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Comércio e Serviços com fortes quebras em 2011

Por a 13 de Março de 2012 as 17:24

As Pequenas e Médias Empresas (PME), incluídas no “Barómetro PME – Comércio e Serviços” registaram na sua maioria quebras no volume de negócios no ano 2011, situação que se acentuou no 4.º trimestre, não se desviando dos resultados muito negativos dos indicadores estatísticos globais destes sectores em 2011, avança a análise promovida e implementada pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

As conclusões são retiradas de um painel composto por 117 PME do comércio grossista, retalhista e de diversas outras actividades de serviços que trimestralmente respondem a um questionário que procura acompanhar a evolução da actividade dessas empresas, identificando os factores que mais as condicionam.

A análise ao painel de PME, que reporta ao último trimestre de 2011, revela que a evolução do volume de negócios foi negativa comparativamente ao último trimestre de 2010 para 56% das PME, proporção que se acentuou face aos resultados dos três primeiros trimestres.

Pelo contrário, ao longo dos quatro trimestres assistiu-se à redução da proporção das empresas que conseguiram aumentar o seu volume de negócios (21,3% do total de PME no 4.º trimestre), tendo-se mantido semelhante a percentagem daquelas em que estagnou, valor que ascendeu a 22,7% do total, no último trimestre.

Sobre as potenciais causas para esta estagnação e crescimento negativo das PME deste Barómetro, a CCP destaca vários factores que influenciam directamente estes resultados. “Se por um lado a variação da procura associada à actual conjuntura continua a ser um factor predominante nos quatro Barómetros realizados em 2011 e um factor considerado muito ou totalmente influente por 70,4% das PME respondentes, já sobre as alterações no funcionamento interno das empresas pouca ou nenhuma importância é atribuída à sua influência para os maus resultados”, refere a CCP.

Quanto ao crescimento do volume de negócios no 1.º trimestre de 2012, as expectativas do painel continuam “predominantemente negativas” e não evidenciaram qualquer melhoria em relação às expectativas que eram aguardadas para os últimos três meses de 2011.

As expectativas baixaram e apenas 9,5% das PME respondentes consideram conseguir acréscimos no volume de negócios durante o primeiro trimestre deste ano, sendo que no 3.º trimestre 14,5% das empresas acreditavam num crescimento no trimestre seguinte. O número de empresas que acreditam que haverá estagnação também aumentou 9,1 pontos percentuais neste último inquérito. Contudo, salienta a CCP, “consegue-se retirar daqui um único sinal positivo que é o facto de 51,3% das PME considerarem que o volume de negócios diminuirá no 1.º trimestre de 2012 contra os 55,4% no barómetro do 3.º trimestre de 2011”.

Em relação às medidas que as PME pensam adoptar para inverter esta situação de pessimismo generalizado, “o reforço do investimento é para já um cenário a descartar tendo em conta a degradação das condições de financiamento junto da banca que pioraram para cerca de 86% destas PME”, admite a CCP em nota de imprensa.

Para o conjunto das empresas cujas condições de financiamento pioraram, destaca-se o facto dos encargos terem aumentado para todas elas e de em cerca de 75% terem sido reduzidos os plafonds de crédito atribuído, além de terem sido exigidas garantias reais acrescidas para quase 87%.

Se em 2011, cerca de 48,6% das PME respondentes recorreram a financiamento bancário, quase sempre para necessidades de tesouraria (66%) e com menor relevância para financiar necessidades de investimento (14,3%), para 2012 e na impossibilidade de reforçarem o investimento, a aposta dominante na maioria das empresas continua a ser na qualificação dos seus colaboradores, já que mais de 84% prevê intervir nessa área, não só através de formação interna mas também externa.

 

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