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Como ganhar dinheiro na Internet

Por a 31 de Outubro de 2011 as 12:30

A segunda edição do e-commarketing Show Lisboa tentou responder à pergunta: como ganhar dinheiro na Web? Entre dicas de especialistas e conclusões de estudos de mercado, conheça melhor o espaço virtual

 

Os profissionais de marketing da La Redoute conhecem as previsões meteorológicas como a palma das mãos. A vitrina da loja virtual é diariamente adaptada à vontade de São Pedro. “Estamos em Outubro, estão 30 graus lá fora, e as lojas físicas estão a vender roupa para o Inverno”, exemplifica Paulo Pinto, Director Geral da La Redoute, para sublinhar as vantagens do comércio electrónico. “A Internet introduziu o conceito de velocidade no retalho. Por isso, a oferta não pode ser estática. É preciso oferecer ao consumidor exactamente o que deseja naquele momento e ao melhor preço”, alertou o responsável por ocasião do e-commarketing Show Lisboa 2011, feira dedicada ao comércio na Web e ao marketing digital, que teve lugar recentemente na capital.

“Com a Web nasceu uma nova forma de comprar e viver a vida”. Como a loja está “aberta” 24 horas por dia, muitas transacções são efectuadas à noite. “Entre as 22h e as 00h, a taxa de abertura do site é muito elevada. Depois de deitarem os filhos, os pais começam a planear a vida”.

O segredo do e-commerce é utilizar um “suporte tecnológico simples, prático e continuamente actualizado. Elaborar campanhas de marketing segmentadas – propor ao cliente o que ele quer – e fazer chegar o produto de forma rápida, eficiente e segura. O e-commerce é antes de tudo marketing, é entender o consumidor. No futuro vai haver um site para cada cliente”.

Um total de 56% das vendas da La Redoute são feitas no site da empresa, onde comercializa mais de 100 mil referências.

 

Mobile ultrapassa desktop em 2014

O sucesso de um projecto de e-commerce depende da arquitectura do site e dos produtos disponíveis mas também da escolha da solução de pagamento, avisa Paulo Aleixo, Country Manager da OGONE. “Um total de 40% dos consumidores desiste da compra quando chega à página de pagamento. Há três motivos principais que levam ao abandono da transacção: o site não tem credibilidade (quando as marcas têm notoriedade este problema não se aplica), quando o cartão de crédito é o único meio de pagamento (apenas 27% dos portugueses é portador de cartão de crédito) e por causa das fraudes nas transacções online, que representam 114 mil milhões de dólares por ano”.

Paulo Aleixo reforça o problema da exclusividade do pagamento via cartão de crédito. “O multibanco (MB) representa 40% das transacções em Portugal e quem não oferece esta modalidade de pagamento está a perder 40% do mercado”. Além disso, diversos estudos referem que os sites com alternativas de pagamento ao cartão de crédito aumentam as vendas em 20%”. O Country Manager da OGONE deixa ainda duas dicas aos empresários com negócios internacionais: é essencial apresentar a página de pagamento na moeda do país e utilizar os meios de pagamento mais comuns nessa região”.

A propósito dos pagamentos electrónicos, António Pereira Dias, Director da Rede Unicre, revelou no e-commarketing Show Lisboa 2011 que a indústria chegou a acordo e que no próximo ano chegará a Portugal a nova aplicação mobile de pagamento. “Consegue conciliar wallets de loja com cartões de pagamento”.

O mobile é o caminho, indica, por sua vez, Rui Dias Ferreira, Presidente Executivo da VORTAL, acrescentando que este mercado não é residual. “O mobile vai substituir o computador de secretária em 2014. Não façam plataformas para desktop porque vão perder tempo. O e-bay já fez este ano 4 mil milhões de euros em transacções mobile”.

11,8% do PIB em 2015

Além da divulgação de casos de sucesso e conselhos úteis, na edição do e-commarketing Show Lisboa revelaram-se números. Segundo um estudo da IDC, o nosso País tem cerca de 1,7 milhões de compradores online. Cada comprador gasta anualmente 1.541 euros nas lojas virtuais. A mesma pesquisa estima que o volume de negócios acumulado do comércio electrónico (B2B e B2C) atinja em 2015 20 mil milhões de euros, ou seja, 11,8% do PIB, um crescimento médio anual de 7,5% até 2015.

No primeiro trimestre deste ano, 16% dos sites de comércio electrónico cresceram mais de 100% enquanto metade aumentou o volume de vendas até 20%, de acordo com um outro estudo, feito em parceria pela Netsonda e ACEPSI (Associação de Comércio Electrónico e de Publicidade Interactiva). 40% dos sites facturaram menos de 20 mil euros e 17% mais de um milhão de euros.

Também a Google apresentou um estudo, feito entre Maio e Junho deste ano pela TNS infratest. O documento indica que, apesar de procurarem cada vez mais informação na Internet sobre produtos de retalho, 80% dos portugueses conclui a compra na loja. “As conclusões do estudo comprovam que o actual contexto económico tem levado os consumidores a intensificarem a procura de informação antes de tomarem uma decisão de compra e a adoptarem atitudes cada vez mais racionais e fundamentadas. Este facto multiplica as oportunidades para os retalhistas comunicarem com o público-alvo”, revela Carlos Paulo, Industry Leader da Google Portugal. “Levar os cibernautas a concluir a compra online é o grande desafio dos empresários portugueses”.

 

Electrónica lidera compras

Entre os produtos mais adquiridos online, destacam-se os equipamentos de electrónica de consumo e os de jardinagem, com 11% e 12%, respectivamente, das preferências dos respondentes do estudo encomendado pelo maior motor de busca do Mundo. Os produtos de desporto, mobiliário, decoração e acessórios pessoais recolhem 9% das preferências de compra e os equipamentos domésticos e roupas 8%.

A indisponibilidade de um produto em Portugal é o principal motivo invocado para a compra online (55%). “Estava convicto que a principal razão para adquirir produtos em sites de comércio era a conveniência. O facto de ser a indisponibilidade dos produtos revela-se uma grande oportunidade para marcas que se queiram estabelecer em Portugal”, sublinha o Industry Leader da Google.

A conveniência de um serviço disponível 24 horas por dia (48%) e a ausência de filas de espera (48%), ocupam o segundo e terceiro lugar no ranking de motivações para a e-compra.

Por outro lado, a ausência da opinião pessoal do vendedor (54%) e do manuseamento dos produtos (52%), são as principais barreiras às aquisições em lojas virtuais.

A dificuldade em perceber o processo de compra é apontada por alguns dos entrevistados. Carlos Paulo considera preocupante esta afirmação. “Até uma criança que saiba ler consegue, com o cartão de crédito do pai, fazer uma compra na Amazon”. É preciso por os olhos nos bons exemplos”, aconselha.

Os entrevistados destacam ainda as lojas online e os motores de busca como as principais fontes de informação na Internet de apoio à decisão de compra. “O impacto da Internet no processo de compra é hoje inegável. Os resultados do estudo mostram que metade das pessoas que compra online descobre novas lojas e websites através de motores de pesquisa”.

 

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