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Crise não impacta hábitos de reciclagem dos portugueses, mas afecta consumo

Por a 13 de Fevereiro de 2012 as 13:39

A crise não está a gerar, nem parece potencialmente vir a gerar, efeitos significativos nas famílias ao nível dos hábitos de separação doméstica de lixo/embalagens usadas e restantes hábitos ambientais. Estas são as conclusões do estudo “Hábitos e Atitudes face à separação de resíduos domésticos 2011”, desenvolvido pela Intercampus para a Sociedade Ponto Verde (SPV).

Com efeito, a investigação mostra que nenhum dos segmentos considerados no estudo prevê qualquer alteração das suas atitudes actuais face à reciclagem das embalagens como consequência directa da recessão económica actual. Prova disso é a percentagem de inquiridos (superior a 85%) que afirma não alterar atitudes em todos os segmentos.

“Fruto do trabalho que tem vindo a ser realizado há um crescimento da consciência dos cidadãos para a necessidade de protecção efectiva do planeta Terra. Verifica-se mesmo a intensificação da opção por produtos ecológicos/amigos do ambiente neste contexto de crise económica”, refere Luís Veiga Martins, director-geral da Sociedade Ponto Verde.

Dos 1.075 inquiridos no âmbito deste estudo, em 69% é predominante a prática de separação domiciliária de lixo/embalagens usadas. Do total dos inquiridos, 47% é separador total, ou seja, separa todos os tipos de lixo/embalagens usadas actualmente passíveis de separação, enquanto 22% é separador parcial, ou seja, separa apenas parte do lixo, segundo dados do estudo, que pela primeira vez foi realizado com uma abrangência nacional.

A inexistência de qualquer prática actual de separação de lixo/embalagens usadas assume-se como um cenário minoritário, afectando apenas 31% dos casos totais observados.

“Este é o valor mais elevado de sempre desde que o estudo começou a ser realizado em 2006, com as famílias a demonstrarem tendência para fazer a separação total. Fica demonstrado que os portugueses estão cada vez mais sensibilizados para a importância da reciclagem, aproximando-se dos valores de separação observado nos países do centro da Europa”, salienta Luís Veiga Martins.

É no Alentejo (77%) que se observa o maior índice de adesão à separação onde, a par do Algarve, a maioria dos agregados já faz mesmo separação total de resíduos.

Por outro lado, o estudo dá conta de que é junto das famílias de estrato sócio-económico mais elevado que se observa uma maior sistematização da prática de separação doméstica de lixo/embalagens usadas. No entanto, as restantes classes têm vindo a registar crescimento em relação a esta prática.

Quanto ao tipo de resíduos mais separados, destacam-se as garrafas, frascos e boiões de vidros com uma taxa de separação de 90%. Em segundo lugar encontram-se as garrafas de plástico e as caixas de cartão (78%) e os jornais e revistas (74%).

Os resíduos menos separados são as bases de esferovite para alimentos e as embalagens de aerossóis, além das embalagens espuma de barbear e desodorizante (23%), bem como couvettes de metal de comida feita ou pré-cozinhada e as latas de conservas (32%).

Já quanto ao consumo, os dados revelam um cenário distinto. Segundo os números apurados por este estudo desenvolvido para a SPV, para quase metade (48%) dos 1.075 inquiridos a nível nacional, a crise económica já teve impacto a nível dos hábitos alimentares respectivos. Esse impacto é equilibradamente distribuído a nível daquilo que se compra para consumir em casa e daquilo que se consome directamente fora do lar.

Quer no consumo fora de casa, quer dentro do lar, a crise parece ter efeitos evidentes no sentido de uma diminuição daquilo que se compra e consome. No consumo em casa, 92% afirma comprar menos para consumir em casa, enquanto 97% dos inquiridos afirma consumir menos fora de casa.

 

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