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Retalho espanhol e italiano com previsões de queda em 2012

Por a 14 de Dezembro de 2011 as 12:48

De acordo com dados mais recentes apresentados pela Crédito y Caución, seguradora de crédito que actua no mercado ibérico, no seu último Market Monitor, antecipa-se um cenário negativo em 2012 para o sector do retalho em Espanha e Itália que se traduzirá num declínio das vendas, numa quebra do consumo privado e num aumento dos prazos de pagamento e insolvências.

Em causa está, essencialmente, a elevada dependência do sector em relação ao financiamento externo e ao crédito ao consumo, salientando o observatório sectorial que traça as previsões sobre o grau de insolvência e incumprimento nas empresas que, em Itália, o subsector do retalho não alimentar é o que apresenta maiores riscos.

Em Espanha, e entre Janeiro e Outubro de 2011, o sector do retalho registou um decréscimo de vendas de 5,5% ao ano, com o subsector do retalho não alimentar a apresentar uma diminuição de 7,2%, enquanto que o subsector alimentar contraiu 2,7%.

Os principais afectados foram os comerciantes independentes que sofreram um declínio de 6,9% mas também, segundo o Instituto Nacional de estatísticas Espanhol (INE), as cadeias de menor dimensão que sofreram com a redução da procura doméstica.

“O contexto económico actual alterou o comportamento dos consumidores espanhóis que se estão a tornar mais cautelosos nos seus hábitos de consumo. Paralelamente, a tendência é para que os retalhistas comecem a rever os seus portfolios, a desinvestir e até mesmo a fechar lojas menos rentáveis”, destaca o documento da Crédito y Caución.

O comportamento de pagamento no sector do retalho em Espanha é, ainda assim, melhor do que o da média desse mercado, revelando o estudo da seguradora que, em média, “os prazos de pagamento são de 90 a 120 dias e de cerca de 30 dias para os bens alimentares”. Nos últimos três meses, este sector tem sofrido uma ligeira deterioração, sobretudo devido à queda do consumo privado e à escassez de crédito bancário, não sendo, no entanto, expectável qualquer agravamento maciço nos próximos meses. O número de insolvências no sector do retalho espanhol registou um ligeiro aumento nos últimos seis meses, conclui o Market Monitor relativamente a Espanha.

Já Itália, o panorama político económico e financeiro incerto tem desencorajado o consumo privado. Este irá, segundo a Global Insight, contrair 0,1% em 2012.

As vendas no sector do retalho italiano, em contracção desde 2009, irão diminuir 3,1% em 2011 e 1,6% no próximo ano. Esta queda irá fazer sentir-se principalmente no subsector do retalho não alimentar, indicando a seguradora que “os bens de consumo duradouro perderam a almofada dos incentivos públicos que sustentaram o sector em 2010”.

Quanto ao subsector alimentar, apesar de este ter também registado uma quebra na procura, a sua natureza não cíclica faz com que consiga escapar aos piores efeitos crise. Segundo a Crédito y Caución “a procura deverá, neste campo, permanecer estável tanto para marcas próprias de distribuidores como para as marcas de fabricante”. No entanto, a seguradora salienta que neste subsector, existem ainda “riscos” para os quais os mercados deverão permanecer atentos, tais como a “volatilidade dos preços e o abrandamento da procura”.

As insolvências no sector do retalho italiano deverão aumentar (principalmente no subsector não alimentar), nomeadamente fruto de deficiências estruturais, tais como a elevada fragmentação, as margens de lucro reduzidas, a fraca retenção de receitas e as modestas bases de capital dos retalhistas italianos.

O prazo médio de pagamentos para os retalhistas de grande e média dimensão é de 75 dias, um valor que prevê manter-se estável para o subsector alimentar, mas que deverá deteriorar-se para o subsector não alimentar.

 

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