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Gastos das famílias portuguesas no Natal são os mais baixos dos últimos seis anos

Por a 9 de Novembro de 2011 as 14:12

As famílias portuguesas irão gastar uma média de 530 euros no próximo Natal e passagem de ano, representando um decréscimo de 8% face à época festiva de 2010 e o mais baixo dos últimos seis anos.

As razões principais para este decréscimo são, segundo o Xmas Survey da Deloitte, o clima económico (77%), o imposto especial sobre o subsídio de Natal em 2011 (64%) e o receio de perder o emprego (30%).

A consultora revela também que a visão dos portugueses sobre o estado actual da economia degradou-se significativamente. Se em 2010, 75% dos consumidores inquiridos acreditava estar numa recessão, em 2011 esse número subiu para 88% e as expectativas para o próximo ano não são das melhores, com 72% dos consumidores a acharem que a situação irá piorar, face a 58% em 2010.

No que toca ao poder de compra, a 14.ª edição do estudo anual da Deloitte que analisa as intenções de compra dos consumidores europeus para a época do Natal e Passagem de Ano adianta que 39% dos portugueses entende que o seu poder de compra se manteve ou melhorou, sendo que os restantes consumidores (61%) entendem que se reduziu (em 2010 este valor tinha sido de 47%).

O preço será uma das grandes preocupações da maioria dos consumidores portugueses, indicando o estudo da consultora que 85% afirma que terá este ponto mais em conta que em anos anteriores, apesar de apenas 35% afirmar directamente que vai optar por comprar os presentes mais baratos.

Por outro lado, a intenção de fazer compras por impulso caiu drasticamente (10%), o que se reflecte no aumento da vontade de tirar mais proveito de períodos promocionais (62%).

Apesar destes números, o estudo da Deloitte conclui que continua a manifestar-se a tendência observada nos últimos anos de transferência do orçamento de Natal para a aquisição de presentes. Se o valor do orçamento canalizado para presentes representava, em 2007, 275 euros, ou seja, menos de metade do orçamento da quadra festiva, em 2011, os dados indicam que possa vir a representar 346 euros, aproximadamente 2/3 do orçamento.

Importante será, no entanto, referir que a consulta da Deloitte foi efectuada antes do anúncio feito pelo Governo das medidas de retenção dos subsídios de férias e de Natal de 2012 e 2013 dos funcionários públicos e dos pensionistas, e do aumento da carga fiscal ao nível dos impostos directos e indirectos.

Enquadrando Portugal na restante realidade europeia, verifica-se que os consumidores europeus pretendem alocar um orçamento 587 euros aos gastos com as festividades de 2011, representando apenas menos 0,8% do valor médio do ano passado.

Contudo, é possível identificar três grupos distintos. Ou seja, os países que, pelo segundo ano consecutivo, relatam uma diminuição significativa nos seus orçamentos e onde se insere, juntamente com Portugal, a Grécia, Irlanda, Itália e Países Baixos; os países que apresentam um ligeiro aumento nos seus orçamentos (Suíça, Luxemburgo, França, Espanha e Bélgica); e, finalmente, os que revelam um aumento elevado nos seus orçamentos (República Checa, Polónia, Alemanha, Eslováquia e Finlândia).

Para Luís Belo, partner da Deloitte Portugal e responsável pelo sector de Consumer Business, “as diversas percepções face à actual situação estão a encorajar os europeus a terem uma abordagem mais prudente face aos gastos. Mais prudentes mas sem receio de agir, uma vez que o desejo de comemorar a época festiva continua forte e os consumidores vêem o seu poder de compra como estável. Mais prudentes ainda que incisivos, pois os consumidores tenderão a ajustar o seu comportamento de compra tendo em conta a evolução gradual negativa da “crise” na Europa”.

Mesmo assim, as preocupações com o contexto económico permanecem fortes e podem levar a gastos menores nesta época, especialmente se existirem novos desenvolvimentos negativos relacionados com a crise na Europa (ideia partilhada por 61% dos inquiridos) ou se o crescente medo de desemprego se instalar verdadeiramente (receio partilhado 20%).

Ao mesmo tempo, os consumidores estão mais propensos em gastar em benefício próprio como forma de evitar pensar na actual situação de crise (39%). Neste sentido, os resultados apontam para uma inclinação em aproveitar a época de saldos no final do ano (30%). Esta atitude evidencia que a procura pelos preços mais baixos ainda é fundamental para os consumidores que planeiam gastar de forma cuidada e, portanto, aproveitar ao máximo os seus orçamentos.

 

 

 

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