Parmalat rejeita oferta da Lactalis

No mesmo dia em que foi conhecido a compra de 51% da Yoplait por parte da General Mills, soube-se que a Parmalat recusou a oferta do principal accionista (Lactalis) para a aquisição total do negócio.

Em finais de Abril, e depois de ter reforçado para 29% o capital no grupo Parmalat, através da compra de 15% de três fundos de investimento estrangeiros, a Lactalis lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) no valor de 3,4 mil milhões de euros para compra do restante capital (71%) da maior empresa de lacticínios italiana e uma das marcas de consumo mais conhecidas deste país.

Depois de analisar a proposta enviada, a Parmalat revela que os directores “concluíram unanimemente” que a Lactalis “não reflectiu o valor da Parmalat no contexto de uma alteração de transacção de controlo”.

Refira-se que esta OPA por parte da Lactalis não fora muito bem recebida em Itália e que o próprio Governo italiano terá demonstrado preocupações com o facto de uma das empresas consideradas “estratégicas” poder cair em mãos estrangeiras.

Da parte da Lactalis, a companhia francesa recebera no final da semana passada notícias que davam conta que as entidades reguladoras italianas teriam dado luz verde para a concretização do negócio, como cada acção a valer 2,60 euros. Contudo, os media franceses terão lançado alguma especulação sobre o facto da Goldman Sachs teria aconselhado a Parmalat que o preço oferecido seria baixo demais. No entanto, no mês de Março, numa das duas transacções que levaram a Lactalis a deter 29% da Parmalat, a empresa francesa terá pago aos três fundos 2,80 euros por cada acção.

De resto, Enrico Bondi, CEO da Parmalat, terá recebido pressões por parte de alguns accionistas para não aceitar a oferta da Lactalis, admitindo um dos investidores, citado pelos media italianos, que seria “inaceitável” a direcção da Parmalat aceitar a oferta quando a Lactalis já pagara mais por acção.