Danone e Nestlé entre a suspensão e fecho de fábricas na China

As gigantes alimentares Danone e Nestlé admitiram recentemente a possibilidade de suspender ou mesmo fechar as fábricas na China, devido à forte concorrência dos players locais, avançaram diversos analistas a agências noticiosas.

O grupo francês Danone irá suspender as operações numa das suas duas fábricas de iogurtes no país asiático, enquanto a Nestlé irá encerrar uma das suas três fábricas de gelados, admitiu a multinacional suíça à Agência France Press (AFP).

Os analistas refere que os fabricantes de produtos lácteos estrangeiros têm-se esforçado na China, embora as empresas locais como a Sanyuan Group, Inner Mongolia Yili Industrial Group ou China Mengniu Dairy são mais reconhecidos e fabricam produtos similares a preços mais baixos.

Ma Wenfeng, analista da Beijing Orient Agribusiness Consultant Ltd, admitiu à AFP que “as empresas estrangeiras que fabricam tais produtos na China não têm quaisquer vantagens competitivas”, avançando ainda que “cada região tem as suas próprias marcas locais que são mais reconhecidas na sua própria região que as estrangeiras”.

À AFP, um porta-voz da Danone negou que a suspensão da fábrica de Xangai se deve à concorrência local, afirmando que a empresa estava a “trabalhar num novo e mais centralizado plano estratégico para os produtos lácteos frescos no mercado chinês”.

Da parte da Nestlé, a porta-voz da companhia, Nancy He, disse à agência noticiosa que a empresa iria fechar uma fábrica de gelados, no Leste da China, bem como suspender as vendas no retalho nessa mesma região, concentrando-se nos mercados a Norte e Sul do país.

De referir que o mercado de produtos lácteos chinês, como o resto de sector alimentar, tem vivido vários escândalos nos últimos anos, envolvendo produtos contaminados. Em Março, fonte oficial do Governo admitiu que mais de um quinto dos produtores de leite perderia as licenças após inspecções com vista a prevenir uma repetição do escândalo do leite tóxico que, em 2008, matou pelo menos seis bebés, afectando mais 300.000 crianças.