Concorrer com base nas características
A opinião de Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma.

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O sector das TI é por natureza muito susceptível a comparações. Os produtos electrónicos são construídos com componentes de performance mensurável e acaba por se tornar inevitável a comparação de diferentes produtos com base nas suas características.
Numa primeira análise esta abordagem parece ser benéfica para o consumidor. Por um lado, porque proporciona informação técnica. E quanto mais bem informado o consumidor estiver, melhores decisões pode tomar. Este raciocínio é particularmente válido para o consumidor com um nível de conhecimento técnico superior. Por outro lado, é bastante útil para o consumidor menos conhecedor, uma vez que simplifica a escolha para um patamar no qual ele tem capacidade para tomar a decisão. E um consumidor que escolhe um entre vários produtos é um consumidor que compra, o que é bom para as marcas, que vendem. E vendem as melhores, o que também acaba por ser bom para o mercado uma vez que valoriza o mérito.
Esta prática é bastante comum neste (e noutros) sector, e acaba por ser incentivada pelas análises “cegas” que são feitas pela imprensa especializada, cada vez que é lançado um produto novo para o mercado, seja uma máquina digital, um GPS, telemóvel, portátil, you name it.
O problema desta abordagem é que faz com que os fabricantes se preocupem em ter um processador mais rápido, um ecrã com mais polegadas ou um zoom maior. Há apenas uma preocupação com a performance individual de cada característica e esquecem-se que o todo é maior do que a soma das partes.
A experiência do consumidor deve ser soberana. Mais importante do que cada uma das características é ter um equipamento que funcione bem, seja intuitivo e funcione quando se precisa dele.
As características dos produtos querem-se como os árbitros de futebol, isto é, que façam o seu trabalho de tal modo bem feito que nem sequer nos lembramos que estão lá. Eu não me lembro quantos megapíxel ou qual o zoom óptico da minha máquina quando tiro uma fotografia. Lembro-me, isso sim, de que estou a desfrutar de um bom momento que quero imortalizar. Se me lembrar das características da máquina é sinal que ela não foi suficientemente rápida para captar o momento ou que não teve qualidade suficiente para o capturar em condições.
Esta obsessão com as características conduz a uma escalada de performance que acaba por limitar a inovação do produto à sua componente incremental, impedindo abordagens disruptivas e aniquilando o potencial de inovação radical.
Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma