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Bens duradouros prejudicados pela queda do consumo privado

Por a 26 de Outubro de 2011 as 16:59

O sector dos Bens de Consumo Duradouros – artigos que têm uma vida útil superior a um ano – estão a ser alvo de um arrefecimento, marcado pela debilidade da Zona Euro e pelo abrandamento do consumo privado, indicam os dados recolhidos pelo relatório realizado pela Crédito y Caución, seguradora de crédito a actuar no mercado ibérico, que reflectem as perspectivas de evolução do mercado da Alimentação e dos Bens de Consumo Duradouros em diferentes países.

Em França, por exemplo, este tipo de bens representaram 8,8% do consumo total em 2010, verificando-se que, durante o primeiro trimestre de 2011, o sector estagnou, acompanhado por uma quebra de 0,7% no consumo das famílias.

O padrão actual caracteriza-se por uma grande compra com base nas ofertas e em pequenas compras regulares, estando os consumidores cada vez mais susceptíveis ao preço, obrigando as grandes superfícies a travar uma guerra constante de preços, para além de lutar contra os distribuidores online.

Na Alemanha, apesar da forte recuperação económica, com um crescimento de 3,7% do PIB em 2010, o crescimento do consumo privado arrefeceu. Além disso, alguns subsectores são muito afectados pelo aumento do preço das matérias-primas e dos produtos intermediários, acompanhado por crescentes incertezas da Zona Euro. Não se espera um crescimento sustentado do consumo das famílias antes do segundo trimestre de 2012. Quanto ao comportamento das empresas alemãs ao nível do pagamento, regista-se uma melhoria durante 2011, mas espera-se uma deterioração durante os próximos meses, enquanto a procura na Zona Euro diminui e o consumo doméstico privado desacelera.

Na Finlândia, o sector mostrou um crescimento anual de 5,7% face ao período homólogo e um crescimento estável durante 2011. Os índices de capital, solvência e liquidez são fortes, no entanto, existem algumas preocupações relativas à concessão de crédito por parte dos bancos, prevendo as conclusões do estudo uma deterioração no comportamento de pagamento, e um aumento na taxa de insolvência.

Durante o primeiro semestre de 2011 houve um aumento de 2% nas vendas de electrodomésticos na Polónia. As margens são baixas, mas a solvência e a liquidez são aceitáveis. As expectativas dos consumidores sobre a economia estão cada vez mais pessimistas, o que afecta negativamente o sector. A diminuição maciça (30%) dos pedidos de exportação é um dado alarmante, pois a exportação responde a 80% das vendas.

Os problemas económicos da Hungria continuam a ter um impacto negativo no sector de Bens de Consumo Duradouros, principalmente causada por uma diminuição do consumo privado. Além disso, os fabricantes têm sido afectados pelo aumento dos preços da energia e do combustível. Os atrasos nos pagamentos têm aumentado e as empresas têm enfrentado dificuldades acrescidas para pagar os empréstimos, pelo que se prevê que a situação se mantenha no futuro.

Já quanto ao sector da alimentação, este move-se, segundo a Crédito y Caución, entre as boas vibrações da Alemanha, a subordinação do México ao mercado dos Estados Unidos da América, e a incerteza da França.

O ano de 2010 e o primeiro semestre de 2011 foram caracterizados por um aumento do preço das matérias-primas, petróleo, energia eléctrica e embalagens. Em França, as perspectivas para o resto de 2011 indicam que a produção vai diminuir, o que reduzirá as margens da indústria e produzirá um aumento nas taxas de incumprimento. No entanto, o superávit do sector comercial dos alimentos continua a crescer desde o último trimestre de 2010, graças a um excedente de milho, trigo e bebidas, e também pela diminuição das importações de frutas e legumes.

Na Alemanha, o sector da alimentação tem registado um bom desempenho em 2011, com um aumento de 8,1% das vendas no mercado interno e um aumento de 11,5% nas exportações. A pressão sobre as margens de lucro prossegue, continuando o mercado de retalho alimentar alemão a ser o mais feroz e competitivo do mundo. Em comparação com outros sectores, a taxa de insolvência é boa e vai continuar a ser. O volume de negócios no sector continuará a crescer impulsionado, principalmente, pelas exportações, enquanto a procura interna se manterá constante.

 

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