Distribuição

Redução dos orçamentos familiares aumenta compra de marcas da distribuição

Por a 6 de Abril de 2011 as 9:33

Com a crise económica e a redução dos orçamentos das famílias, os consumidores colocam cada vez mais produtos de marcas da distribuição nos carrinhos de compras, mas esta preferência só acontece em algumas categorias, segundo a associação dos distribuidores.

“A diminuição dos orçamentos familiares promoveu a compra de marcas da distribuição, especialmente em géneros alimentícios, produtos de higiene pessoal, bebidas e congelados. Mas em muitos outros produtos os consumidores continuam a preferir as marcas dos fabricantes”, afirmou à Lusa Ana Trigo Morais, da Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição (APED).

Um estudo da consultora AC Nielsen, denominado “Marcas Próprias – o que diz e faz o consumidor” revelou que no ano passado 99% dos lares de Portugal Continental consumiram produtos das marcas da distribuição, atingindo estas uma quota de mercado de 31,7%.

O mesmo estudo revela ainda que Portugal e Espanha foram em 2010 os países da Europa que mais cresceram em marca própria: Portugal passou de uma quota de 21% em 2007 para 31,7% no ano passado, enquanto Espanha cresceu de 26% em 2007 para 38% em 2010, liderando o ‘ranking’ a Suíça, o Reino Unido e a Alemanha.

Um outro estudo da agência de publicidade BBZ, elaborado entre Setembro e Outubro de 2010, revelou que a opção entre marcas da distribuição e dos fornecedores não é apenas de ordem económica e que, com ou sem dificuldade financeira, os consumidores enchem sempre os carrinhos com produtos de marcas de distribuidor e de fabricante.

“Preferir preferir, preferem as marcas dos fornecedores”, disse à Lusa Fátima Marcos, coordenadora do estudo da BBZ “Marcas Distribuição versus Marcas Fabricante – Combate da Década”, que se baseou em entrevistas a consumidores e na observação do seu comportamento nos locais de compra.

No entanto, acrescenta Fátima Marcos, as marcas da distribuição, que são cada vez mais, alteraram os hábitos de consumo dos portugueses e alguns consumidores vão continuar a optar pelas marcas da distribuição mesmo quando engordarem os orçamentos.

“A conjuntura económica fomentou o aumento do consumo das marcas próprias mas, mesmo melhorando a economia, muitos consumidores já ganharam boa experiência com essas marcas e vão continuar a comprá-las”, afirmou Fátima Marcos.

Também Ana Trigo Morais, da APED, acredita que comprar marcas da distribuição é uma “opção inteligente” e “as pessoas não vão abandonar as marcas próprias” mesmo depois de terminada a crise económica.

*Lusa

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