Palmela, 17 Marco 2011: Lourenco Fernandes Director Geral da McLane Portugal empresa de Logistica
McLane avalia parcerias de âmbito ibérico
A McLane aperfeiçoou o modelo operacional para se tornar mais competitiva e eficiente. Agora, procura parcerias para alargar a presença na Península Ibérica

Rita Gonçalves
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Quando, em 1990, a Wal-Mart adquiriu a McLane’s Company, a maior retalhista do Mundo era a principal cliente do operador logístico.
Centralizar em entrepostos logísticos a distribuição de mercadorias nos Estados Unidos é o grande objectivo da Wal-Mart para reduzir os custos operacionais e, consequentemente, diminuir os preços ao consumidor final.
A filosofia de gestão logística da Wal-Mart faz ainda hoje parte do ADN da McLane, apesar de ter sido vendida em 2003 à Berkshire Hathaway, companhia fundada por Warren Buffet.
É assim que, em 2001, quando a McLane se estreia em Portugal, este “expertise” americano é adoptado nas instalações de Palmela.
“A principal mais-valia da importação do modelo americano está na forma como entendemos a logística, como um negócio, que começa na produção e acaba no consumo final”, sublinha em entrevista ao Hipersuper Lourenço Fernandes, director-geral da subsidiária da McLane em Portugal.
Neste processo, três pontos são fundamentais, refere. “A consciência de que a perda de uma venda não se recupera. Ou seja, a logística tem que garantir o produto no linear pronto a ser vendido. Em segundo lugar, a percepção da importância que o custo logístico tem para o preço final do produto, ou seja a procura constante por estímulos de eficiência e combate ao desperdício. E, por último, a adopção de uma postura colaborativa entre as partes para simplificar os processos”.
O que diferencia, afinal, a McLane dos concorrentes? “Como fomos um operador de food-service, conseguimos perceber melhor a relação dos nossos clientes com os seus destinatários. A marca é o bem mais valioso das empresas, por isso, propomo-nos a proteger esse activo”.
Parcerias ibéricas
A McLane tem 32 clientes em Portugal, em áreas tão distintas como o retalho moderno e tradicional, a banca, os hospitais, os centros prisionais ou fábricas. A oferta abrange as áreas alimentar (temperatura ambiente, controlada, frio positivo e negativo) e de higiene e limpeza. Com serviços de logística integrada, cross-docking, re-packing, armazenagem e transporte, ambiciona alargar a carteira de clientes em Portugal. “Temos capacidade disponível e dimensão expansível”.
O director-geral da subsidiária da McLane em Portugal assumiu os comandos da empresa em Agosto de 2010. A reorganização da empresa constituiu a prioridade da nova gestão.
“Melhorámos processos, recursos e tecnologia para nos afirmarmos como uma alternativa eficiente, fiável e competitiva. Continuamos a aperfeiçoar o modelo operacional, a aumentar as competências dos trabalhadores e a evoluir no programa de gestão energética e ecologia. E estamos actualmente a avaliar oportunidade de parcerias de âmbito ibérico que permitam o alargamento territorial da oferta. O objectivo é proporcionar um bom resultado ao accionista”.
Uma das consequências da quebra do consumo privado em Portugal foi o aumento da procura de espaços de armazenagem mas a empresa prevê um futuro “com mais encomendas de menor dimensão, menores volumes de stock e acentuada redução de produto. Os ciclos de venda vão acelerar, devido à procura em menor quantidade mas com maior rotação”.
A McLane escusou-se a revelar ao Hipersuper a facturação actualizada da filial portuguesa. Os últimos dados conhecidos são de 2009 quando o volume de negócios atingiu 12 milhões de euros.