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Amazon ultrapassará Carrefour na próxima década

Por a 26 de Setembro de 2011 as 17:57

De acordo com o mais recente estudo da ResearchFarm – “Na Insider View: Amazon.com” – o crescimento registado nas vendas pelo gigante do e-commerce norte-americano deverá fazer com que a Amazon ultrapasse o segundo maior retalhista mundial (Carrefour), em vendas, dentro dos próximos dez anos.

Partindo das previsões de facturação da Amazon para o actual exercício de 2011 que apontam receitas na ordem dos 30 mil milhões de euros, à taxa de crescimento actual de 50%, a Amazon demorará uma década a desafiar e ultrapassar o Carrefour, cujas vendas, em 2010, totalizaram 101 mil milhões de euros.

Estes previsões feitas pela ResearchFarm têm em conta uma ligeira quebra na taxa de crescimento da Amazon nos próximos anos, mas assumem que os recentes investimentos feitos pela companhia que lidera o e-commerce mundial, incluindo o lançamento do tablet, o crescimento da divisão de serviços de cloud (armazenamento virtual), bem como a evolução do centro de distribuição recentemente concluído contribuam para tal performance.

Enquanto a maioria dos retalhistas físicos encontram-se numa luta contra um ambiente económico difícil para conquistar vendas, registantes crescimento de um só dígito – as vendas semestrais do Carrefour cresceram 2,7%, em 2011 -, as contas da Amazon relativamente ao último trimestre apontam para um crescimento significativo de 50%.

Daniel Lucht, director de research da ResearchFarm, refere que “a Amazon pode crescer a um ritmo muito mais rápido que a maioria dos players físicos, porque não precisa de investir numa estrutura física de custos elevados em mercados internacionais e a expansão de quota de mercado permite um armazenamento (virtual) de grandes investimentos iniciais”.

Segundo o estudo, para os players online é relativamente barato internacionalizar as operações, já que os websites já são praticamente globais. Uma vez atingidas determinadas vendas no online num país, o retalhista pode então dar seguimento com um website local, adaptando-o aos propósitos, exigências e necessidades desse mesmo país, bem como posicionar o preço de forma mais vantajosa, existindo mesmo a possibilidade de abrir lojas bandeira onde a procura é maior.

Em contraste aos retalhistas que dependem das lojas físicas para o seu crescimento, a Amazon não necessita de pagar rendas ou alugueres, espaços, encher as lojas com produtos ou contratar pessoal para dar apoio na venda na loja, canalizando os seus esforços para a melhoria da sua cadeia de abastecimento e entrega, indo ao encontro das necessidades e exigências dos seus consumidores.

Além disso, a Amazon tem potencial para oferecer marcas e referências que não se encontram actualmente à disposição nos seus sites e assim dar sequência aos “poderes” do online. Em último caso, a Amazon pode mesmo abrir um canal para terceiros comercializarem os seus produtos através dos seus sites, de modo a alcançar todo o potencial e oferta do e-commerce sem necessitar efectuar grandes investimentos.

O rápido crescimento de quota de mercado também permite à Amazon obter insights das últimas tendências e mesmo detendo pouca influência na produção de determinado artigo, o retalhista continua a receber uma percentagem das vendas. Ou seja, a quota de mercado detida pela Amazon encoraja a concorrência entre os players de modo a baixar os preços, reforçando, desta maneira, a percepção da Amazon quanto à sua própria competitividade de preço.

Para além de estar classificada no topo dos rankings de satisfação dos clientes na maioria dos países onde opera, também a sua política e ferramentas de fidelização (serviço de entregas gratuito) e lançamento de produtos próprios (Kindle) e downloads digitais têm ganho a preferência da maioria dos consumidores.

Apesar destas previsões da ResearchFarm dependerem de inúmeros factores – situação económica global, realidade cambial, inflação, para não falar da incerteza que existe no que diz respeito ao futuro de determinadas operações do Carrefour (veja-se o Dia) – este estudo é, já per si, “um reflexo da fraqueza do segundo maior retalhista mundial”, admite Lucht.

Dito isto, e tendo como certeza que o Carrefour continuará a crescer, também é certo que o crescimento da companhia francesa não se aproximará – nem de perto nem de longe – à dinâmica de crescimento de 50% da Amazon.

Lucht conclui que “deixando as operações ooshop e carrefour.fr de parte, a reacção do Carrefour á revolução online, a parceria com a Pixmania, vêem tarde demais. Uma vez posta em prática a parceria Carrefour/Pixmania em 2012, a Amazon já terá acrescentado ainda mais escala, tornando o trabalho do Carrefour ainda mais difícil”. Ou seja, na opinião do responsável da ResearchFarm, para o Carrefour poder vir a ter alguma esperança e proteger a sua posição na próxima década, “a opção mais viável deverá passar pela compra de crescimento através de uma aquisição”.

 

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