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Widecoverage: um parceiro na exportação e importação

Por a 17 de Outubro de 2011 as 11:45

A Widecoverage nasceu este ano para apoiar as empresas portuguesas nos negócios internacionais. Com escritório no Brasil e em Cabo Verde, vai formar ‘joint-ventures’ em Moçambique e na China já em 2012

 

A Widecoverage (ampla cobertura) conheceu a luz do dia em Janeiro deste ano pela mão de três portugueses com experiência profissional nas áreas de logística e comércio internacional. Confrontados diariamente com dificuldades de diversa ordem no desempenho das suas funções, João Silva, Alda Miranda (ambos com cargos de direcção na Maersk) e Odeta Pontes (ex-directora da Franco Vago), transformaram as contrariedades numa oportunidade de negócio e abandonaram os projectos profissionais para se dedicarem em exclusivo à criação desta empresa de “export managment”.

João Silva, Managing Partner, explica, em entrevista ao Hipersuper, que o modelo de negócio da Widecoverage é muito semelhante ao das empresas de gestão de exportação que proliferam nos EUA. “Como a região dos EUA é enorme, as empresas focam-se no mercado interno, no negócio ‘core’, e contratam empresas de ‘export management’ para trabalhar em exclusivo o mercado internacional. A grande diferença da Widecoverage é abdicar do tradicional ‘fee’ mensal e cobrar apenas a comissão sobre as vendas, que varia entre 5 e 10%”.

Mas, afinal, que dificuldades sentiram os três empreendedores no dia-a-dia que conduziram à fundação da Widecoverage? Desde logo, no caso importação, a procura do fornecedor. “Como é que eu descubro, por exemplo, no Extremo Oriente, um fornecedor credível entre um milhão que produzem o que procuro? Caso encontre um fornecedor fiável, como é que ultrapasso a barreira linguística e garanto o melhor preço? Depois de concretizado o negócio, que garantia tenho que a encomenda chega conforme?”. É precisamente para garantir a selecção do melhor fornecedor e do preço mais competitivo, assim como acompanhar a produção e assegurar que a encomenda chega conforme ao destino, que nasceu esta empresa com apenas 10 meses de vida. Quanto se trata de exportação, a Widecoverage escolhe a dedo os compradores (em função do produto) e negoceia “in loco” tirando do ombro das empresas custos com estadias e deslocações.

“Não somos uma trading. A nossa mais-valia é a força comercial. Levantamos as necessidades das empresas, intermediamos o negócio e o nosso papel só não acaba quando este é concluído porque fazemos acompanhamento técnico e vistoria de mercadoria, entre outros serviços que prestamos”.

 

China e Moçambique em 2012

A Widecoverage estima intermediar 500 mil euros em exportações de empresas portuguesas no primeiro ano de actividade e chegar aos 2 milhões de euros no segundo aniversário. Para alcançar o objectivo, desenhou uma dupla estratégia. “Em Cabo Verde e no Brasil (Estado de Santa Catarina) temos escritórios próprios e noutros países apostamos em parcerias com empresas locais”.

Os escritórios de Cabo Verde (joint-venture com empresa local) e do Brasil (licenciamento da marca Widecoverage) inauguraram este Verão. A vantagem de ter um espaço próprio é a rapidez na obtenção de resultados. “Além de haver mais flexibilidade, podemos fazer “follow up” diário de vendas, afinar a estratégia, apertar o controlo e obter resultados mais rapidamente”. A empresa apostou naquele país insular africano porque, “apesar de pequeno, é estável e vai ter um crescimento razoável nos próximos anos”. E no Brasil porque “está em grande crescimento”.

A estratégia de abrir espaços próprios, apostando em joint-ventures com operadores locais, vai continuar e, em 2012, segue para Moçambique, China e, provavelmente, para a Malásia. “A par da Malásia, o Vietname, a Indonésia, as Filipinas e a Tailândia, são muitas vezes mercados negligenciados embora cresçam entre 6 a 9% ao ano e reúnam em conjunto 900 milhões de habitantes. A marca Europa/Portugal pode ser potenciada junto da classe média emergente”.

Nos locais onde não tem escritório, a Widecoverage aposta em parceiros dedicados, como acontece na Índia, Rússia ou Canadá.

No que diz respeito às importações, que representam actualmente 75% do volume de negócios, a empresa prevê intermediar menos de dois milhões de euros no final do primeiro ano de actividade. O principal mercado de importação é o chinês. E é precisamente na China que a Widecoverage ambiciona entrar no capital do seu parceiro privilegiado já no próximo ano.

Mas, afinal, quais são os produtos portugueses com potencial de exportação? No Extremo Oriente, por exemplo, “todos os produtos que não compitam pelo preço. Maquinaria industrial, tecnologia, sistemas de energia, moldes, produtos alimentares e bebidas, são bons exemplos do que podemos exportar com uma estratégia de nicho e preço Premium”. Para Cabo Verde, Brasil e Moçambique, como há mais afinidade cultural e a distância geográfica diminui, o leque alarga-se: “todos os tipos de bebidas e produtos alimentares, material médico, tecnologia de informação, plásticos e borrachas industriais e ainda sistemas de energia, maquinaria industrial, entre muitos outros”.

Quanto à importação, é ainda mais diversificada: brindes publicitários, material de construção, metalomecânica e peças para automóveis, são apenas alguns exemplos de produtos que a Widecoverage promete encontrar a preços competitivos.

Com uma facturação estimada em 200 mil euros no primeiro ano de actividade, a empresa prevê fechar 2012 a intermediar valores próximos dos 4 milhões de euros em importações e 2 milhões em exportações.

 

 

 

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