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Preços dos combustíveis vão continuar a subir se tensão no Irão se agravar

Por a 10 de Janeiro de 2012 as 11:15

O preço dos combustíveis deverá manter a tendência de subida enquanto se mantiver a tensão entre o Irão e as potências ocidentais, estando também dependente da resolução da crise na zona euro, admitem a APETRO e a ANAREC.

 

“Se o embargo às exportações do Irão for para a frente ou se o Irão cumprir as ameaças de bloquear o estreito de Ormuz, iremos assistir a um agravamento dos preços”, defendeu o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), António Comprido, adiantando que o aumento do preço dos combustíveis se deve em grande parte ao nervosismo do mercado.

Em declarações à Lusa, António Comprido adiantou que a tendência de aumento dos combustíveis reflecte também o impasse na resolução da crise da dívida soberana na zona euro, que tem conduzido à desvalorização da moeda única face à norte-americana, em que o crude é negociado.

Também o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Virgílio Constantino, admitiu que “a questão do Irão pode vir a agravar a situação”, considerando que “os mercados estão bastante agitados”.

“Gostaríamos que o mercado estabilizasse um pouco a bem da economia, mas temos dúvidas”, adiantou.

Esta semana, as gasolineiras voltaram a aumentar o preço dos combustíveis: na Galp, que faz uma actualização semanal, o preço da gasolina e do gasóleo aumentaram quatro cêntimos para 1,634 euros e 1,485 euros/litro respetivamente.

Nos postos da CEPSA, o litro do gasóleo passou a custar desde segunda-feira 1,484 euros e a gasolina 1,624 euros, depois de um aumento de três cêntimos.

Também nos postos da BP, os preços aumentaram: um cêntimo o gasóleo, valendo agora 1,469 euros por litro, enquanto a gasolina subiu dois cêntimos para 1,619 euros, sendo expectável novas alterações de preço nos próximos dias.

O estreito de Ormuz situa-se numa posição estratégica do Golfo Pérsico: separa o Irão, a norte, dos Emirados Árabes Unidos e de Omã, a sul. Passam por lá cerca de 40 por cento das importações de petróleo dos EUA e da Europa.

O Irão, que começou no sábado dez dias de exercícios navais no estreito e no Oceano Índico, evocou a possibilidade de bloquear a passagem caso fossem aplicadas sanções ocidentais contra as suas exportações de petróleo.

“Se os inimigos [do Irão] bloquearem as exportações do nosso petróleo, não permitiremos que passe uma gota de ‘crude’ pelo estreito de Ormuz”, disse ao jornal iraniano Khorasan Ali Ashraf Nouri, porta-voz dos Guardas da Revolução.

Nouri referia-se à possibilidade de o Ocidente aplicar sanções contra as suas exportações de petróleo, devido à continuação do programa nuclear iraniano.

Entretanto, os Estados Unidos já anunciaram que “vão reagir” se o Irão tentar bloquear o estreito de Ormuz, pela voz o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta.

 

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