FMCG Homepage Marcas Newsletter

Cenário de recessão na Europa é cada vez real

Por a 15 de Dezembro de 2011 as 0:21

Segundo as previsões de Inverno do Ernst&Young Eurozone Forecast (EEF), a perspectiva de uma ligeira recessão na zona euro na primeira metade de 2012 parece agora altamente provável. Apesar das reformas anunciadas recentemente na Cimeira Europeia, os detalhes sobre como será aplicado o acordo permanecem pouco claros, assegurando que a probabilidade de volatilidade permaneça elevada num futuro próximo, retardando as perspectivas de crescimento para os próximos seis meses, pelo menos.

Embora a consultora assuma que o acordo da semana passada seja implementado, as previsões apontam para “um fraco crescimento na zona euro que deve continuar até finais de 2012”, sugerindo mesmo uma “mera melhoria de 0,1% no PIB em 2012, subindo para 1,5 a 2% em 2013-15”.

Marie Diron, senior economic adviser to the Ernst&Young Eurozone Forecast, refere em nota de imprensa que “as reformas acordadas na cimeira de 9 de Dezembro foram um passo na direcção certa e a resposta parece ter sido ligeiramente positiva. No entanto, os investidores continuam muito preocupados com o comprometimento e a habilidade dos governos da zona euro para implementar reformas rapidamente. Apesar de este abrandamento não ser actualmente comparável àquele experienciado em 2008, ainda existem grandes preocupações em relação à liquidez dos bancos e ao desemprego para 2012”.

Já Mark Otty, Ernst&Young Area Managing Partner for Europe, Middle East, India and Africa, admite que “as incertezas que pairam sobre a zona euro só podem continuar a adiar o entusiasmo das empresas europeias para fazerem investimentos de longo prazo e decisões de recrutamento”.

No documento da Ernst&Young pode ler-se que o “verdadeiro desafio para a Europa e para as ‘economias avançadas’ é o crescimento e se as economias maduras conseguem encontrar formas de crescer acima da sua tendência histórica para pagarem as suas dívidas e aprenderem a viver dentro das suas possibilidades daqui para a frente”.

Uma das principais preocupações da região europeia tem sido o desemprego que tem subido rapidamente em alguns países da zona euro desde 2008, particularmente na periferia. O EEF acredita que há “uma forte possibilidade de agravamento da situação em alguns dos países centrais”, avançando que “atendendo às perspectivas, o total de desempregados vai permanecer elevado por um longo período”, não se esperando que a taxa de desemprego na zona euro caia “abaixo dos 10% até 2015”.

Marie Diron, afirma: “Alterações aos mercados de trabalho da zona euro para aumentar a sua flexibilidade e reduzir os custos de trabalho ajudariam a garantir que o euro saía da sua crise numa base mais forte”.

Tal como o desemprego, também a liquidez do sector bancário é uma grande preocupação em toda a zona euro. O crédito bancário na zona euro permanece apertado, com os bancos a reestruturar os seus balanços e a reduzir a exposição aos sectores e países de maior risco.

O estudo do Banco Central Europeu sobre empréstimo para o último trimestre de 2011 demonstrou padrões de empréstimo novamente apertados, com inquéritos para países individuais a sugerir condições mais apertadas em toda a zona euro. Entre os factores-chave que contribuíram para tal, estão o reduzido acesso aos mercados capitais e as percepções agravadas dos bancos face às perspectivas económicas gerais, sugerindo “um impacto adverso crescente no investimento de negócio e na capacidade das empresas aumentarem a produção em 2012”.

Admitindo que o risco de divisão na zona euro ainda existe, o EEF avança que “os custos de uma ruptura da zona euro seriam, sem dúvida, muito altos e teriam impacto duradouro em toda a economia da Europa e do mundo”.

Assim, o EEF acredita que as autoridades dos países líderes “lutarão para manter a moeda única”.

A análise da Ernst&Young termina a salientar que “apesar das perspectivas pouco animadoras a curto prazo e dos riscos, ainda esperamos que a zona euro estabilize em 2012, com um fim da crise na Itália e Grécia a aumentar as perspectivas de crescimento de médio prazo e um regresso a uma estabilidade financeira maior. Para além disso, o estímulo em curso dos mercados emergentes, que devem impulsionar o crescimento mundial nos próximos anos e ultrapassarem os países desenvolvidos em percentagem do PIB mundial já em 2014, vai ajudar ao crescimento da zona euro para cerca de 2% em 2014-15, com melhoria das perspectivas futuras”.

 

 

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *