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Continente com 25,4% do retalho alimentar em Portugal

Por a 23 de Agosto de 2011 as 17:48

A operação de retalho da Sonae já representa 56% do total do volume de negócios, indicam os resultados referentes ao primeiro semestre de 2011.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por Paulo Azevedo dá conta que a Sonae MC – que detém as insígnias Continente (hipermercados), Continente Modelo (supermercados), Continente Bom Dia (supermercados de conveniência), Continente Horeca (nova área de negócio para Instituições Públicas e Privadas, Retalho Tradicional, Lojas Livre Serviço, Lojas de Conveniência e Franchising), Continente Ice (ultracongelados), Bom Bocado (restaurantes), Book.it (livraria/papelaria) e Well’s (parafarmácias) – facturou, nos primeiros seis meses de 2011, mais 3% que no mesmo período de 2010, totalizando 1,558 mil milhões de euros.

A companhia adianta que este valor incorpora “uma evolução positiva de mais de +1% no universo comparável de lojas, apesar do efeito de ‘trading down’ normalmente verificado em períodos de maior dificuldade para os consumidores”. A operação de retalho alimentar da Sonae reforçou, segundo refere em comunicado, a liderança de mercado (+1,2 p.p. de quota), destacando o “contributo importante do seu portfólio de marcas próprias e de primeiros preços – actualmente com uma representatividade de cerca de 29% nas vendas das categorias relevantes”. A quota de mercado do Continente ascende, actualmente, a 25,4%, segundo avança a companhia com base nos dados da Nielsen.

Para Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, “este resultado traduz a forte aposta da Sonae no reforço das suas posições competitivas em Portugal e demonstra a crescente preferência dos portugueses pela proposta de valor do Continente. Temos procurado responder às necessidades das famílias, proporcionado os melhores preços e produtos, num compromisso de longo prazo reconhecido pelos clientes e cujos resultados são agora evidentes”.

Já a operação de retalho não alimentar – Sonae SR – não registou o mesmo comportamento da sua congénere alimentar, com o volume de negócios a cair 1% no primeiro semestre de 2011 face ao mesmo período do exercício do ano passado, representando isto menos 4 milhões de euros no relatório e contas do grupo, com o total a ascender a 551 milhões de euros. Neste caso particular, a Sonae admite que “esta variação surge penalizada pela evolução de -13% do universo comparável de lojas, em face da forte quebra verificada nos seus mercados base ao longo de todo o semestre”. Apesar desta evolução menos favorável a companhia estima que os principais formatos tenham tido um comportamento de vendas “superior ao da média dos mercados onde actuam, tendo atingido, por conseguinte, novos ganhos de quota”.

Quanto ao EBITDA recorrente [EBITDA (volume de negócios + outras receitas – reversão de imparidades – goodwill negativo – gastos operacionais + provisões para extensões de garantia + ganhos/perdas com alienações de filiais) excluindo valores não recorrentes, tais como ganhos com a alienação de investimentos e outros valores que distorcem a comparabilidade] da Sonae MC, este aumentou 3% para 82 milhões de euros, representando uma rendibilidade de 5,2% do respectivo volume de negócios. A companhia refere, no comunicado, que a Sonae MC “conseguiu sustentar a sua competitividade no período por via da conjugação de um esforço promocional relevante, alavancado no cartão cliente (que esteve na base de mais de 85% das vendas do período), de um rigoroso controlo de custos, de ganhos de eficiência e de optimização da cadeia de abastecimento”.

Do lado da Sonae SR, o EBITDA recorrente totalizou 11 milhões de euros negativos, contra os 7 milhões de euros positivos alcançados nos primeiros seis meses de 2010, admitindo a Sonae que esta evolução reflecte, essencialmente, “o comportamento negativo das vendas no mercado ibérico mas é também resultado dos custos incorridos, em termos de abertura de lojas e de esforço de notoriedade das marcas, para a constituição de uma posição de mercado de relevo em Espanha e para a entrada em novos mercados”.

Se na análise aos primeiros seis meses de 2011 Paulo Azevedo, CEO da Sonae, admite que “assistimos ao longo do primeiro semestre do ano a um decréscimo muito acentuado do consumo privado na Península Ibérica, particularmente pronunciado nos segmentos de mercado de carácter discricionário”, a companhia salienta que “prevalecem ainda incertezas sobre o impacto das medidas de austeridade, nomeadamente daquelas ainda em fase de implementação, sobre o comportamento dos consumidores”.

Assim, em resultado principalmente do agravamento do contexto em Portugal, a Sonae continua a “antecipar uma pressão crescente sobre as vendas e sobre as margens comerciais dos negócios ao longo dos restantes meses de 2011”, concluindo que “face à previsível redução do rendimento disponível das famílias, nomeadamente em função do imposto extraordinário recentemente aprovado em Portugal, é expectável que, em especial nos segmentos mais cíclicos, se assista a uma contracção das vendas no conjunto do mercado, nomeadamente no período do Natal”.

 

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