Distribuição

Confiança nos emergentes contrasta com realidade europeia

Por a 26 de Maio de 2011 as 14:39

A nível mundial a confiança do consumidor online subiu dois pontos percentuais (p.p.) no primeiro trimestre deste ano para um índice de 92 originado pelo aumento recorde de confiança no Médio Oriente/África na sequência da agitação social e política na região e no forte desempenho das economias da Ásia-Pacífico, de acordo com um estudo online realizado por The Nielsen Company. O índice de confiança dos consumidores da Ásia-Pacífico subiu 10 p.p. desde o último trimestre, atingindo 107 – a pontuação mais elevada registada, e o Médio Oriente/África tiveram uma alteração de 17 pontos subindo para 106.

Os níveis de confiança do consumidor na Europa, por sua vez, continuaram a decrescer em 18 de 28 países, revelando a confiança do consumidor a nível regional uma descida de cinco pontos desde o último trimestre para uma pontuação de 73. Onze países registaram descidas recorde: Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Espanha e Ucrânia. Ao contrário, a Alemanha, a maior economia Europeia, aumentou 18 pontos num ano, registando o mais elevado nível de confiança com 92 pontos do índice, originado pela descida das taxas de desemprego e pelas perspectivas de emprego. A vizinha Áustria também registou o seu mais alto nível de confiança com 97 pontos do índice (+1), enquanto a Suíça permaneceu o país mais optimista da Europa com 110 pontos do índice (inalterado em relação ao trimestre anterior).

Economias Divergentes
“Foi um começo de ano muito excitante marcado pela difusão das reformas sociais e políticas no Médio Oriente, desastres naturais e inflação dos produtos alimentares na Ásia, subida rápida do preço dos combustíveis na América do Norte e pela dura realidade das dolorosas medidas de austeridade na Europa do Sul,” declara, no comunicado que acompanha a divulgação deste inquérito, Venkatesh Bala, Chief Economist do Cambridge Group, pertencente à The Nielsen Company. “Nos últimos 18 meses, temos observado uma nítida divergência em como as regiões e os países estão a emergir da recessão mundial e esta tendência tornou-se ainda mais evidente no primeiro trimestre para melhor ou pior.”

Sete dos dez países mais optimistas situam-se na Ásia-Pacífico, enquanto os mercados europeus dominaram nove das dez nações mais pessimistas. A Índia permaneceu o país mais optimista no primeiro trimestre (131 pontos do índice), seguida pela Arábia Saudita (118) e pela Indonésia (116).

Na Ásia, a confiança foi impulsionada pela contínua oferta de emprego, o que incita os consumidores a voltarem a gastar. 66% dos consumidores online da Ásia-Pacífico descreveram as suas perspectivas de emprego para o próximo ano como boas/excelentes, mais 11 p.p. que no último trimestre. “A recessão terminou para 63% dos consumidores online da Ásia-Pacífico que estão a preparar-se para gastar à vontade. No entanto, ainda algumas preocupações sobre a subida do preço dos produtos alimentares podem levar a que muitos procurem valor nas suas necessidades diárias,” afirma Cheong-Tai Leung, presidente da Nielsen da Ásia-Pacífico, Médio Oriente & África. Os últimos dados da Nielsen revelam que quase metade (48%) dos consumidores da Ásia-Pacífico irá gastar dinheiro discricionário em férias nos próximos seis meses, bem como em roupa (44%), entretenimento fora de casa (41%) e novas tecnologias (38%).

Na China, a segunda maior economia do mundo, a confiança aumentou oito pontos para um índice de 108. “A boa notícia é que o rendimento está a subir mais rápido que a inflação, particularmente nas zonas rurais, e os padrões de vida continuam a melhorar,” refere Karthik Rao, director-geral da Nielsen da China. “Como resultado, continuamos a ver um forte crescimento da procura no mercado, mesmo em categorias discricionárias”, conclui.

Já no Médio Oriente/Norte de África, a grande exaltação dos egípcios de uma nova nação fez aumentar 29 pontos atingindo uma pontuação de 102 para o país – o mais alto aumento da confiança por entre todos os mercados estudados no primeiro trimestre. Esta nova confiança do Egipto alastrou à vizinha Arábia Saudita (+11) e aos Emirados Árabes Unidos (+12), registando ambos os países um aumento de dois dígitos quando comparado com o trimestre anterior.

As Américas tiveram performances distintas. Enquanto a América do Norte cresceu dois pontos do índice para uma pontuação de confiança do consumidor de 85 originada por aumentos tanto nos Estados Unidos como no Canadá, a América Latina decresceu 10 pontos registando 90 pontos do índice, grandemente influenciada pela descida de 13 pontos do Brasil, com o aumento da inflação e das taxas de juro e também por um novo cenário político.

Assim, “nos EUA uma melhoria no mercado de trabalho levou a um aumento de dois pontos na confiança do consumidor, mas a pontuação resultante de 83 pontos ainda está instavelmente próxima do nível de 80 da recessão registado em 2009”, salienta James Russo, vice-presidente de Global Consumer Insights da Nielsen.

Já quanto ao cenário na América Latina, Eduardo Ragasol, director-geral da Nielsen na região, conclui que “os actuais resultados puseram o Brasil de volta aos níveis registados no início de 2009 quando o mundo sentiu mais fortemente os efeitos da crise”.

 

 

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