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Preços mundiais dos alimentos registam primeira queda em oito meses

Por a 7 de Abril de 2011 as 16:36

Após oito meses de aumentos consecutivos, o índice de preços mundiais dos alimentos registou queda em Março, anunciou hoje [Quinta-feira] a Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO), atribuindo o movimento aos preços do petróleo.

De acordo com os dados da organização, em Março, o índice aproximava-se dos 230 pontos, uma quebra de 2,9% face a Fevereiro, mas 37% superior a Março do ano passado.

“A queda do índice geral este mês dá um certo alívio depois dos aumentos contínuos dos últimos oito meses”, declarou David Hallam, director da divisão de comércio internacional e de mercados da organização, à AFP, salientando que “seria prematuro concluir que se trata de uma inversão de tendência”.

O índice da FAO, que monitoriza a média mensal dos preços dos principais itens da cesta básica alimentar, indicou que a queda deu-se principalmente pelo valor dos óleos, cereais e do açúcar.

Os preços do arroz também registaram uma redução, em grande parte devido aos excedentes dos países exportadores e a uma queda da procura de importação. Por outro lado, o preço dos lacticínios e da carne sofreram uma alta.

“Esperamos as informações sobre as novas plantações nas próximas semanas para ter uma ideia dos futuros níveis de produção. Mas os escassos níveis de reservas, a influência da situação no Oriente Médio e Norte da África sobre os preços do petróleo e os efeitos da catástrofe no Japão são factores que contribuem para a incerteza e a instabilidade dos preços nos próximos meses”, explicou Hallam.

“O maior factor foi o sector de óleos, que foi o responsável pela queda dos preços”, indicou por sua vez Abdolreza Abbassian, economista da FAO e especialista do mercado de grãos, indicando ainda que “a queda foi provocada por liquidações no mercado”.

“Precisamos ver informações sobre as colheitas durante as próximas semanas para ter uma ideia dos futuros níveis de produção”, afirmou David Hallam.

“Como já dissemos antes, esta crise será volátil. Os preços ainda estão em patamares muito altos. Tudo depende da colheita de 2011. O mercado não vai ignorar as incertezas pelo menos nos seis próximos meses”, concluiu Abbassian.

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