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Sonae duplica lucros

Por a 25 de Maio de 2011 as 11:48

A Sonae SGPS duplicou os seus lucros no primeiro trimestre de 2011 face a igual período do ano anterior, totalizando 12 milhões de euros, contrariando as previsões dos analistas que estimavam uma quebra de cerca de 20% devido, fundamentalmente, à contracção do consumo privado na Península Ibérica.

De resto, essa é a principal análise de Paulo Azevedo, CEO da Sonae SGPS, que, em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valor Mobiliários (CMVM), refere que a quebra do consumo privado foi sentido, em particular, “nos segmentos de mercado de retalho especializado, com o cenário de pré-intervenção externa em Portugal – que se veio a confirmar – a condicionar as atitudes de consumo das famílias”.

Quanto ao volume de negócios (excluindo a actividade das gasolineiras) atingiu manteve-se estável nos 1,309 mil milhões de euros, representando um acréscimo de dois milhões de euros face aos primeiros três meses de 2010.

Relativamente à análise do primeiro trimestre, a Sonae refere que “os negócios comportaram-se genericamente de forma muito positiva, tendo conquistado quota de mercado e optimizado a respectiva estrutura de custos. Estas conquistas foram conseguidas apesar do impacto do cenário macroeconómico, da comparação com o ano anterior encontrar-se tecnicamente penalizada pelo período de Páscoa mais tardio e do relativo desfasamento do calendário promocional do segmento de retalho”.

Ainda no primeiro trimestre do ano, o EBITDA aumentou 7% para 138 milhões de euros, com a margem a aumentar 0,9 pontos percentuais (p.p.) para 10,5% das vendas. O EBITDA recorrente ascendeu a 125 milhões de euros, representando 9,5% do volume de negócios global (+ 0,2 p.p.). Este valor inclui uma melhoria do contributo da generalidade dos negócios mas, tal como antecipado, surge penalizado pelo investimento no desenvolvimento da operação internacional da Sonae SR.

O resultado líquido directo totalizou 24 milhões de euros (+35%), beneficiando do bom desempenho dos negócios e das operações anunciadas de sale & leaseback. No mesmo período, o resultado indirecto relativo ao portfólio global de centros comerciais foi nulo, comparando positivamente com o valor de ano anterior (-7 milhões de euros). Assim sendo, o resultado líquido total do período cifrou-se em 24 milhões de euros, sendo que a parte atribuível aos accionistas foi de 12 milhões de euros tendo crescido 106% face ao trimestre homólogo.

O investimento total ascendeu a 70 milhões de euros, tendo sido alocado essencialmente ao desenvolvimento das operações internacionais e à remodelação e manutenção dos activos em Portugal. A 31 de Março o endividamento total líquido da Sonae totalizava 3,004 mil milhões de euros, menos 279 milhões de euros ou 8,5% do que na mesma data do ano anterior.

No actual contexto, Paulo Azevedo destaca, no comunicado, “um importante conjunto de iniciativas para incrementar a exposição a mercados externos”, referindo-se à parceria para internacionalização da marca Continente para Angola, bem como o fecho das negociações para a aquisição de oito lojas em Espanha, além do início da expansão para a Turquia, “onde abriremos em breve a primeira loja Zippy”.

“Nos centros comerciais demos um passo importante para a aceleração do nosso crescimento no mercado Brasileiro com a operação de aumento e abertura de capital da Sonae Sierra Brasil e continuamos o desenvolvimento de novos projectos na Alemanha e em Itália”.

O responsável máximo da companhia termina, referindo que “permanecem incertezas quanto ao quadro de medidas de austeridade e correspondentes impactos no comportamento dos consumidores. No entanto, mantemo-nos confiantes que continuaremos a crescer, a reduzir o nível de endividamento financeiro e a implementar as orientações estratégicas de médio e longo prazo que privilegiam, entre outros, o reforço da componente internacional do grupo”.

 

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