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Jerónimo Martins e Sonae com performances diferentes no ranking mundial de retalho

Por a 18 de Janeiro de 2012 as 0:08

De acordo com o relatório anual 2012 Global Powers of Retailing, elaborado pela Deloitte Touche Tohmatsu Limited (DTTL) em colaboração com a Stores Media, Portugal está representado por duas empresas: a Jerónimo Martins e Sonae.

As duas companhias de retalho nacional registaram, contudo, comportamentos diferentes face ao ranking apresentado o ano passado, com a Jerónimo Martins a subir quatro posições para 81.º lugar, enquanto a Sonae desceu dez lugares para passar do 135.º para a 145.ª posição.


Este estudo anual da Deloitte atribui à Jerónimo Martins receitas globais, em 2010, de 11,541 mil milhões de dólares (cerca de 9,1 milmilhões de euros), lucros de 398 milhões de euros (cerca de 314 milhões de euros), atribuindo ainda ao grupo liderado por Pedro Soares dos Santos um crescimento médio anual das vendas, entre 2005 e 2010, de 19%.

Olhando para as vendas atribuídas unicamente à operação de retalho – de resto, as que contam para a colocação no ranking -, verifica-se que, se os últimos números adiantados pela divulgação das vendas preliminares da Jerónimo Martins se confirmaram (os dados apontam para vendas de 9,838 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 12,5 mil milhões de dólares), o grupo poderá mesmo subir à 73.ª posição.

Comportamento inverso registou a Sonae, que desceu para o 145.º lugar, atribuindo o 2012 Global Powers of Retailing uma facturação global, em 2010, de 7,853 mil milhões de dólares (cerca de 6,2 mil milhões de euros), sendo que a operação de retalho facturou 6,144 mil milhões de dólares (cerca de 4,9 mil mihões de euros), com o lucro a cifrar-se nos 265 milhões de dólares (cerca de 209 mihões de euros).

O ranking da Deloitte refere ainda que o grupo liderado por Paulo Azevedo terá crescido a uma média de 3,6%, nos últimos cinco anos (2005 a 2010), colocando a Sonae a operar em três mercados.

Globalmente, o 2012 Global Powers of Retailing é liderado, novamente, pela Wal-Mart, com vendas de 419 mil milhões de dólares (cerca de 331 mil milhões de euros), seguida do Carrefour com vendas de 120 mil milhões (cerca de 95 mil milhões de euros), ficando o pódio fechado com os britânicos da Tesco, com uma facturação, em 2010, de 92 mil milhões de dólares (cerca de 73 mil milhões de euros).

As 250 maiores empresas de distribuição que compõem este ranking obtiveram um crescimento nas vendas superior a 5% no ano fiscal de 2010, que terminou em Junho de 2011, ascendendo a facturação global a 3,94 milhões de biliões de dólares., ou seja, 3,1 milhões de biliões de euros, sendo que, segundo a contas do ranking, a dimensão médio de cada retalhista que entra neste ranking chega aos 15,7 mil milhões de dólares (cerca de 12,4 mil milhões de euros).

Quanto à edição anterior referente ao exercício de 2009, os resultados globais acentuam uma melhoria substancial, onde o mesmo número de empresas teve um crescimento de apenas 1,2%.

Em 2010, o lucro líquido do grupo de 250 retalhista mundiais que faz este ranking aumentou 3,8%, um valor acima dos 3,1 registados em 2009. A grande maioria das empresas que apresentaram resultados globais (183 empresas de um universo de 195) verificou lucro em 2010 e mais de dois terços viram as suas margens de lucro líquido aumentar. No entanto, e apesar do impressionante desempenho em 2010, os retalhistas estão preocupados com a deterioração da economia global na segunda metade do ano.

Já o peso das dez primeiras empresas voltou a diminuir em relação ao universo das 250 empresas do ranking: 29,4 é o peso dos dez primeiros lugares face ao total agregado de vendas do grupo, sendo que no ano fiscal de 2009 representavam 30%.

Verificou, também, que os mercados internacionais têm-se tornado estratégicos para as empresas retalhistas, com as vendas no estrangeiro chegaram aos 23,4% do total de vendas agregado, sendo que no ano fiscal de 2009 tinham-se ficado pelos 22,2%.

Para Ira Kalish, director da área Consumer Business para a Deloitte Research, “a economia global está a desacelerar. O crescimento em 2012 nos principais mercados do mundo será, provavelmente, mais lento do que em 2011. A crise na zona euro continua a sorver a confiança dos investidores e consumidores, ao mesmo tempo que nos EUA é expectável a manutenção de uma taxa de desemprego elevada. Por outro lado, a China e as economias dos BRIC estão a desacelerar como resultado de uma política fiscal mais apertada e do fraco crescimento global.”.

O responsável da Deloitte adianta ainda que “a verdadeira melhoria só se irá verificar a longo prazo. Mesmo que o ambiente económico em 2012 seja difícil, as perspectivas de longo prazo para a economia global mantêm-se boas. A China continuará a crescer, independentemente dos ventos contrários associados à demografia e aos aspectos estruturais, ao mesmo tempo que outros mercados emergentes, como a Índia, o Brasil, a Turquia, a Indonésia, zonas da América do Sul e da África subsariana, oferecem a possibilidade de um forte desenvolvimento e de novas oportunidades para os principais retalhistas do mundo”, concluí Ira Kalish.

Já quanto à relevância do consumidor e o seu modus operandi, a Deloitte refere que são poucos os retalhistas que compreendem qual o comportamento do consumidor face aos múltiplos canais disponíveis (por exemplo, lojas, catálogos, internet, call centers, redes sociais, mobile, mostradores electrónicos) e menos ainda têm uma estratégia multicanal que seja contínua, consistente e abrangente.

“Ao tornarem-se mais experientes, os consumidores estão a comandar os seus processos de compra. Cada vez mais, identificam e aproveitam as diferentes fontes de informação e canais para optimizar os diferentes elementos a considerar no acto de compra. Portanto, como os consumidores não fazem uma grande distinção entre canais, os retalhistas terão de suportar uma integração contínua entre todos os seus canais, nomeadamente ao nível da gama completa de produtos, informações dirigidas ao cliente e outras”, destaca Ira Kalish.

 

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