Nestlé adquire 60% de companhia chinesa

A Nestlé anunciou hoje [Segunda-feira] a assinatura de um acordo de parceria com companhia alimentar chinesa Yinlu Foods Group, pelo qual a multinacional suíça ficará detentora de 60% do capital da empresa, mantendo-se, Chen Qingyuan, chairman da companhia, à frente da Yinlu.

Empresa familiar, a Yinlu está bem posicionada no mercado chinês no mercado de Fast Moving Consumer Goods (FMCG), especialmente no leite e arroz enlatado.

Este acordo assenta na parceria já existente entre ambas as companhias, com a Yinlu a ser a responsável pela produção do café Nescafé na China.

As vendas anuais da Yinlu, em 2010, ascenderam a 750 milhões de francos suíços (cerca de 583 milhões de euros), afirmando Paul Bulcke, CEO da Nestlé que “esta parceria demonstra os investimentos a longo-prazo na China e o nosso compromisso no desenvolvimento das marcas locais. Estamos orgulhosos por poder construir esta parceria, de modo a levar o empreendedorismo, experiência e conhecimento do consumidor da Yinlu juntamente com a inovação e capacidade de renovação da Nestlé a todos os chineses”.

Do lado da Yinlu, o seu chairman, refere, em comunicado conjunto que, “esta parceria representa um passo muito importante para as aspirações a longo prazo da Yinlu em tornar-se numa marca relevante e favorita para o consumidor chinês. A experiência da Nestlé irá dar-nos, com toda a certeza, um suporte sólido para continuarmos a crescer. Juntos iremos continuar a desenvolver as nossas marcas e capacidades produtivas, em particular na China Central e Ocidental”.

A Nestlé está presente no mercado chinês há mais de duas décadas, operando, actualmente, 23 fábricas, dois centros de Investigação&Desenvolvimento, empregando 14.000 funcionários. As vendas no país ascenderam, em 2010, a 2,8 mil milhões de francos suíços (cerca de 2,2 mil milhões de euros), constituindo Nescafé, Nan, Maggi e KitKat as marcas principais no país.

De referir ainda que a empresa suíça terminou o primeiro trimestre de 2011, com uma evolução das receitas ajustadas ao efeito de aquisições em 6,4% face a igual período do ano passado, totalizando 20,261 mil milhões de francos suíços.

Em termos de facturação, as Américas continuam a ser o maior mercado, mercês da facturação de 6,4 mil milhões de francos suíços (+3,7%), seguidas da região Ásia/Pacífico/África que aumentou as vendas em 11,8% para 3,787 mil milhões de francos. Finalmente, a Europa totalizou receitas de 3,7 mil milhões de francos (+2,3%).

A multinacional suíça admite que o primeiro trimestre foi impactado pelo preço das matérias-primas, salientando, no entanto, esperar um “crescimento orgânico na ordem dos 5 a 6%” para o ano completo.