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JM aumenta receitas para 7,3 mil milhões e confirma entrada na Colômbia

Por a 27 de Outubro de 2011 as 11:44

Nos primeiros nove meses de 2011, as receitas da Jerónimo Martins (JM) aumentaram quase mil milhões de euros face a igual período de 2010, correspondendo, assim, a uma evolução de 15,6% para um total de 7,320 mil milhões de euros, informa a companhia em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA, com um aumento de 19,5%, continua a crescer mais do que as vendas, “reflectindo sobretudo os ganhos decorrentes de crescentes economias de escala ao nível da Biedronka permitindo que a margem consolidada se cifre nos 7,2% das vendas, acima dos 7% verificados no mesmo período do ano passado”, reconhece a JM, salietando ainda que o EBITDA da Biedronka representa já 64,1% do EBITDA gerado pelo grupo, no período em análise.

O resultado líquido regista uma subida assinalável de 32%, quando comparado com os primeiros nove meses do ano passado, atingindo os 256 milhões de euros.

O peso crescente da Polónia nas contas da JM é, mais uma vez destacado pelos responsáveis da companhia, reconhecendo-se que os resultados das vendas e da rentabilidade do grupo foram “fortemente impulsionados pela excelente performance da cadeia Biedronka, na Polónia, e também pelo bom desempenho da Distribuição Alimentar em Portugal”.

Assim, na Polónia, a dinâmica do consumo de bens alimentares “manteve a tendência positiva” registada nos trimestres anteriores, com o nível de inflação alimentar a manter-se estável nos 5,8% nos primeiros nove meses do ano, salientando o comunicado que “o notável desempenho da Biedronka continua a ser a principal razão para os sólidos resultados obtidos pelo grupo no período em análise”. De facto, nos primeiros nove meses do ano, as vendas da Biedronka cresceram 25,3%, em moeda local, motivadas pelo forte Like-for-Like (LfL) de +14,6% e pela abertura de 117 novas lojas face ao período homólogo, o que representa um aumento de 14,9% da área de venda.

A evolução da rentabilidade da cadeia polaca continua a reflectir os benefícios de escala de uma operação cujo crescimento de vendas se mantém acima dos 20%, tendo o EBITDA crescido 36,2% em moeda local para uma margem de 7,8% das vendas, uma melhoria face aos 7,2% atingidos em igual período de 2010.

As vendas polacas ascenderam, assim, aos 4,328 mil milhões de euros, comparando com os 3,466 mil milhões de euros dos primeiros nove meses de 2010, avançando a companhia que no terceiro trimestre as receitas cresceram 23% em moeda local e 19,1% em euro, para 1,483 mil milhões de euros.

Já em Portugal, o Pingo Doce aumentou as suas vendas em 4,3%, contribuindo para este crescimento as seis novas lojas e o desempenho LfL de 1,1%, reconhecendo a companhia o “contexto de degradação da conjuntura económica, de quebra dos níveis de consumo e de alterações nos hábitos de compra dos portugueses”.

O crescimento LfL reflecte, segundo a JM, “o efeito do maior número de visitas às lojas, o qual é, em parte, mitigado pela redução do ticket médio de compra. Esta diminuição reflecte as alterações de comportamento dos consumidores que, motivados pelas dificuldades económicas, têm optado por comprar produtos com preços mais baixos dentro da mesma categoria (trading down). Exemplos desta realidade são: a crescente procura de produtos de Marca Própria, o aumento do consumo de carnes brancas e de porco em detrimento de carnes vermelhas e a procura mais acentuada de conservas e alimentos congelados”.

A operação do Recheio registou um crescimento das vendas de 4,8%, apesar de os segmentos do Comércio Tradicional e do canal HoReCa em que o negócio cash&carry opera continuem a registar crescimentos negativos. Para a evolução do contribuíram essencialmente a abertura, em Junho, da terceira plataforma de food service e o aumento de 1,8% das vendas LfL.

Na Madeira, as vendas tiveram um crescimento de 16,3% em resultado de um forte aumento de 6,8% nas vendas LfL, que beneficiaram da reabertura, em Junho de 2010 e após total remodelação, das duas principais lojas da companhia na ilha, ascendendo as receitas a 119 milhões de euros.

Na Indústria, o decréscimo do consumo continua a reflectir-se no desempenho de algumas categorias, tendo as vendas no acumulado dos nove meses do ano registado um desempenho negativo de 3,9% para 181 milhões de euros. A margem de EBITDA caiu, neste período, dos 12,3% para os 10,0% e reflecte as decisões tomadas, pela Companhia, no início do ano, de manter a competitividade dos preços mesmo perante o aumento do custo de algumas matérias-primas fundamentais.

De referir ainda que dos 225 milhões de euros investidos nos primeiros nove meses do ano, 67% foram canalizados para a Biedronka, na Polónia, e essencialmente alocados à abertura de 117 lojas, 54 das quais no terceiro trimestre.

No comunicado, Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, refere que “na Polónia, a Biedronka, nossa primeira prioridade estratégica, prosseguiu com crescimentos notáveis de vendas e resultados, uma clara prova da capacidade competitiva da Companhia que avança no reforço da sua liderança no mercado polaco”.

Já no mercado nacional, onde o responsável reconhecer que a “situação macroeconómica permanece muito frágil com significativo impacto no sentimento geral e no consumo, o Pingo Doce e o Recheio continuam a reforçar as respectivas quotas de mercado, dando prova da grande resiliência dos respectivos modelos de negócio”.

Para o resto do exercício de 2011, os responsáveis pelo maior grupo de retalho português acreditam que “o forte desempenho em ambos os países confirma a perspectiva muito positiva do grupo em relação ao crescimento de vendas e resultados para o ano de 2011”.

De referir ainda que, tal como esperado e já avançado pela imprensa, a administração da JM “decidiu escolher a Colômbia como o novo mercado a entrar”.

 

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