalino Leão, presidente da CONFAGRI.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada, “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”.

Em causa está a “crescente incerteza gerada pelos mais recentes desenvolvimentos nas políticas comerciais internacionais”, aponta, em particular no que respeita à imposição de taxas de importação de 25% 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis e outras “recíprocas” de 20% para um leque alargado de outros bens e que deverão entrar em vigor a 15 ne julho.

Em respostas, a União Europeia avançou, a 9 de abril, com a decisão de cobrar tarifas sobre importações a bens agrícolas e industriais norte-americanos.  São cerca de 1700 produtos, que vão passar a pagar pelo menos 25% para entrarem no espaço da UE.

Partilhando a legítima preocupação dos produtores e empresas agroalimentares nacionais, Idalino Leão, presidente da CONFAGRI sublinha que “este é o momento para agir com bom senso e serenidade, sendo importante alavancar medidas que visem mitigar as dificuldades dos setores agrícolas mais afetados direta e indiretamente pelas tarifas”.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”

Nesse sentido, e ainda que afirme manter “a esperança de que se consiga alcançar um bom entendimento entre os líderes mundiais”, a CONFAGRI está a propor a criação de um grupo de trabalho que congregue os representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento e produção agroalimentar, “com o objetivo de monitorizar, de modo articulado e permanente, os desenvolvimentos e negociações internacionais, de forma a agir, atempadamente, em prol da defesa da estabilidade económica e da soberania alimentar de Portugal”.

Para Idalino Leão, “é tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais.”, sendo necessário garantir que, perante contextos de crise, o setor agroalimentar dispõe dos instrumentos necessários para assegurar estabilidade aos produtores, às empresas e aos consumidores portugueses”.

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Bebidas

Edição limitada de Pedras Ananás reforça gama Pedras no verão

Este sabor vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos.

A edição limitada Pedras Ananás, que estará disponível durante a época mais quente do ano, é apresentada como uma bebida com “equilíbrio perfeito entre a doçura e a acidez”.

Vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam os sabores de limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos e está disponível em garrafa 25 cl no canal on-trade e no formato 4x25cl nos hiper e supermercados de norte a sul do país.

Integrada no portefólio do Super Bock Group, Pedras Sabores é uma gama de bebidas com ingredientes naturais que tem na sua base Água das Pedras, uma água mineral natural gasocarbónica rara por ter gás 100% natural que é captada nas profundezas do subsolo granítico da região de Trás-os-Montes.

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Luis Bás, secretário-geral da ADIPA
Alimentar

ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica”, defende Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

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tagsADIPA

O Conselho Coordenador da ADIPA – Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares –, órgão consultivo da Direção que integra algumas das principais empresas do comércio alimentar independente, que se reuniu no passado dia 10, defende a necessidade de o próximo Governo, a ser eleito nas legislativas de 18 de maio, criar uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente ao Comércio.

O setor do comércio e serviços representa uma parcela significativa do PIB nacional e é responsável por centenas de milhares de postos de trabalho. A ADIPA considera, por isso, que é fundamental que estas atividades económicas tenham, no seio do Governo, uma estrutura própria, capaz de lhes dar a devida atenção estratégica e de promover políticas públicas que reforcem a competitividade e a sustentabilidade do setor.

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica. A criação desta Secretaria de Estado seria um importante sinal político e uma medida concreta para reforçar um setor que é essencial para o desenvolvimento económico e para a coesão social do país.”, afirma Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

 

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Campos da Vitacress
Alimentar

Simbiose e Corteva vão lançar nova biosolução agrícola na Europa

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa.

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A Simbiose, empresa brasileira de desenvolvimento de produtos microbiológicos para a agricultura, prepara-se para lançar no mercado europeu uma tecnologia de solubilização biológica de fósforo. Comercializado pela Simbiose no Brasil desde 2019, o produto foi desenvolvido com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e “deve chegar a mais de 20 países através da colaboração com a Corteva Agriscience, empresa global de ciência e tecnologia agrícola”, informam os dois parceiros.

Numa nota conjunta, referem que o bioproduto é capaz de aumentar a produtividade e a resiliência das culturas. “A solução quebrou paradigmas entre os produtores rurais do Brasil ao tornar-se o primeiro produto biológico de fósforo, baseado em micro-organismos solubilizadores de fosfato. Foi desenvolvido após mais de 20 anos de pesquisa realizada pela Embrapa Milho e Sorgo, sob a liderança da investigadora Christiane Paiva”, indicam.

A participação da Simbiose nos estudos da Embrapa começou no momento da validação dos testes com inoculantes e micro-organismos na cultura, a chamada fase de campo. Citada na nota, Christiane Paiva explica que a tecnologia do solubilizador biológico de fósforo atua desde o início do cultivo, quando bactérias aplicadas nas sementes ou no solo iniciam o processo de colonização que facilita a libertação do fósforo para as plantas, permitindo assim que as raízes absorvam mais nutrientes e aumentem a produtividade.

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa. “Estamos continuamente à procura de inovações que possam ajudar os agricultores a adaptarem-se aos desafios ambientais e de produtividade”, afirma Frederic Beudot, vice-presidente de Produtos Biológicos da Corteva Agriscience. “A combinação da qualidade do portfólio da Simbiose com as nossas capacidades de I&D e de agronomia local vai aproximar-nos mais deste objetivo”, acrescenta.
Na Europa, o produto será rebatizado com um novo nome, que será determinado pela Corteva.

“Com muitos estudos e avanços tecnológicos, a Simbiose estabeleceu-se no Brasil como uma empresa inovadora, sinónimo de qualidade e parceira dos produtores”, diz por sua vez Marcelo de Godoy Oliveira, CEO da Simbiose. “Em parceria com a Corteva, vamos abrir o mercado europeu à Simbiose, exportando um dos seus produtos mais inovadores e disruptivos. Esta colaboração tem tudo para responder a um mercado exigente, que procura cada vez mais a produtividade, com soluções sustentáveis e tecnologia de alta qualidade”, define.
A Simbiose e a Corteva esperam que o produto esteja disponível já em 2026, enquanto se aguarda a aprovação regulatória e a conclusão do processo de rebranding da marca no mercado local.

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Bebidas

Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra

‘Para Que Nunca Acabe’ pretende mobilizar comunidades, parceiros e consumidores para cuidar e valorizar a origem da água da Serra da Estrela.

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Proteger a água e regenerar a Serra da Estrela é o objetivo do ‘Para Que Nunca Acabe’, lançado pela Água Serra da Estrela. O programa reflete “o compromisso da marca com a preservação da água da Serra da Estrela e com a regeneração do ecossistema único onde nasce”, assegura a marca.

O Programa pretende promover uma mudança comportamental e um impacte ambiental positivo, através de práticas responsáveis da operação da marca, da regeneração da floresta e de práticas tradicionais que a protegem, e da mobilização de comunidades, parceiros e consumidores.

Reduzir a pegada hídrica e a pegada de carbono da marca, bem como a utilização de matéria-prima virgem, regenerar a floresta, o ecossistema e revitalizar práticas tradicionais que protegem a Serra, mobilizar as comunidades locais e os consumidores para adotarem comportamentos responsáveis são os três eixos de ação do ‘Para Que Nunca Acabe’.

O programa dá sequência a iniciativas ambientais já implementadas pela Água Serra da Estrela, “como o programa de reflorestação iniciado em 2002, através do qual foram plantadas mais de 1,7 milhões de árvores em parceria com várias organizações às quais se juntou mais recentemente a Associação Cuidar”, adianta a empresa. A marca foi pioneira na introdução de medidas que reduziram drasticamente o uso de plástico virgem, atingindo em 2025 o marco de utilização de 100% rPET em todas as suas embalagens.

“A Água Serra da Estrela nasce num lugar extraordinário, que todos temos o dever de proteger. Com o programa ‘Para Que Nunca Acabe’, queremos não só agir de forma responsável, mas envolver nessa ação todos os que estão determinados a que este património natural seja preservado para as gerações futuras”, afirma Ana Rita Martins, Marketing manager da Água Serra da Estrela.

 

 

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