Nova era no retalho moderno
No futuro as lojas vão evoluir, a tecnologia vai permitir novos serviços e a eficiência será fundamental para a rentabilidade dos operadores do sector. No entanto, o enfoque que esteve na génese do retalho moderno não vai mudar: o cliente permanecerá no centro da actividade.
O sector do retalho sofreu uma grande transformação desde que o Continente abriu a sua primeira unidade, em 1985, em Matosinhos. Aquele que foi o primeiro hipermercado em Portugal revolucionou os hábitos dos consumidores nacionais. Os portugueses passaram a contar com preços significativamente inferiores aos praticados na altura, a gama disponível alargou-se e as campanhas promocionais de grande impacto entraram no vocabulário do sector. Em resultado, assistiu-se ao início de uma verdadeira revolução do consumo no panorama comercial português.
O novo paradigma que se criou naquele momento, colocando a satisfação do cliente no centro das atenções, foi a verdadeira inovação que serviu de motor para todas as outras que, ao longo deste tempo, foram introduzidas no retalho moderno, grande parte delas geradas pela Sonae.
Assistimos a inovações de serviço, como o lançamento do Cartão de Cliente e a sua disponibilização através do telemóvel (serviço inovador a nível mundial), campanhas de 25%, 50% e 75% de desconto em Cartão, seguros Continente, a plataforma de receitas Chefonline, entre muitas outras, que foram feitas numa constante procura de antecipação das necessidades dos clientes e, ao mesmo tempo, das suas mudanças de perfil, vistas numa perspectiva de long time value.
Assistimos, igualmente, ao lançamento do Continente online, que permite uma ainda maior comodidade do serviço – hoje podemos fazer as nossas compras em qualquer momento e em qualquer lugar. Aliás, estou certo que, com a emergência de uma nova geração digital, a realização de compras utilizando plataformas tecnológicas ganhará um peso crescente.
Nos próximos anos, a tecnologia desempenhará um papel fundamental, permitindo uma convergência entre os mundos físico e virtual. Desenvolver-se-ão aplicações de suporte à compra que permitam que a procura de produtos, a experimentação e o pagamento se aproximem da compra física.
Por outro lado, os consumidores estão a tornar-se cada vez mais racionais nas suas compras, o que tem impacto ao nível da oferta e do preço. Neste contexto, a forte relação qualidade-preço das marcas próprias vai conduzir ao aumento da sua procura pelos consumidores e assistir-se-á, estou certo, a um reforço da ligação entre o retalhista e o produtor, numa crescente relação win-win. Será imprescindível procurar a eficiência em toda a cadeia de valor, potenciando ganhos de escala e de produtividade, optimizando a logística e distribuição, efectuando uma gestão ainda mais eficiente do aprovisionamento e dos stocks.
Este paradigma de foco no cliente, que foi sendo reforçado ao longo das últimas duas décadas, está hoje válido e, acredito, continuará a estar nos próximos vinte anos. Os operadores que não forem capazes de satisfazer as necessidades dos seus clientes, de antecipá-las e de lhes oferecer experiências únicas que solidifiquem a ligação às marcas, têm a sua sustentabilidade ameaçada. Será cada vez mais importante a aposta em grandes iniciativas que aproximem as marcas dos seus consumidores e que mobilizem os Portugueses, seja pela solidariedade, como por exemplo a Missão Sorriso, seja pela participação em eventos inovadores e únicos como o Mega Pic-Nic ou o Mercado de Sabores. Será também necessário conhecer os hábitos de consumo dos clientes e diferenciá-los. No final do dia, cada cliente quer soluções à sua medida, personalizadas e únicas.
No futuro o retalho ficará mais próximo do cliente, com novas formas de ligação, novos pontos de contacto e mais serviço. E no Continente vamos continuar a assumir a nossa responsabilidade de levar os benefícios do progresso e da inovação a cada vez mais pessoas e de forma ainda mais cómoda e eficaz.
Luís Moutinho, CEO da Sonae MC
Eliana Serediuk Lemos
8 de Maio de 2012 at 19:44
Bom dia Sr. Presidente luis Miguel Moltinho.
venho pedir humildamente um grande favor…
sou de nacionalidade brasileira e resido em Braga há 12 anos, moro com meus dois filhos,e gostaria
muito de fazer parte do grupo de funcionárias do Continente que vai abrir em Celeirós.
Já enviei a minha candidatura por correio, e gostaria muito de ter esse trabalho.
já trabalhei em Grandes mercados como Extra, Eldorado,e Carrefur em minha cidade de
de Campinas, São Paulo.
espero que o Sr atenda meu pedido, é muito importante para mim ter esse trabalho,
agradeço desde já vossa atenção.
atenciosamente.
Eliana Serediuk lemos.
Arribatejo
8 de Fevereiro de 2012 at 7:40
Só para tirar uma dúvida, na passagem “solidifiquem a ligação às marcas” tem a ver com o o trabalho que os grandes players estão a fazer de acabar com as marcas de referência em favorecimento das marcas próprias. Afinal para que serve a inovação e a MC não a valoriza ? Também ainda não percebi porque é a industria não se une e não toma uma posição forte…Ó CentroMarca não tens feito o trabalho de casa !! Andas á boleia…
De resto até concordo com o que está escrito e bem escrito … mas com a troika pode vir um novo nicho de mercado… A entrega direta economica:
Sem dinheiro, não há internet, apenas telefone, e passamos a ligar ao merceeiro da esquina para vir entregar a mercadoria e para assentar na conta, uma vez que não temos dinheiro para pagar a PP, chama-se a isto um pedido à medida ( do bolso / falta de liquidez ) do consumidor e basta papel e um lápis, nem é preciso energia ( Fantástico ).O merceeiro até recomenda o que tem em stock, e nem sempre o que o cliente quer, tal como faz a MC com os folhetos e os descontos Cartão !! é um CRM á vista neste caso ON-Line ( enquanto tem saldo no telemóvel controlo de custos incluído!! ).
A comodidade vai ser alterada, e para obter economia será necessário sair do conforto e regressar às origens, deixar de viver obcecado pelo status e imagem e seduzido pelo consumo, reforçar os valores morais ( que os nossos filhos precisam de readquirir ) e de partilha.
Este penso que será o País Real