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Campingaz quer crescer 10%

Por a 22 de Junho de 2011 as 14:51

Há negócios que tiram partido da crise económica. O comércio de produtos para actividades ao ar livre é um deles.


Com menos dinheiro na carteira, os portugueses optam por férias mais económicas substituindo os quartos de hotel pelas tendas de campismo e as mesas dos restaurantes por piqueniques ao ar livre.

Apesar de não existirem dados que confirmem esta tendência no nosso País, o director comercial da Campingaz Internacional Portugal, Nuno Moreira de Almeida, garante ao Hipersuper que em França diversos estudos de mercados confirmam o crescimento do turismo “económico” e que os portugueses caminham no mesmo sentido. “Basta estar atento à escolha das grandes cadeias de distribuição em Portugal. A selecção das colecções do mass market indica que o trade em Portugal também já validou esta tendência”. Desta forma, optimista, Campingaz estima crescer 10% este ano.
As marcas do distribuidor estão a ganhar peso no mercado de produtos para actividades ao ar livre. E não é por acaso. As lojas Continente, Aki e Leroy Merlin têm vindo a apostar fortemente nas suas marcas próprias. “O Continente, por exemplo, reposicionou a marca Wild e está a comunicá-la junto do consumidor. Além da sua marca de preço mais acessível, os hipermercados da Sonae comercializam, em algumas categorias, como geleiras, sacos térmicos, cartuchos e garrafas, apenas mais uma, a marca de referência, a Campigaz. Por sua vez, o Aki e o Leroy Merlin apostaram no lançamento de barbacues de marca própria e também na gestão de categorias”.
A proliferação de produtos de marca do distribuidor, mais económicos, dificulta o acesso dos concorrentes aos lineares, sobretudo os produtos mais baratos que competem directamente em preço com a marca do distribuidor, explica Nuno Moreira de Almeida. “Reconheço que alguns consumidores que podiam ser capturados pela nossa marca estão a ser desviados, graças ao trabalho que a Distribuição Moderna está a fazer, para produtos importados. O problema é que não conseguimos colocar nos lineares as nossas gamas mais económicas porque vão canibalizar a venda dos produtos de marca branca”.

Lojas tradicionais
O aumento de quota destas marcas mais baratas, assim como o elevado peso que a distribuição moderna tem nas vendas da Campingaz, conduziram a uma mudança de estratégia. Crescer nas grandes superfícies continua a ser certamente um dos objectivos mas a novidade está na forma de trabalhar o canal tradicional que pesa 30% nas vendas da empresa. “No início do ano, redefinimos a estrutura de distribuição. Porque não trabalhávamos directamente o canal tradicional, tínhamos um parceiro (Digal) que vendia os nossos produtos no comércio local. Agora trabalhamos directamente os nossos cinco concessionários regionais. Criámos representantes para as lojas tradicionais e canais específicos, como o náutico e os laboratórios e hospitais. Actualmente, somos três pessoas na estrutura regional, dois dos quais dão assistência às lojas e coordenam a rede de concessionários. Depois, temos a equipa de vendas, em “outsourcing”, de cada concessionário, que faz a gestão de vendas do canal tradicional e também dá assistência a alguns supermercados mais pequenos”.
A Campingaz opera há 62 anos em Portugal. Actualmente, pertence ao grupo americano Jarden e vende três marcas no nosso País: a Campingaz, conhecida pelas emblemáticas geleiras rígidas de cor azul, a Coleman, especialista em tendas de campismo, e a Sevylor, especializada em desporto náutico.
Março e Agosto concentram 80% das vendas da empresa. Não admira assim que os barbacues e a gama termal, as geleiras rígidas e flexíveis, sejam os produtos mais vendidos em Portugal. No Inverno, o primeiro lugar do ranking é ocupado pelos aquecedores, um “negócio com muito potencial que continua a crescer no nosso País”.

 

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