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Zara cria número verde para denúncias de trabalho escravo

Por a 15 de Setembro de 2011 as 17:34

O grupo Inditex, proprietário da marca de roupa Zara, anunciou na Quarta-feira, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil, a criação de um número verde que receberá denúncias de trabalho escravo, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo.

Em agosto, uma fiscalização do Ministério do Trabalho brasileiro em São Paulo encontrou 15 bolivianos a trabalhar em “condições análogas à escravidão” numa fornecedora da empresa.

Além da criação do número verde, a rede espanhola também prometeu que acompanhará a cadeia produtiva dos seus fornecedores.

Durante a audiência na Comissão de Direitos Humanos, marcada após as denúncias, o representante da Inditex, Jesus Echevarria, pediu desculpas pelo facto de a empresa não ter podido antecipar a situação.

Entretanto, ele disse que a Zara foi “vítima de uma situação” e “não se considera culpada pelo ocorrido”. Segundo Echevarria, a denúncia criou um dano “irreparável” à empresa.

O responsável afirmou que a retalhista deverá pagar indemnização aos 15 bolivianos explorados, mas declarou que aguardará manifestação do Ministério Público do Trabalho, que vai decidir se propõe ou não ação judicial contra a empresa.

Segundo o auditor Luís Alexandre de Faria, do Ministério do Trabalho, os fiscais chegaram à fábrica depois de uma investigação da Assembleia Legislativa de São Paulo, que identificou grandes oficinas que exploravam trabalhadores bolivianos.

O auditor afirmou na audiência que, além de peças para grandes redes de lojas, foram encontrados nessas confeções coletes usados por recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também foi notificado.

Segundo a Agência Câmara, Faria informou que a Zara recebeu 48 autos de infração, com multas que somam 1 milhão de reais (580 milhões de euros).

A empresa também corre o risco de ser incluída na “lista suja do trabalho escravo”, elaborada pelo Ministério do Trabalho. Se isso acontecer, uma das punições será a perda de acesso a financiamentos públicos.

 

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