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Retalho alimentar “segura” resultados da Sonae

Por a 22 de Novembro de 2011 as 22:50

O volume de negócios da Sonae SGPS estagnou nos nove primeiros meses de 2011 face a igual período de 2010, totalizando 4,156 mil milhões de euros contra 4,153 mil milhões de euros atingidos em período homólogo.

De facto, foi a performance do retalho alimentar da Sonae MC que, de certa forma, permitiu à companhia liderada por Paulo Azevedo não apresentar resultados negativos, verificando-se que a operação contribuiu com 2,421 mil milhões de euros para os resultados globais da casa mãe, representando, assim, uma evolução de 2% em relação aos primeiros nove meses de 2010.

Em comunicado, a Sonae explica que “este valor incorpora uma evolução de cerca de +1% nas vendas no universo comparável de lojas, apesar da continuação dos efeitos do ‘trading down’ levado a cabo pelos consumidores em Portugal”.

Segundo as contas da companhia, a Sonae MC continua “a reforçar a liderança de mercado” (+0,9 p.p. de quota), atribuindo esta performance ao “forte contributo do portfólio de marcas próprias e primeiros preços, actualmente com uma representatividade de cerca de 30% nas vendas das categorias relevantes”.

A operação de retalho não alimentar (Sonae SR), por sua vez, contribuiu com 861 milhões de euros para as vendas globais do grupo, correspondendo tal valor a menos 1% que as vendas de igual período de 2010, “reflectindo a evolução de cerca de -13% das vendas no universo comparável de lojas, em face da forte quebra verificada nos mercados base ao longo de 2011”, justifica a companhia que detém insígnias como a Worten Zippy, Vobis ou Sport Zone.

No entanto, a Sonae estima que, apesar desta evolução menos favorável, “os principais formatos tenham tido um comportamento de vendas melhor que a média de mercado, atingido, por conseguinte, novos ganhos de quota”.

No comunicado, Paulo Azevedo, CEO da Sonae, admite que “os primeiros nove meses de 2011 ficaram marcados pelo anúncio de várias medidas de austeridade na Península Ibérica, que se reflectiram já num recuo significativo do consumo privado, particularmente pronunciado nos segmentos não-alimentares”.

Face à retracção do rendimento disponível das famílias, o líder da Sonae espera, durante o 4.º trimestre, “alguma deterioração das vendas no universo comparável de lojas em Portugal”. “Mantemo-nos, no entanto, confiantes que continuaremos a atingir ganhos de quota nos mercados onde actuamos, a fortalecer a estrutura de capitais e a implementar as orientações estratégicas que definimos, nomeadamente com o prosseguir do caminho da internacionalização, embora a um ritmo mais lento do que tínhamos ambicionado”, finaliza Paulo Azevedo

Em termos de EBITDA, a Sonae os números indicam um valor de 471 milhões de euros, correspondendo a 11,3% do volume de negócios global, destacando a companhia que “este valor foi naturalmente impactado pelo investimento na internacionalização da Sonae SR, mas também pelo efeito da retracção do consumo nos mercados ibéricos, que se continua a sentir principalmente ao nível das categorias não-alimentares”.

Nas duas operações de retalho, o EBITDA da Sonae MC fixou-se nos 152 milhões de euros representando uma evolução de 2% face aos mesmos nove meses de 2010, correspondendo a uma rendibilidade de 6,3% do respectivo volume de negócios.

Este resultado é justificado pela “competitividade no período por via da conjugação de um esforço promocional relevante, alavancado no cartão cliente (que esteve na base de mais de 85% das vendas), de um rigoroso controlo de custos, de ganhos de eficiência e de optimização da cadeia de abastecimento”.

Já a Sonae SR totalizou 15 milhões de euros negativos, o que compara com um valor de 16 milhões de euros positivos registado no período homólogo. “Esta evolução reflecte”, segundo a companhia, “o comportamento negativo das vendas no mercado ibérico, mas é também resultado dos custos incorridos em termos de abertura de lojas, formação e de esforço de notoriedade das marcas em Espanha e de entrada em novos mercados”.

De notar ainda que estas duas operações – Sonae MC e Sonae SR – representam 77% do volume de negócios total da Sonae, correspondendo 57% ao negócio alimentar e os restantes 20% ao não alimentar.

Em relação ao investimento efectuado nestes nove meses de 2011, a Sonae indica que concretizou um investimento global de 235 milhões de euros. Este investimento foi, de acordo com a Sonae, canalizado para a abertura selectiva de novas lojas de retalho em Portugal, incluindo 1 Continente Modelo e 9 novas lojas Sonae SR, com expectativas de retorno muito positivas; ao alargamento da presença da rede de lojas próprias da Sonae SR no mercado espanhol, com a inauguração de 32 mil novos m2 de área de venda (atingindo um total de 115 lojas naquele país), prosseguindo-se assim com este importante esforço de internacionalização, com a abertura de 2 novas lojas próprias na Turquia (através da insígnia Zippy); além da remodelação selectiva de um conjunto de unidades de retalho, por forma a garantir que estas se mantêm como referências nas respectivas zonas de implementação.

Quanto ao que falta do exercício de 2011, as perspectivas não são as mais animadoras, admitindo a Sonae que “face à previsível redução do rendimento disponível das famílias, nomeadamente em função do imposto extraordinário aprovado em Portugal, é expectável que, em especial nos segmentos mais cíclicos, se assista a uma contracção das vendas no conjunto dos mercados retalhistas, particularmente no período do Natal”.

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