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Vendas da Jerónimo Martins próximas dos 10 mil milhões

Por a 7 de Março de 2012 as 15:24

O grupo Jerónimo Martins (JM) obteve, em 2011, vendas de 9,838 mil milhões de euros, representando um crescimento de 13,2% face aos 8,691 mil milhões de euros obtidos no exercício de 2010.

Na conferência de imprensa que marcou a apresentação dos resultados anuais do maior retalhista português, Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, lamentou o facto de o grupo não ter chegado aos 10 mil milhões de euros, afirmando o chairman do grupo, Alexandre Soares dos Santos, que “em 2012 chegaremos aos 11 mil milhões”.

No que diz respeito aos lucros líquidos, a JM obteve 340 milhões de euros, correspondendo a uma evolução de 21,1% face ao ano anterior, destacando os responsáveis a dívida “praticamente inexistente do grupo” onde a JM reduziu a mesma para 227 milhões de euros significando um gearing de 16% contra os 51% de 2010. Quanto ao EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), verificou-se uma subida de 15,3% para os 721,6 milhões de euros.

À imprensa, Alexandre Soares dos Santos destacou o trabalho feito, salientando que “queríamos ser líderes na área onde actuássemos e não tivemos problemas em perder dinheiro para concretizar os nossos objectivos”.

“Sabíamos para onde queríamos ir e o que queríamos”, referindo que na companhia se “pensa a longo prazo e não no curto prazo.

Na operação da Jerónimo Martins, destaque para a polaca Biedronka que registou um crescimento nas vendas de 20,4% para os 5,787 mil milhões de euros, representando já 58,8% das receitas globais da companhia, merecendo, natural, evidencia por parte de Pedro Soares dos Santos, referindo que “a Polónia é a grande prioridade da Jerónimo Martins”, salientando o plano de investimentos existentes para esse mercado até 2015.

Essa aposta está bem espelhada na percentagem do CAPEX atribuída à Polónia, país que recebeu 70% dos 449 milhões de euros investidos pela JM em 2011 (cerca de 312 milhões de euros. Do valor total de investimento, 51% foi destinado ao plano de expansão da Biedronka, ficando os restantes 19% entregues à remodelação de lojas.

Ao longo do exercício de 2011, a JM abriu 239 novas lojas e remodelou 99 pontos de venda, traduzindo isto numa nova loja a cada 36 horas, permitindo ao grupo reforçar a liderança no mercado polaco e terminar o ano com 1.873 unidades, com 25 % das aberturas a acontecerem em grandes cidades.

Na conferência de imprensa o CEO da JM salientou a alteração dos hábitos alimentares dos consumidores polacos, evidenciando-se, também, o aumento, em termos de volume, do peso da Fruta e Legumes no “cabaz-tipo”, referindo que na Polónia, mais de 90% dos produtos alimentares são comprados a fornecedores polacos, com o leite, produtos lácteos artigos de padaria a atingirem os 100%.

Ponto destacado, igualmente, pelos responsáveis da JM foram as compras que a companhia tem vindo a aumentar a fornecedores portugueses para abastecer as lojas Biedronka, evidenciando-se os vinhos (2,5 milhões de litros em 2011), queijos, tostas, fruta e vegetais e azeite, contribuindo para o aumento das exportações portuguesas.

No final do ano, este valor ascendia a mais de 62 milhões de euros, representando um aumento de 14% face a 2010.

Alexandre Soares dos Santos enfatizou, de resto, o ponto da exportação e da contribuição da Jerónimo Martins para as parcerias com os produtores nacionais, explicando que “exportação é estar lá e investir no país. Os produtores portugueses têm de perceber de uma vez por todas que terão de adaptar os seus produtos aos gostos do consumidor local e não querer vender o que querem”, ressalvando que “não tenho obrigação de comprar produtos portugueses para colocar na Polónia. Na Polónia somos uma empresa polaca. Mas posso dar prioridade aos produtos portugueses caso estes tenham qualidade e se adaptem ao mercado polaca”, disse.

No mercado nacional, e apesar da envolvente macroeconómica que se caracterizou por uma quebra generalizada do investimento público e privado que contribuiu para um decréscimo de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, o grupo investiu no País 121 milhões de euros na distribuição.

Esse investimento traduziu-se num crescimento das vendas da operação de retalho em 5,3%, totalizando as receitas 3,155 mil milhões de euros, com o Pingo Doce a ser responsável por 2,9 mil milhões de euros, contribuindo em 29% para as vendas globais do grupo.

Admitindo que o crescimento da operação nacional estará sempre condicionada pela realidade do País, dada a “situação grave” que atravessa, Pedro Soares dos Santos destacou o empobrecimento dos consumidores em Portugal e a queda do ticket médio, acreditando mesmo que “2012 vai ser pior que 2011 e o 2.º semestre irá ser pior que os primeiros seis meses.

Com nove aberturas e oito remodelações ao longo de 2011, os números apresentados pela JM indicam que o peso da Marca Própria nas vendas aumentou para os 41,4%, destacando-se o facto de “80% das compras totais serem feitas a fornecedores portugueses”.

Por fim, a operação de cash&carry do Recheio viu as vendas aumentarem 4,9%, para os 756 milhões de euros, estando o grupo “consciente das dificuldades que o ano representou para o retalho tradicional e para o canal Horeca, conseguindo, no entanto, um aumento da base de clientes em 4,7%, tendo ultrapassado, pela primeira vez, os 100.000 clientes.

Para 2012, a posição é dividida. Ou seja, se para a nova geografia – Colômbia – o “entusiasmo é grande”, com os responsáveis do grupo a não divulgarem muito sobre o que irá acontecer no país da América Latina, a não ser que “estamos a optimizar o plano para iniciar operações”, adiantando o chairman da companhia que o último trimestre do ano conhecerá as primeiras lojas do grupo, admitindo, no entanto, que “não estamos perante uma segunda Polónia”, é o país de Leste que recebe todas as prioridades.

Assim, dos 650 milhões de euros de investimento previstos para 2012, cerca de 80% serão alocados ao mercado polaco, garantido Pedro Soares dos Santos que “iremos, de certeza, continuar a crescer a dois dígitos” para o qual contribuirão as novas 250 lojas Biedronka que o grupo abrirá.

 

 

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