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BCSD Portugal sugere 3 abordagens para o consumo sustentável

Por a 14 de Novembro de 2011 as 10:00

A Distribuição tem vindo a reforçar a adopção de medidas amigas do ambiente. Não só porque estas práticas reforçam a sustentabilidade ambiental mas, também, porque são alavancadoras da inovação, garantiu Ana Trigo, por ocasião da conferência “Consumo Sustentável”.

 

A directora-geral da APED teve honras de abertura da conferência organizada pela própria Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, integrada na 4ª edição do Green Festival, maior evento do País dedicado à sustentabilidade.

Luís Rocharte, responsável da BCSD Portugal, Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, alertou, no entanto, a plateia, constituída por empresários de diversas áreas de actividade, para a necessidade de uma “visão completa” das actividades sustentáveis. “A sustentabilidade não se resume às lojas ou à operação mas ao conjunto das cadeias de valor e muitas vezes só há eficiência no fim da cadeia”.

Em período de retracção económica e de austeridade, faz sentido continuar a apostar em práticas sustentáveis? “Sim, há cada vez mais apelo. Precisamos de importar menos, produzir mais e acrescentar valor para oferecer preços mais competitivos”, resume.

“O caminho está a ser calcorreado e não vamos voltar atrás. Pode haver um abrandamento mas estamos no caminho do consumo sustentável”, corrobora, em jeito de balanço, a directora-geral da APED.

A BCSD, que reúne cerca de 132 empresas, entre as quais a Sonae, a Deloitte e a SAP, aconselha três abordagens que privilegiam o consumo sustentável, que as “empresas podem adoptar revendo os processos”. O objectivo é obter melhores resultados na actividade.

1. Eco-Inovação

A primeira abordagem o responsável da BCSD designa de Eco-Inovação. “Ser eco-eficiente na operação é fazer mais com menos. Por exemplo, disponibilizar os produtos utilizando menos materiais na composição ou reduzindo o consumo de energia no fabrico. É preciso pôr as lentes da sustentabilidade e medir os impactos ambientais e sociais da actividade”. Luís Rocharte deu o exemplo da marca de água natural Vitalis, da Unicer, que diminuiu a utilização de materiais no fabrico das garrafas PET, reduzindo o peso da garrafa e o volume no transporte.

2. Influência na Escolha

A segunda abordagem – intitulada de Influência na Escolha – diz respeito ao posicionamento das marcas. “Aconselho mais prudência na escolha das mensagens transmitidas nas campanhas de marketing e publicidade. É preciso transparência para não enganar o consumidor”. O responsável da associação deu o exemplo do recente lançamento de um veículo híbrido, “único, muito controverso em termos estéticos mas muito procurado pelos consumidores porque conquistou um elevado status na defesa do ambiente”.

2. Edição da Escolha

A última abordagem designa-se Edição da Escolha. “Está relacionada com o controlo dos elementos da cadeia de valor. A filosofia é a prevenção de riscos, excluindo a utilização de trabalho infantil ou adoptando um rigoroso sistema de segurança alimentar, por exemplo. Além disso, incentiva a comunicação directa com o consumidor, explicando, por exemplo, como se produz determinado produto”.

O exemplo da Apple é dos mais utilizados no Mundo. A empresa eliminou várias componentes dos seus produtos que passaram, em poucos anos, de um grau de perigosidade ‘muito elevado’ para ‘pouco’. “A empresa procurou voluntariamente novos elementos, menos nocivos, para fabricar os produtos prevenindo eventuais riscos”.

Desafios

Entre os principais desafios na área da sustentabilidade do consumo, Luís Rocharte destaca “o aumento dos portefólio sustentável, a criação de ofertas únicas e com boas funcionalidades e a adopção de preços competitivos. Educar o consumidor com campanhas de comunicação transparentes e interessantes, é mais um caminho a seguir. A informação não pode ser aborrecida, enfadonha e exaustiva. Neste campo, há responsabilidade das marcas mas também do distribuidor. Como é que os produtos são comunicados nas lojas, onde são expostos?”, questiona. A pergunta ficou sem resposta.

 

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