Consumidores mais racionais na utilização dos cartões de pagamento

O estudo “Comportamento Financeiro dos Particulares em Portugal”, realizado pela Marktest e patrocinado pela MasterCard, concluiu que a penetração de cartões de débito no nosso País continua a crescer, enquanto a penetração e uso dos cartões de crédito diminui, atingindo os níveis mais baixos desde 2008.

De acordo com a pesquisa BASEF Banca 2011 da Marktest analisada pela MasterCard, 86,8% dos portugueses com mais de 15 anos têm um cartão de débito (+ 0,4% que 2010), e, entre estes, 95,6% usam-no regularmente, confirmando assim o perfil activo dos consumidores portugueses no segmento do débito.

Ao mesmo tempo que a penetração de cartões de débito aumenta, os consumidores parecem evitar usar mais do que um cartão, já que o número médio de cartões de débito utilizados pelos entrevistados é de 1,42 (1,46 em 2010).

Já quanto à utilização dos cartões de débito, os portugueses continuam a ser utilizadores activos, revelando o seu uso numa grande variedade de transacções, (em media, os cartões de débito são usados em 5,32 tipos diferentes de transacções, um número muito próximo dos 5,49 do ano passado).

As pessoas confiam nos cartões de débito, sobretudo, para as suas compras diárias de bens de consumo, com um aumento do uso, nesta categoria, de 79,3% em 2008 para 82,9%em 2011, registando-se, em contrapartida, uma quebra de 4% nas compras de roupa e calçado em 2011 face a 2010, de 74,1 para 70,1%.

Para Paulo Raposo, Country Manager para Portugal da MasterCard Europe, “os consumidores portugueses estão a demonstrar uma atitude muito responsável, ajustando os seus hábitos e mudando do crédito para o débito. A diminuição no crédito (penetração e uso) parece indicar que os portugueses preferem evitar o pagamento diferido dos bens de consumo imediato, preferindo confiar no débito. O comportamento dos consumidores portugueses parece reflectir a situação financeira actual, com uma ligeira contracção do consumo, revelando hábitos de consumo mais esclarecidos, em consonância com o actual contexto económico. Os portugueses continuam a ser utilizadores activos dos cartões de débito, mas estão a dar provas de um comportamento financeiro mais racional”.

O estudo indica, também, que 30,6% de todos os entrevistados (informação recolhida entre Março e Junho de 2011, tendo como base uma amostra de 3.959 indivíduos) possui um cartão de crédito, correspondendo a uma queda de 1,8 pontos percentuais desde 2010 (32,4%). A posse de cartões de crédito é mais elevada entre os homens, os indivíduos entre os 35 e os 54 anos, aqueles que pertencem às classes média-alta e alta, e os habitantes da área da Grande Lisboa.

Assim como desce o número de cartões de crédito, o seu uso também revela um decréscimo, de 62,3% dos portadores declarando usar o seu cartão de crédito em 2010, para apenas 59,6% em 2011. Em 2011, tanto o número de cartões de crédito como o seu uso pelos consumidores portugueses, registaram os níveis mais baixos desde 2008. O decréscimo acumulado no uso de cartões de crédito de 2008 até agora é de -15,1%.

Quando olhamos para como os portadores de cartões de crédito fazem uso dos seus cartões, o estudo indica, que, de acordo com o que os consumidores portugueses declaram, entre 2008 e 2011, os tipos de transacções feitas com cartões de crédito mantiveram-se muito estáveis.

Em 2011, no entanto, houve um crescimento considerável do uso de cartões de crédito para pagamentos de combustível (+6,1%) e “férias e viagens” (+2,8%), enquanto o uso do crédito para comprar roupas, calçado e jóias diminuiu (- 3,7%).

Relativamente à distribuição dos pagamentos realizados com cartão de crédito, a pesquisa indica que a categoria que mais cresceu é a de pagamentos em férias e viagens, (+3,6%) enquanto o pagamento de bens de consumo diários e hipermercados regista uma descida (-1,5%).

“Num contexto económico complicado, os consumidores portugueses parecem estar a adoptar um comportamento muito racional. O crescimento e a diversificação no uso de cartões de débito confirma a tendência de que as pessoas estão a substituir o cash pelos pagamentos electrónicos, especialmente nas suas compras diárias, como maneira de melhor controlarem as suas finanças”; salienta o Country Manager da MasterCard.

E Paulo Raposo conclui: “a contracção no uso do crédito parece indicar que, dado o contexto actual, os portugueses estão a ser mais racionais no uso que dão ao crédito”.