Era uma vez o Código 560
Um dos mitos que rodeiam o 560 é o de que a sua presença num código de barras significa que o produto tem origem nacional. Mas será realmente assim? A opinião de Beatriz Águas, Directora de Marketing & Comunicação, GS1 Portugal CODIPOR.

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Um dos mitos que rodeiam o 560 é o de que a sua presença num código de barras significa que o produto tem origem nacional. Mas será realmente assim?
Todas as histórias têm um começo, e a do código de Barras GS1, que hoje se encontra nas embalagens da maioria dos produtos de grande consumo, teve início a 7 de Outubro de 1952, quando Norman Joseph Woodland e Bernard Silver, ambos estudantes do Instituto de Tecnologia de Drexel, registaram a primeira patente de código de barras, com o número 2.612.994.
A primeira utilização de um código de barras numa superfície comercial só aconteceria 22 anos mais tarde, a 22 de Junho de 1974. Nesse dia, às 8h01, um cliente da cadeia Marsh Supermarkets, no Ohio, EUA, fazia a primeira compra de um produto marcado com um código de barras: uma embalagem de 10 pastilhas elásticas Wrigley’s Fruit Gum. Esta embalagem reservou o seu lugar na história, e está actualmente em exposição no Smithsonian Institute’s National Museum of American History.
Nos anos 70 nascia, assim, o primeiro código de barras do actual Sistema GS1, actualmente utilizado na codificação de produtos de grande consumo em mais de 150 países. Pelo menos 8 biliões de códigos de barras são lidos diariamente, nos quatro cantos do mundo.
O EAN-13 tornou-se o código de barras mais utilizado mundialmente, permitindo a identificação de um produto a ser vendido, movimentado e armazenado. Este código inclui um prefixo de três dígitos que identifica a Organização Membro GS1 responsável pela gestão do código em questão. O prefixo da GS1 Portugal CODIPOR é o 560.
Um pouco de história
Na génese da actual GS1 – a organização global que gere o Sistema GS1, do qual faz parte o EAN e outros códigos de barras – estão a Uniform Code Council (UCC) nos EUA e Canadá, e a EAN Internacional, no resto do mundo, que se fundiram em 2005.
Em Portugal, a CODIPOR (Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos) foi constituída a 26 de Novembro de 1985, num momento em que os paradigmas de consumo começavam a mudar, graças à expressão dos hipermercados. A necessidade de assegurar a rapidez e a eficiência da experiência de consumo nestes espaços foi um campo fértil para a introdução do código de barras em Portugal. A automação dos sistemas que lhe é associada significou o fim dos registos manuais, dos erros de digitação de preços e das intermináveis filas de espera na caixa de saída das lojas.
Entre 1985 e 1986, a CODIPOR contava com 140 associadas, entre os quais a Distribuição Organizada e algumas das marcas mais notáveis. Um número que aumentou para 420 em 1987/1988. Os primeiros códigos de barras eram etiquetas coladas nos produtos. Hoje, o “código 560” é parte integrante das embalagens, tal como faz parte das vidas de todos os consumidores portugueses.
Em 2005, resultado da fusão entre a UCC e a EAN Internacional, tornámo-nos GS1 Portugal CODIPOR. Actualmente somos cerca de 7.000 associados, entre detentores de marcas, retalho, prestadores de serviços e outras entidades.
560 significa produto português?
Um dos mitos que rodeiam o 560 é o de que a sua presença num código de barras significa que o produto tem origem nacional. Mas será realmente assim?O 560 é o prefixo atribuído à GS1 Portugal CODIPOR, identificando-a como Organização Membro GS1. Todas as 110 Organizações Membro GS1, que prestam serviços a 150 países, detêm o seu próprio prefixo. O 560 também integra uma outra estrutura numérica que se designa por CEP – Código de Empresa Portuguesa, que contém entre 7 a 10 dígitos, a partir dos quais são construídos os códigos de barras.
O “560” e o “código 560”são marcas registadas pela GS1 Portugal CODIPOR, e só pode ser atribuído por esta Associação.
O CEP é atribuído à entidade proprietária de uma marca, seja esta nacional ou estrangeira, desde que associada da GS1 Portugal CODIPOR. Alguns exemplos de situações em que é possível obter um CEP:
– Uma empresa estrangeira que constitua filial ou sucursal em Portugal, ou tenha um registo comercial português;
– Uma empresa nacional que importe produtos fabricados fora do país e os coloque no mercado português com marca própria;
– Uma empresa portuguesa exportadora, já que os códigos GS1 são reconhecidos em qualquer ponto de venda do mundo. O Sistema de Normas GS1 é global.
O oposto também é possível. Um produto produzido em Portugal, ou com forte componente de fabrico nacional, pode obter o prefixo de outra Organização Membro GS1. Basta para isso que a empresa detentora da unidade de produção, mesmo situada em espaço nacional, esteja registada comercialmente noutro país.
Sendo o 560 atribuído ao detentor da marca, este não atesta a origem do produto: como tal, não assegura que se trata de um produto de origem portuguesa.
Neste momento, através do website da GS1 Portugal (www.gs1pt.org) é possível saber que empresas estão a utilizar o 560. Para saber que empresas, no mundo, utilizam um prefixo GS1, consulte uma ferramenta denominada GEPIR, também no nosso website.
Beatriz Águas, Directora de Marketing & Comunicação, GS1 Portugal CODIPOR