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Bacalhau em contra-ciclo

Por a 31 de Outubro de 2011 as 12:40

 

Confeccionado de mil e uma maneiras, é indispensável à mesa dos portugueses. O fiel amigo está, por enquanto, imune aos cortes no orçamento familiar e os operadores já esfregam as mãos à espera da melhor época do ano

 

Com o consumo privado a derrapar no mercado interno, o sector do bacalhau mantém uma trajectória de crescimento invejável. E com o Natal à porta, os operadores do sector esfregam as mãos de contentamento. É que nos últimos meses do ano as vendas de bacalhau atingem o pico, não fosse o fiel amigo o grande companheiro da consoada.

Rui Conceição, responsável de marketing da Riberalves, disse ao Hipersuper que o mercado está a crescer a duplo digito. Segundo os últimos dados da consultora Nielsen (Janeiro a Setembro 2011), que analisa apenas o consumo nos lares, o volume de negócios acumulado atingiu 310 milhões de euros. A categoria de congelado cresceu 15% e a de bacalhau seco 5%.

Há várias explicações para este desempenho em contra-ciclo. Rui Conceição evidência o preço. “Actualmente, o preço do bacalhau, comparado com outros peixes, sobretudo o fresco, está bastante acessível”. Mas, o responsável de marketing da Riberalves ressalva que a performance do sector está muito ligada ao dinamismo das empresas. “Estamos sempre atentos às novas tendências de consumo, assim como promovemos acções periódicas junto dos consumidores”. A comprovar esta dinâmica, a Riberalves vai lançar três novas referências em Novembro para assinalar a chegada da melhor época de vendas do ano, o Natal.

Portugal é reconhecido no estrangeiro como um “país produtor de bacalhau de qualidade”. À boleia deste reconhecimento, a empresa encontrou nos mercados externos uma fonte de crescimento. Desde 1998 que exporta para mais de 20 países. “A exportação vai representar este ano um valor muito significativo no volume de negócios. Mas a exportação só faz sentido se for pensada a quatro ou cinco anos. Quem começa agora a exportar deve ser resiliente porque mesmo os mercados emergentes são muito exigentes”, aconselha.

Crescer fora de portas

Também a Lugrade viu nos mercados internacionais uma oportunidade para aumentar as vendas. “As empresas portuguesas produtoras de bacalhau salgado são das mais avançadas em conhecimentos de salga e secagem de bacalhau. E são reconhecidas por isso”. A empresa exporta para três continentes – Europa, África e América – seguindo a mesma estratégia que desenhou para Portugal: adaptar-se às mais elaboradas exigências.

No mercado nacional, a Lugrade denota uma “procura acrescida por gamas mais económicas e redução nos produtos de gama alta” mas ressalva que a posição do bacalhau na dieta dos portugueses limita o decréscimo de consumo deste peixe. As expectativas para o Natal são, tal como nos outros anos, elevadas e, por isso, vai lançar uma embalagem especial alusiva à época. Mas nem tudo são rosas. Enquanto sector “muito exigente em termos de capital, o principal desafio deste mercado é o reforço das fontes de financiamento, altamente limitadas na actual conjuntura”.

Inovação é o caminho

O mercado de bacalhau congelado é um admirável mundo novo para a Iglo. Apesar de ter entrado nesta categoria em Julho deste ano, a marca conhece de cor os números. “O mercado de bacalhau congelado tem apresentado crescimentos nos últimos dois anos e está à data a crescer 12% face ao ano passado. A categoria apresenta um ritmo de crescimento mais elevado do que a totalidade do mercado de congelados”, sublinha Daniel Fonseca, director de marketing da Iglo, acrescentando que a entrada da marca no mercado não é alheia a este dinamismo. A proposta é inovadora, garante. “O bacalhau da Noruega, previamente demolhado, está disponível nos formatos lombo e posta.

Ao contrário das concorrentes, a Iglo continua firmemente apostada em dinamizar o mercado nacional. A exportação tem “um peso residual e não faz parte da estratégia core desenvolvê-la”. A inovação, essa sim, é a grande alma do negócio. “A inovação tem trazido frutos para o negócio da Iglo com o lançamento de uma série de produtos que se mostraram relevantes para o consumidor, aumentam a quota de mercado e trazem para a categoria consumidores que antes não optavam por congelados”.

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