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Polónia puxa pelos resultados da JM

Por a 4 de Maio de 2011 as 10:00

O grupo Jerónimo Martins (JM) terminou o primeiro trimestre de 2011 com um aumento de 14,7% nas vendas consolidadas face a período homólogo, totalizando 2,242 mil milhões de euros, ou seja, mais 287 milhões de euros que nos primeiros três meses de 2010, informa a companhia em comunicado.

Este resultado é alicerçado no forte desempenho da “polaca” Biedronka, indicando o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos que “apesar do efeito negativo do calendário da Páscoa”, todas as insígnias de distribuição da companhia registaram subidas nas vendas destacando-se a Biedronka com uma subida de 22,8% face ao primeiro trimestre de 2010.

As receitas da operação polaca do retalhista português ascenderam a 1,336 mil milhões de euros, representando uma subida de 248 milhões de euros face aos 1,088 mil milhões obtidos em igual período do exercício transacto.

Na moeda local (zloty), o crescimento de vendas da Biedronka foi de 21,7%, resultado do aumento Like-for-Like (LFL) de dois dígitos (11,7%) e da expansão de 13% da área de venda em relação ao primeiro trimestre de 2010.

No comunicado, a JM salienta que “a dinâmica do consumo no mercado polaco aliada a um ambicioso plano de expansão e ao profundo conhecimento das necessidades dos seus consumidores, explicam o sucesso da operação da Biedronka”.

De resto, o volume de negócios do negócio polaco representa já 59,6% do total das vendas do grupo, enquanto os resultados operacionais (EBITDA) subiram 35,7% para os 95,3 milhões de euros, com a margem de EBITDA a fixar-se nos 7,1%, acima dos 6,5% verificados no período homólogo.

“Na Polónia, a Biedronka continua a apresentar crescimentos de vendas e de resultados notáveis, em linha com a nossa melhor expectativa em relação ao potencial do mercado polaco e confirmando a nossa confiança na capacidade de execução da companhia”, explica Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins.

O número de lojas Biedronka registou um incremento de 16 unidades, resultante da abertura de 19 novas lojas e do encerramento de outras três, perfazendo um total de 1.665 no final do primeiro trimestre deste ano. Este valor compara com 1.504 lojas no final dos primeiros três meses de 2010 (e com 1.649 unidades a 31 de Dezembro de 2010).

Já dentro de portas, os supermercados Pingo Doce conseguiram obter um crescimento de vendas de 5,6% e de 1,7% em LFL, destacando a companhia o reflexo que a diminuição do poder de compra dos portugueses teve no seu comportamento de consumo, “tendo-se verificado que, apesar do crescimento do número de visitas às lojas, se registou uma redução do ticket médio de compra”, refere a companhia.

Os hipermercados, apesar do decréscimo de 4,2% nas vendas, registaram um aumento LFL de 3,2% (7 vs 7 lojas), nos primeiros três meses de 2011.

Nas ilhas, mais concretamente na Madeira, a JM registou uma subida das vendas de 15,9% face ao mesmo período em 2010, totalizando o trimestre com 35 milhões de euros. Na comparação LFL de vendas, a evolução foi de 3,7%.

Já a operação cash&carry do Recheio, “apesar da contracção do mercado em que opera”, admite a companhia, alcançou um crescimento de vendas de 3,7% beneficiando da abertura de três novas lojas. Em termos LFL, a evolução foi de 0,4%.

“Em Portugal, a situação macroeconómica tem vindo a deteriorar-se. No entanto, acredito na capacidade do Pingo Doce e do Recheio de continuarem a aumentar as suas quotas de mercado”, afirma o CEO da JM no comunicado.

Globalmente, a margem de EBITDA do grupo cresce 0,5 pontos percentuais para 6,5% das vendas. A evolução de 24% do EBITDA consolidado totaliza 146,7 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, mais 29 milhões que em período homólogo. O resultado liquido atribuível a Jerónimo Martins cifrou-se nos 56,4 milhões de euros, mais 33,5% face aos primeiros três meses de 2010.

Os resultados deste primeiro trimestre reflectem, segundo Pedro Soares dos Santos, “duas realidades com velocidades de crescimento distintas nos dois países onde operamos”.

Para o resto do exercício, a JM indica que a Polónia mantém-se como “principal motor de crescimento do grupo”, absorvendo 75% dos 450 a 500 milhões de euros de investimento a realizar em 2011. Está prevista a abertura de 200 novas lojas e estima-se que a Biedronka mantenha o crescimento LFL das vendas a dois dígitos.

Já em Portugal, “a diminuição do poder de compra das famílias e o aumento do desemprego deverão continuar a ter impacto negativo no mercado alimentar”, admitem os responsáveis do grupo, salientando, no entanto, que “o Pingo Doce e o Recheio têm propostas de valor adequadas à crescente sensibilização dos consumidores ao factor preço e às alterações nos hábitos de consumo provocadas pela situação económica do País, estando preparados para aumentar as suas quotas de mercado”.

Assim, perspectiva-se, para 2011, “um crescimento das vendas consolidadas a dois dígitos (a uma taxa de câmbio constante) e que o EBITDA consolidado mantenha um crescimento acima das vendas”.

“Antecipo, assim, para o grupo, mais um ano de desempenho muito positivo ao nível da evolução das vendas e resultados,” conclui Pedro Soares dos Santos.

De referir que, na apresentação dos resultados anuais de 2010, em Fevereiro deste ano, o chairman da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, revelou que a Polónia será alvo do lançamento de um novo conceito de negócio, escusando-se, na altura, a dar mais pormenores.

Certo ficou, também, o anúncio de uma nova geografia para o negócio de retalho alimentar da Jerónimo Martins, tendo Pedro Soares dos Santos adiantado, em Fevereiro, que existiam três geografias em análise.

 

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